Política

Revista Veja

Ex-diretor da Petrobras citou políticos que receberam propina

Ex-diretor da Petrobras citou políticos que receberam propina

G1

06/09/2014 - 14h45
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Reportagem da edição deste final de semana da revista "Veja" afirma que o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou em depoimentos à Polícia Federal (PF) que três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da estatal.

Segundo a publicação, o ex-dirigente citou, entre outros políticos, os nomes da governadoraRoseana Sarney (Maranhão) e dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos(Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros(PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC).

Citados em depoimentos negam
À revista, o ex-governador Sérgio Cabral informou que sua relação com Paulo Roberto Costa sempre foi institucional e que nunca recebeu dinheiro dele. Roseana Sarney, por meio de nota divulgada por sua assessoria, disse repudiar, "de forma veemente e com grande indignação", as referências feitas a ela pelo ex-diretor e publicadas pela "Veja". A governadora afirmou no comunicado que tomará "todas as medidas jurídicas cabíveis" para sua "honra e dignidade". "Nunca participei de nenhum esquema de corrupção e muito menos solicitei ao ex-diretor da Petrobras recursos de qualquer natureza", enfatizou.

Substituta de Eduardo Campos na corrida presidencial, a ex-senadora Marina Silva (PSB) defendeu o ex-governador. "O fato de ter um empreendimento da Petrobras feito no seu estado não dá o direito, a quem quer que seja, de colocá-lo na lista dos que cometeram qualquer irregularidade", afirmou a presidenciável do PSB.

Segundo "Veja", o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou, por meio de assessoria, que sua relação com Costa sempre foi "institucional". Ele negou à revista ter recebido dinheiro do ex-diretor da Petrobras.

Renan Calheiros não se manifestou para a reportagem sobre a acusação de Paulo Roberto Costa. Líder do governo no Senado nos governos Lula e Dilma, o senador Romero Jucá distribuiu nota, por meio da sua assessoria, para rechaçar a menção a seu nome. Na nota, o senador diz que conhecia Costa de forma institucional e "repudia as insinuações" feitas pela reportagem. "O senador nega ter recebido qualquer recurso por meio do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e que conhece o diretor de maneira institucional. Presidente do PP, o senador Ciro Nogueira disse à revista que conheceu o ex-diretor da Petrobras em eventos do partido e negou ter recebido dinheiro dele.

O deputado Henrique Alves, presidente da Câmara, informou, por meio de nota, que nunca pediu nem recebeu "quaiquer recursos" de Costa. "As insinuações publicadas pela revista Veja, de forma genérica e sem apresentar evidências sobre o meu nome, não podem ser tomadas como denúncia formal nem fundamentada", disse o deputado.

Ex-líder do governo na Câmara, Vaccarezza afirmou em nota que, na ocasião em que foi procurado pela revista, negou "peremptoriamente" qualquer tipo de negociação com Paulo Roberto Costa. O deputado petista, no entanto, alega que a reportagem publicou apenas que ele se encontrou "por duas vezes" com o ex-dirigente da estatal. "Reafirmo que nunca fiz qualquer negociação com o Sr. Paulo Roberto Costa; Sempre atendi e vou continuar atendendo a imprensa de forma honesta e verdadeira", diz Vacarezza na nota. Pizzolatti e Negromonte não responderam, informou a revista.

O secretário nacional de Finanças do PT, João Vaccari Neto, foi citado no texto da revista como responsável pela ponte entre o partido e o esquema de pagamento de propina na Petrobras. Não há detalhes na reportagem sobre como funcionaria essa intermediação. Vaccari divulgou nota na qual nega a acusação. "É absolutamente mentirosa a declaração de que tenha havido qualquer tratativa, seja pessoal, por e-mail ou mesmo telefônica, com o referido senhor a respeito de doações financeiras ou qualquer outro assunto", disse na nota.

O suposto esquema
Integrante da diretoria da Petrobras entre 2004 e 2012, Costa foi preso pela Polícia Federal (PF) durante as investigações da Operação Lava Jato, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Devido às acusações, ele está preso no Paraná.

O ex-diretor da estatal do petróleo fez um acordo de delação premiada. Os depoimentos de Costa à PF têm ocorrido diariamente, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A PF não revela o conteúdo dos depoimentos.

A reportagem de "Veja" não detalha o papel que cada um dos políticos mencionados por Costa teve na suposta fraude. O texto diz que, pelo acordo firmado com o Ministério Público Federal, o ex-dirigente teria se comprometido a detalhar o envolvimento de cada um dos políticos no esquema. A reportagem também afirma que os policiais federais e procuradores da República estimam que levará mais três semanas para o ex-diretor da Petrobras esgotar o que tem a dizer.

Outra informação relatada pela revista é de que Paulo Roberto Costa teria admitido pela primeira vez, durante os depoimentos da delação premiada, que as empreiteiras contratadas pela Petrobras tinham, obrigatoriamente, de contribuir para um caixa paralelo que era distribuído a partidos e políticos da base governista. O ex-diretor teria dito, informou "Veja", que cada partido tinha seu encarregado de fazer a intermediação com o esquema de corrupção.

Governo Lula
Segundo a revista, durante os depoimentos dados na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema na Petrobras funcionou ao longo dos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também nos dois primeiros anos da gestão Dilma Rousseff.

Ainda conforme a reportagem, Costa afirmou que, a exemplo do que ocorria no esquema do mensalão, a distribuição do dinheiro obtido com os fornecedores da Petrobras servia para garantir que as legendas aliadas continuassem a apoiar o governo federal no Congresso.

A publicação relata ainda que Costa disse, já em seus primeiros depoimentos, que conversava frequentemente com o ex-presidente Lula e que costumava tratar com o petista sobre assuntos da Petrobras. "Veja" diz que o ex-diretor se comprometeu com o Ministério Público Federal a detalhar posteriormente o conteúdo das conversas com o ex-presidente. Procurada pelo G1, a assessoria do Instituto Lula informou que o ex-presidente da República não comentará a reportagem da revista.

DOSIMETRIA

Tereza e Nelsinho votam a favor da redução da pena de Bolsonaro

A senadora Soraya Thronicke votou contra o projeto que reduz as punições aos envolvidos nos atos do 8 de jeneiro. Medida foi aprovada com 48 votos contra 25

18/12/2025 07h36

Soraya foi voto vencido, mas Nelsinho e Tereza ajudaram a aprovar o chamado projeto da dosimetria no Senado nesta quarta-feira (17)

Soraya foi voto vencido, mas Nelsinho e Tereza ajudaram a aprovar o chamado projeto da dosimetria no Senado nesta quarta-feira (17)

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Os senadores sul-mato-grossenses Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) votaram a favor e a senadora Soraya Thronicke (Podemos) contra o projeto de lei que reduz as penas dos condenados por envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e do ex-presidente Jair Bolsonaro.  

O PL 2.162/23 acabou aprovado por 48 votos a favor e 25 contrários na noite desta quarta-feira (17), além de uma abstenção, sendo que agora a matéria segue agora para a sanção da Presidência da República.

O texto foi aprovado pelo plenário ser aprovado hoje mesmo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), após muita discussão e seis horas de reunião. Na Comissão foram feitas alterações com a inclusão de uma emenda do senador Sérgio Moro (União-PR) para limitar a redução de penas somente aos envolvidos nos atos golpistas. 

Este ponto era polêmico porque o projeto aprovado pela Câmara dos deputados poderia criar a possibilidade de a redução de penas beneficiar condenados por outros crimes violentos, como os envolvidos em organizações criminosas e delitos contra a administração pública.

O relator do PL, o senador Esperidião Amin (PP-SC), afirmou que o projeto busca “corrigir distorções” com foco nas condenações dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Amin afirmou que o texto é o primeiro passo para uma futura anistia, e que “traz um alento, sem acirrar os ânimos”. Ele destacou que “há um consenso de que a mão [nos julgamentos] foi muito pesada. A narrativa de se tratar de “blindagem ampla” ou qualquer outra expressão que o valha não é verdadeira”.

Na prática, o projeto reduz a pena final de condenados por diversos enquadramentos dentro do mesmo ato golpista, inclusive nos processos já julgados ou pendentes sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e 2023. É o caso do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a uma pena de mais de 27 anos.

O texto também cria uma regra de redução de pena para situações em que o crime for cometido em contexto de multidão. Nesse caso, quem não tiver financiado ou liderado as ações poderá receber um redutor de um terço a dois terços. A medida distingue quem atuou sem protagonismo de figuras organizadoras ou financiadoras dos atos antidemocráticos.

O projeto promove uma alteração na Lei de Execução Penal, para prever quando o condenado poderá passar para um regime mais brando. Com a mudança, os 16% (ou 1/6) da pena em regime fechado valerão para crimes com ou sem os critérios de violência ou grave ameaça. Além disso, os reincidentes — aqueles que já cometeram crimes — terão que cumprir 20% da pena. Com a legislação atual, os réus primários têm que cumprir 25% da pena em regime fechado, e os reincidentes, 30%.

Remição

Ainda pelo projeto, pessoas em prisão domiciliar poderão considerar o trabalho como forma de reduzir a pena a ser cumprida — a chamada remição. Atualmente, apenas o estudo pode remir a pena na modalidade domiciliar.

(Com informações da Agência Senado)

Política

Depois que aprovar a PEC da Segurança Pública, vamos recriar o ministério, diz Lula

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher

17/12/2025 21h00

Presidente da República, Lula

Presidente da República, Lula Divulgação/Ricardo Stuckert

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 17, que não discute segurança pública por falta de competências previstas ao governo federal. Segundo Lula, é necessária a aprovação da PEC da Segurança Pública para definir as atribuições do Planalto sobre o tema. Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública caso a emenda constitucional passe pelo Congresso.

"Eu nunca quis discutir segurança pública porque não era papel do governo federal porque a Constituição não dá ao governo federal o direito de se interferir na segurança pública. (...) Por isso que eu quero aprovar a PEC, porque depois que aprovar a PEC, que definir o papel da União na questão da segurança pública, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública", afirmou o presidente.

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher. Segundo o petista, os ministros homens não conseguem discutir o tema com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

O presidente também declarou que os possíveis adversários dele em 2026 não possuem novidades para oferecer aos eleitores. "Quero saber quais as novidades que eles vão propor", declarou Lula.

 

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