Política

ALVO DE INVESTIGAÇÕES

Filho de brasileiros, deputado dos EUA é acusado de fazer gesto supremacista branco

Republicano assumiu o mandato depois de admitir que inventou partes de sua biografia enquanto pedia votos

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O deputado na Câmara dos Estados Unidos, George Santos, filho de imigrantes brasileiros, foi acusado de fazer um gesto da supremacia branca durante a votação para a presidência da Câmara dos EUA.

Na última quinta-feira, 5, Santos votou em Kevin McCarthy na décima rodada de votos.

Parecido com um "ok", mas posicionado de forma lateral, o gesto é amplamente conhecido por ser usado por grupos da extrema-direita. O símbolo é a junção das letras "W" e "P", que representam o "poder branco" (white power, em inglês).

Em dezembro do ano passado, ele foi visto em uma festa de gala em Manhattan com a presença de nacionalistas brancos e teóricos da conspiração de direita, o que destacou seus laços com a base de direita de Donald Trump.

Ele também era próximo de políticos conservadores do Brasil. Em fevereiro de 2020, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se encontrou com George Santos.

Recentemente, o republicano assumiu o mandato depois de admitir que inventou partes de sua biografia enquanto pedia votos.

As inconsistências vieram à tona pelo jornal The New York Times, que revelou que faltavam registros de que Santos havia estudado na Horace Mann School, uma prestigiada escola privada no Bronx, ou que havia se formado no Baruch College.

Da mesma maneira, o jornal mostrou que não havia provas de que Santos teria trabalhado para o Citigroup ou para a Goldman Sachs.

Chefe de uma firma de consultoria financeira, ele também supostamente inflou sua renda e seus bens.

Santos ainda é acusado de mentir ou exagerar ao se apresentar como "um judeu americano orgulhoso": cresceu em uma família católica, mas afirma que sua "herança é judaica", como neto de sobreviventes do Holocausto que fugiram da barbárie nazista.

Investigações

Além das mentiras, o deputado americano ainda é alvo de investigações nos Estados Unidos e no Brasil.

Santos teria usado dois cheques que pertenciam a um idoso que já havia morrido para comprar o equivalente a quase R$ 5 mil em roupas em uma loja em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, em 2008.

O caso estava fechado desde 2011, quando a Justiça não conseguiu encontrar Santos para ser citado no processo, e foi reaberto nesta semana pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, depois que o parlamentar se tornou conhecido no Brasil e nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, os gastos de campanha do deputado eleito George Santos para o Congresso americano estão sob escrutínio das autoridades, que suspeitam que o político republicano de origem brasileira possa ter usado a verba para gastos pessoais. No total, esse valor chega ao equivalente a R$ 575 mil.

Quem é George Santos

Membro do Partido Republicano, Santos é o primeiro deputado que se declara abertamente gay a se eleger nos Estados Unidos.

Trumpista de carteirinha, ele sempre disse ser filho de brasileiros e se vendeu aos eleitores como a encarnação do sonho americano: um filho de imigrantes brasileiros que "saiu do nada", estudou uma faculdade pública de Nova York para se tornar um "financista e investidor experiente de Wall Street".

Além de um "portfólio imobiliário familiar de 13 propriedades e uma instituição de caridade de resgate de animais que salvou mais de 2.500 cães e gatos".

Partes de sua biografia foram desmentidas pelo jornal The New York Times.

 

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Política

STF forma maioria de votos contra marco temporal de terras indígenas

Os seis votos foram dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli

17/12/2025 18h15

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (17) maioria de votos pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. 

Até o momento, a Corte tem placar de 6 votos a favor e nenhum contra a restrição às demarcações. A maioria foi formada pelos votos dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Ainda faltam quatro votos.

A votação virtual começou na segunda-feira (15) e fica aberta até quinta-feira (18), às 23h59.

Luta contra o marco temporal

Em 2023, o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo voltou a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

Mato Grosso do Sul

A decisão interessa, principalmente, o Estado de Mato Grosso do Sul, que possui a terceira maior população de indígenas do país. De acordo com último Censo, divulgado pelo IBGE em 2022, Mato Grosso do Sul saiu de 77.025 originários em 2010 para 116.346 mil. A população de MS fica atrás apenas do Amazonas (490,8 mil) e da Bahia (229,1 mil).

Os cinco maiores municípios de MS em população indígena são: Campo Grande (18.439), Dourados (12.054), Amambai (9.988), Aquidauana (9.428) e Miranda (8.866).

Do total de indígenas em MS, 68.534 mil pessoas moram em terras indígenas, e outros 47.812 residem fora.

A Terra Indígena Dourados tem a 6ª maior população residente indígena do País, com um total de 13.473 mil. 

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FAMÍLIA RAZUK

Um dia após ser condenado a perda do mandato, deputado Neno vota à distância na Assembleia

Com isso, não comparecendo à assembleia, Razuk não correu o risco de ser notificado da condenação ou da perda do mandato

17/12/2025 15h00

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira Marcelo Victor/Correio do Estado

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) foi condenado ontem (16) pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, por ser indicado como chefe de uma organização criminosa voltada ao jogo do bicho. 

No entanto, a condenação não impedia o deputado de comparecer à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) para a última plenária do ano. Mesmo assim, o parlamentar não compareceu à Casa e participou da votação das cinco propostas aprovadas na ALEMS. 

Mesmo com a sentença, Razuk terá o direito de recorrer à decisão em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, da defesa do parlamentar, afirmou que vai recorrer da sentença e que o "processo está longe de encerrar". 

Com o não comparecimento na Assembleia, o deputado não correu risco de ser notificado da condenação e nem prestar esclarecimentos à imprensa. 

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução

Sentença

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que Neno Razuk seria o líder de uma organização criminosa que estaria praticando, de forma intensa, as práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagradas em 2019 pelo MPMS contra as milícias armadas. 

Segundo as investigações, após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos "na marra" e com uso de violência para um grupo de São Paulo, em uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação. 

No documento que decretou 20 prisões preventivas de alvos da quarta fase da Operação Successione e 27 mandados de busca e apreensão, no mês passado, a família Razuk é "conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito". 

Além do crime da jogatina ilegal, também foram citados os de "assalto à mão armada e lavagem de dinheiro", especialmente na região de Dourados. 

Nas investigações da Gaeco, o clã da família Razuk tinha o plano de expandir a organização criminosa para o estado de Goiás. 

Segundo a averiguação dos fatos, o grupo realizava estudos com o apoio de organizações do estado goiano, como investidores e figuras influentes, para derrubar a liderança local da jogatina, que era comandado por Carlinhos Cachoeira, um bicheiro local.  

Com um financiamento de R$ 30 milhões de um investidor ainda não identificado, a missão era levar a uma "guerra pelo controle do jogo do bicho que atingiria ambos os Estados", como consta na investigação. 

As penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), além da perda de mandato do deputado estadual Neno Razuk.

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