Política

SUSPEITA DE CORRUPÇÃO

Indefinição no STJ mantém afastados 3 conselheiros do Tribunal de Contas

Waldir Neves, Iran Coelho e Ronaldo Chadid tiveram medida cautelar prorrogada por ministro do STJ em junho de 2023

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o próximo sábado, dia 8 de junho, completa um ano e seis meses o afastamento dos conselheiros do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) Iran Coelho das Neves, Ronaldo Chadid e Waldir Neves Barbosa, investigados por suposta trama de corrupção, sem que a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tenha analisado as denúncias feitas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em razão dessa indefinição, o imbróglio sobre o retorno ou não dos três conselheiros à Corte de Contas continua, morosidade essa que obrigou a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) a criar uma comissão temporária para acompanhar os desdobramentos dos processos. 

Inclusive, na sessão de terça-feira, o presidente da comissão, deputado estadual Coronel David (PL), apresentou requerimento solicitando informações à presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, sobre o andamento dos processos.

Para embolar ainda mais a questão, no início da noite de ontem, a presidente Maria Moura adiou, pela quarta vez consecutiva, a análise da denúncia de lavagem de dinheiro feita pelo MPF contra o conselheiro Ronaldo Chadid, remarcando agora para o dia 10 de junho, sendo que nas outras duas vezes a denúncia entrou na pauta no dia 21 de fevereiro e no dia 6 de março.

Já com relação à análise das denúncias contra os conselheiros Iran Coelho das Neves e Waldir Neves Barbosa, a Corte Especial do STJ ainda nem marcou o julgamento, sendo que, também no próximo sábado, termina o prazo de prorrogação por mais um ano do afastamento dos três conselheiros determinado pelo ministro Francisco Cândido de Melo Falcão Neto por solicitação da vice-procuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo.

Com isso, conforme apurou o Correio do Estado, os três conselheiros vão continuar afastados até que a sessão de recebimento ou não das denúncias contra Waldir Neves, Iran Coelho e Ronaldo Chadid.

No julgamento, a Corte Especial do STJ poderá, caso vote pela aceitação das denúncias, renovar o afastamento, iniciado no dia 8 de dezembro de 2022, mantendo na Corte de Contas três auditores-fiscais.

ENTENDA

De acordo com a denúncia proposta pelo MPF, durante as investigações e diligências executadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), foram “angariados elementos informativos concretos da solicitação e recebimento, por parte de assessores do conselheiro Waldir Neves, de valores repassados pelo empresário Leonardo Primo de Araújo, sócio da empresa L&L Comercial e Prestadora de Serviço, que possui contratos com o TCE-MS desde o ano de 2015, fatos que seguem sob escrutínio nas investigações ainda em trâmite”.

Ainda conforme a denúncia, os conselheiros foram implicados por crimes como peculato e fraude em licitação (Waldir e Iran) e lavagem de dinheiro e corrupção (Ronaldo).

Em duas denúncias oferecidas ao STJ, a vice-procuradora-geral da República pedia a perda do cargo para os três conselheiros do TCE-MS, além da condenação criminal pelos fatos narrados.

Waldir Neves, por exemplo, foi denunciado por fraudar licitação (crime cuja punição é de 2 a 4 anos de prisão) e três vezes por peculato (pena de 2 a 12 anos de prisão), com um agravante: a pena pode aumentar em até um terço, pelo fato de o delito imputado a ele ter sido praticado por um servidor público no exercício da função.

Iran Coelho das Neves, conforme o material da Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (PGE-MS), ao qual o Correio do Estado teve acesso, foi alvo de denúncia parecida com a de Waldir, mas foi acusado cinco vezes por peculato, por causa dos aditivos ao contrato com a Dataeasy, empresa de informática pivô do escândalo de corrupção que deu origem à Operação Terceirização de Ouro, em dezembro do ano passado, e agora a essa acusação criminal.

O MPF denunciou Ronaldo Chadid e sua ex-chefe de gabinete, Thaís Xavier Ferreira da Costa, por lavagem de R$ 1,6 milhão, montante resultante da apreensão de R$ 890 mil em dinheiro na casa do conselheiro e de R$ 730 mil em espécie na casa da chefe de gabinete.

547 dias de afastamento dos três conselheiros

Iran Coelho, Waldir Neves e Ronaldo Chadid estão proibidos de pisarem no TCE-MS.

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POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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