Enquanto o acampamento de insurgentes contra o resultado das eleições de outubro em frente ao Comando Militar de Oeste (CMO), em Campo Grande, não é desocupado, militantes têm agredido jornalistas.
Somente nesta segunda-feira (9), uma equipe do Correio do Estado foi hostilizada pelo grupo de militantes radicais de apoiadores do ex-presidente de Jair Bolsonaro (PL), além de equipes de outros veículos, como Campo Grande News e Top Mídia News também terem relatado agressões por parte dos radicais. Policiais militares, que estão no local, testemunharam as agressões, mas alegaram que a situação está sob controle.
“A gente viu que a equipe do Campo Grande News já estava no local, e que alguns manifestantes foram conversar com eles. No momento em que a gente chegou para acompanhar a conversa, alguns manifestantes, se assim pode-se dizer, né? Queriam impedir o trabalho da imprensa”, relatou o fotojornalista Wesley Ortiz, do Top Mídia News.
Ainda segundo Ortiz, os manifestantes informaram que a imprensa não poderia fazer imagens no local - que é uma via pública. Ao questionar, o fotógrafo foi atacado.
“Eu fui colocar o celular que a gente utiliza para fazer a nossa transmissão ao vivo no suporte. Nesse momento, uma das mulheres que estavam ali achou que eu ia filmar ela, então ela veio e me agrediu com um soco na barriga”.
Os manifestantes começaram a defender a mulher, alegando que Ortiz a teria agredido.
“Nisso veio uma outra mulher, me deu um tapa no rosto. Eu peguei o celular e comecei a gravar ela, ela fez gestos obscenos para a câmera, depois pegou uma bandeira e agrediu a jornalista Ana Beatriz, do Campo Grande News, com a bandeira”, comentou.
Confira o vídeo:
Essa não é a primeira vez que jornalistas são impedidos de trabalhar por manifestantes.
A Polícia Militar, que estava no local, buscou apaziguar, mas não tomou providências contra os agressores e não quis dar entrevista. As viaturas seguem no local para acompanhar a desmobilização dos acampamentos.
A Sejusp alega que existe um prazo para essa desmobilização do acampamento, que é de 24 horas a partir de uma notificação da decisão do ministro Alexandre de Moraes. Moraes tomou a decisão pouco depois das 23h (MS) deste domingo, logo após atos terroristas, dos quais vários sul-mato-grossenses que viajaram em caravana participaram, resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes da República: o Palácio do Planalto (Executivo), o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional (Legislativo).