Política

ORIENTE MÉDIO

Lula diz que crise 'é um bem para a democracia'

Lula diz que crise 'é um bem para a democracia'

ESTADÃO E BBC BRASIL

14/03/2011 - 09h46
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista exclusiva à BBC Brasil, que as rebeliões que sacodem o Oriente Médio são "um bem para a democracia".

Na opinião de Lula, que participou do fórum "O mundo árabe em transição: o futuro chegou?", promovido pela rede de TV Al Jazeera em Doha, no Catar, os protestos devem promover mudanças na região como o aumento da preocupação com a população jovem e com a distribuição de renda.

"Uma fruta, por mais gostosa que seja, quando fica no pé e você não a colhe no tempo certo, apodrece e cai. O mesmo acontece com os governantes. Na medida em que vai passando o tempo, na medida em que a juventude começa a perder a esperança, acontece o que está acontecendo", disse Lula, recorrendo a uma de suas famosas metáforas, ao comentar as rebeliões no Oriente Médio.

O ex-presidente negou ter sido sondado pela Venezuela para liderar uma comissão de mediação da crise na região, mas defendeu a aproximação do Brasil com países do Oriente Médio e disse que isso aumenta a independência tanto do Brasil como da região em relação aos Estados Unidos.

"O Brasil não quer pedir licença, o Brasil quer ser respeitado, ser tratado como adulto", afirmou Lula, ao comentar a ambição brasileira de exercer um papel de liderança no cenário internacional.

O ex-presidente também abordou sua relação com a presidente Dilma Rousseff ao dizer que mantêm contato próximo com ela e que não há divergências entre eles: "O dia em que tiver divergência entre eu e ela, ela terá razão".

Lula disse ainda que está feliz na condição de ex-presidente, que ter deixado o poder com 85% de aprovação o deixa com "a sensação de dever cumprido", e que ainda é cedo para dizer o que fará no futuro - se voltará para a política no Brasil ou se candidatará a algum cargo internacional.

 

Leia abaixo a entrevista do ex-presidente Lula à BBC Brasil:

 

BBC Brasil - Qual a sensação de, depois de dois mandatos, deixar o governo com mais de 85% de aprovação?

Luiz Inácio Lula da Silva - É uma sensação de dever cumprido. Quando eu disputei (as eleições para) o primeiro e o segundo mandato, nós tínhamos traçado o objetivo de construir um Brasil diferente, com inclusão social, distribuição de renda, geração de empregos. Da volta do desenvolvimento do Brasil. E também tínhamos estabelecido a ideia de fazer com que o Brasil tivesse uma inserção no mundo mais importante. E nós atingimos o objetivo. Nós superamos as expectativas até de gente nossa. Eu sinto hoje o prazer de ter valido a pena ter perdido três eleições, de ter tido paciência e de ter esperado para ganhar as eleições e provar que nós éramos capazes de fazer mais do que aqueles que tinham governado antes de nós. E também o prazer de saber que a presidente Dilma Rousseff pegou um país muito mais estruturado, com muito mais investimento no setor produtivo, muito mais possibilidade de avançar do que eu peguei. Estou feliz de estar nessa nova função de ex-presidente.

 BBC Brasil - Há alguma coisa que o senhor gostaria de ter resolvido no Brasil em seus dois mandatos como presidente e que não conseguiu?

 Lula - Deve ter muita coisa. Tem muita coisa que começamos e que não terminamos, que vai terminar agora. Agora temos uma preocupação extraordinária: vamos ter a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos no Rio em 2016. Sempre há pessimistas que dizem que vai ter problema. Nós não teremos problemas com aeroportos, com segurança. Eu sou muito otimista. Se você me perguntasse: "o que falta fazer no Brasil?", eu diria: "muita coisa". Certamente vamos descobrindo ao longo do tempo. O tempo vai se encarregar de dizer, e nossos adversários também vão descobrir. Agora vamos torcer para que a companheira Dilma faça tudo aquilo que falta fazer.

BBC Brasil - E qual é a sua avaliação desses quase 100 dias de governo Dilma?

 Lula - Posso te dizer que foram muito mais tranquilos do que os meus primeiros 100 dias. Porque a Dilma hoje praticamente não tem problemas. Ela tem, coordenado por ela mesma, a contratação de 1 milhão de casas do programa Minha Casa, Minha Vida número 1, e agora começa a contratar 2 milhões de casas para o programa número 2. Ela tem praticamente R$ 995 bilhões de investimentos no PAC 2, ela tem, só da Petrobras, US$ 224 bilhões em investimentos até 2014, uma quantidade enorme de coisas para inaugurar, 46 escolas técnicas que estão em fase de término. Já deu um aumento para o Bolsa Família, que foi uma coisa importantíssima. Está trabalhando em um projeto para acabar definitivamente com a miséria no Brasil. Não houve nenhuma grande realização nesses 100 primeiros dias de governo, porque não é possível ter. Um filho leva nove meses para ser gerado, você imagina uma grande obra? Mas ela tem o Brasil na cabeça, tem os projetos prontos. Eu acho que a Dilma vai fazer um governo excepcional para o Brasil.

 BBC Brasil - E como é atualmente a relação do senhor com a presidente? Vocês mantêm contato frequente?

Lula - Mantemos, conversamos sempre. Nos encontramos quatro vezes depois que eu deixei a Presidência. De vez em quando, querem dizer que existem divergências entre eu e a Dilma. Não vai existir nunca divergência entre eu e a Dilma, porque o dia em que tiver divergência entre eu e ela, ela terá razão.

BBC Brasil - Como o senhor avalia a atual situação no Oriente Médio e qual papel o Brasil pode desempenhar nessa crise, principalmente na Líbia?

Lula - É preciso ter cuidado para não tentarmos dar palpite equivocado em um processo ainda em construção. Até agora, alguns governos foram derrubados. O que vai acontecer depois, ainda é mais dúvida do que certeza. Que tipo de Constituição vai existir em cada país? Que tipo de gente vai ser eleita? Porque se a derrubada desses governos se deu sem uma organização estruturada do ponto de vista político, é muito difícil você montar governo e construir instituições sólidas. Uma fruta, por mais gostosa que seja, quando fica no pé e você não a colhe no tempo certo, apodrece e cai. O mesmo acontece com os governantes. Na medida em que vai passando o tempo, na medida em que a juventude começa a perder a esperança, acontece o que está acontecendo.

Eu acho que é um bem para a democracia. É preciso que o presidente líbio, Muamar Khadafi, se disponha a negociar com as pessoas que estão lutando, porque não pode continuar havendo violência. É preciso que ele se disponha a conversar ou que convoque uma eleição, um referendo, alguma coisa, para que seja possível medir o tamanho do desejo do povo da saída (de Khadafi do governo). Mas eu acho que esse é um processo normal, que aconteceu no Brasil, por ocasião do regime militar, em 1983 e 1984, durante a campanha para eleições diretas, aconteceu na Argentina, no Chile, no Uruguai, no Paraguai, e agora é a vez do Oriente Médio. Eu acho que esse processo é bom. Depois disso, poderemos colher a sensação de um Oriente Médio renovado, mais preocupado com a juventude, com a distribuição de renda, mais preocupado com a democracia.

 BBC Brasil - Foram divulgadas notícias sobre um pedido da Venezuela para que o senhor liderasse uma comissão internacional para mediar a crise na Líbia.

 Lula - Isso é um boato falso. O próprio ministro de Exteriores da Venezuela desmentiu.

BBC Brasil - Durante seus dois mandatos, foi aberta a embaixada palestina no Brasil, foi criada a Cúpula América do Sul-Países Árabes, o senhor fez inúmeras viagens ao Oriente Médio. Qual é a importância das relações entre o Brasil e o Oriente Médio hoje?

Lula - Quanto mais forte for a relação do Brasil com o Oriente Médio, do ponto de vista comercial, político, econômico e cultural, menos o Oriente Médio será dependente da Europa e dos Estados Unidos, e menos o Brasil será dependente da Europa e dos Estados Unidos. Nós diversificamos as nossas relações. Durante séculos, nós estivemos afastados, e eu diria que por interesses econômicos das grandes potências. Não há motivo para governantes brasileiros passarem um século e meio sem ir a países do Oriente Médio. Acho que essas relações tendem a continuar crescendo.

BBC Brasil - E quais são o objetivos dessa política voltada não só para países árabes, mas também africanos e sul-americanos?

Lula - A ideia fundamental é tentar socializar as experiências bem sucedidas que nós tivemos no Brasil. Nem nós ainda temos noção do resultado de tudo que nós fizemos. Quando terminou meu segundo mandato, fiz questão, no dia 15 de dezembro (de 2010), de que todos os ministros registrassem em cartório tudo o que fizemos, porque daqui para frente é que vamos nos dar conta do que fizemos. Porque tirar 36 milhões de pessoas da pobreza e levar para a classe média, e tirar 28 milhões da pobreza extrema é resultado de um trabalho extraordinário de microcrédito, de financiamento, de distribuição de renda, de aumento de salário.

E eu quero mostrar essas coisas para outros países e ver se a gente consegue arrumar recursos para financiar essas coisas naqueles países. Não é possível que as pessoas não compreendam que quanto mais melhorar a África, melhora a Alemanha, melhoram os Estados Unidos, melhora o Brasil. Porque aumentam as relações entre os países, aumenta o poder de consumo, melhora a qualidade de vida das pessoas. Eu fiz uma boa amizade com os presidentes africanos, visitei 29 países. Eu, sozinho, visitei mais que (todos os presidentes de) toda a história da República do Brasil. Se eu puder ajudar Cabo Verde, Senegal, Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, eu tenho que ajudar. E estou disposto a fazer esse esforço.

 

BBC Brasil - E qual é a importância do Brasil hoje em dia como uma espécie de líder nas relações Sul-Sul?

Lula - A palavra líder é muito delicada, porque a gente só lidera quem pede para ser liderado. E ninguém pediu para o Brasil liderar as relações Sul-Sul. O que tem que se levar em conta é que o Brasil é a maior economia, tem a maior população (da América Latina), e, portanto, é quase que normal que o país tenha um papel importante nessas relações. Mas qualquer um dos quatro países do Mercosul pode fala pelo Mercosul, qualquer um da Unasul pode falar em nome da Unasul. O Brasil tem uma maior inserção no mundo e tem a obrigação de fazer mais, de trabalhar mais e de propor mais coisas. Eu acho extraordinário que os países da América do Sul comecem a ser percebidos pelo mundo.

Acho que o Brasil começa a ser respeitado e ouvido, o mundo começa a perceber que nós temos o que propor. Isso é bom, porque houve o fim de uma bipolaridade, em que duas grandes potências diziam ao mundo o que fazer. Depois do fim da bipolaridade, ficou quase que uma posição única. No fundo, mandavam quase que só a União Europeia e os Estados Unidos. O Brasil não quer pedir licença, o Brasil quer ser respeitado, quer ser tratado como um adulto, que tem o que falar, que tem o fazer, que tem o que propor, que sabe negociar. Acho que a tendência daqui para frente é o Brasil se fortalecer muito mais na sua política externa, porque isso foi muito bom para o país e para o povo brasileiro.

Há dez anos, os brasileiros viajavam para o exterior e tinham vergonha de mostrar o passaporte, de dizer que eram brasileiros. Hoje os brasileiros têm orgulho, em qualquer lugar do mundo, de dizer "sou brasileiro". As pessoas já não conhecem mais o Brasil só pelo carnaval, pela violência, pelas favelas e pelo futebol. Elas conhecem o Brasil pelo acerto em sua política econômica, pelo acerto no tratamento da crise, pela descoberta do pré-sal, pela distribuição de renda, pela ascensão da classe pobre à classe média, por nossa política ambiental.

BBC Brasil - E o que o senhor tem feito? Quais são os planos para o futuro? O senhor pretende se candidatar a algum cargo internacional? Voltar para a política brasileira?

Lula - Tudo o que eu falar agora será precipitado. Eu tenho descansado, tenho trabalhado, feito palestras. No mês de março, eu vou a Portugal receber um título da Universidade de Coimbra, vou ao Paraguai em uma reunião sobre educação, vou ao Uruguai para a comemoração dos 40 anos da Frente Ampla. Vou no dia 5 de abril para Washington, para um debate promovido pela Microsoft, depois eu vou para Acapulco, no México, para Madri e para Londres.

Orçamento da União

Mato Grosso do Sul teve repasse recorde de emendas Pix em 2024

Governo de MS ficou com 60% dos R$ 135 milhões destinados por parlamentares; senador Nelsinho Trad (PSD) é quem mais transfere

26/12/2024 06h30

Parlamentares da bancada federal de Mato Grosso do Sul; Nelsinho foi o campeão de emendas. Tereza Cristina não liberou nenhuma

Parlamentares da bancada federal de Mato Grosso do Sul; Nelsinho foi o campeão de emendas. Tereza Cristina não liberou nenhuma Paulo Ribas

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O Estado de Mato Grosso do Sul é o principal beneficiário das emendas individuais da modalidade “transferências especiais”, também conhecidas como emendas Pix, liberadas neste ano pelo governo federal via Orçamento da União. O campeão nesta modalidade de transferência, que peca pela falta de transparência, é o senador Nelsinho Trad (PSD).

O volume de emendas Pix pagas aos parlamentares de Mato Grosso do Sul neste ano é o maior desde que a modalidade foi criada, no orçamento de 2020. Foram R$ 135,9 milhões transferidos até agora, contra R$ 120,5 milhões durante todo o ano passado, período em que o volume havia sido o maior no Estado.

As transferências especiais, contidas nas emendas parlamentares individuais, recebem esse nome porque são enviadas ao destino sem qualquer plano de trabalho, convênio ou projeto, tampouco qualquer exigência de transparência na aplicação dos recursos.

Foi a imposição de maior transparência na aplicação desta modalidade de emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que provocou um contra-ataque de boa parte dos parlamentares do grupo chamado “Centrão” às pautas do Poder Executivo neste fim de ano, por exemplo.

Somente o valor destinado ao Estado de Mato Grosso do Sul é de R$ 82.405.602,00, conforme apuração feita pelo Correio do Estado junto aos mecanismos de rastreamento da execução orçamentária da União.
O município de Campo Grande é o segundo maior beneficiado por esta modalidade de emenda de prestação de contas duvidosa: R$ 9,7 milhões.

Em terceiro lugar no ranking das cidades que mais recebem emendas Pix em Mato Grosso do Sul está Ivinhema, administrada pelo prefeito Juliano Ferro (PSDB), que se autoproclama nas redes sociais como o “mais louco do Brasil” e já esteve envolvido em várias investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Essas investigações incluem desde inquéritos sobre a atuação de uma quadrilha de traficantes de drogas na cidade até um possível superfaturamento com verbas da merenda escolar. Ivinhema garantiu R$ 3,12 milhões em emendas Pix neste ano.

Nelsinho Trad (PSD) foi quem mais “ajudou” Ivinhema, com R$ 2 milhões, seguido por Soraya Thronicke (Podemos), com R$ 774 mil, e Beto Pereira (PSDB), com R$ 350 mil.

A quarta cidade que mais recebeu emendas Pix foi Miranda, com R$ 2,2 milhões, seguida por Dourados, que recebeu R$ 2,08 milhões.

Nelsinho campeão

O parlamentar que mais liberou emendas Pix no Orçamento da União foi o senador Nelsinho Trad (PSD). Ele conseguiu liberar, até agora, R$ 30,81 milhões para o Estado e diversas prefeituras.
Ele é seguido pelo deputado federal Dagoberto Nogueira, que repassou R$ 18,3 milhões para prefeituras e para o Estado.

Dagoberto é seguido de perto por Soraya Thronicke, que repassou R$ 17,2 milhões do Orçamento da União para o Estado por meio desta modalidade de emendas de prestação de contas pouco transparente.

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), eleito com a alcunha de “Gordinho do Bolsonaro”, é o quarto maior repassador de emendas Pix: enviou R$ 17,08 milhões, também com opaca prestação de contas, para suas bases.

Os "sem emenda"

Destaca-se na lista a senadora Tereza Cristina (PP), que não usou este artifício neste ano para atender suas bases.

Na ponta de baixo, Camila Jara (PT), com R$ 1,4 milhão destinados ao governo do Estado, e Marcos Pollon (PL), com R$ 5,4 milhões, são os que menos usaram o mecanismo.

Ajuda a São Paulo

No caso de Pollon, contudo, ele é o único parlamentar de Mato Grosso do Sul que ajudou outro estado. Ele enviou R$ 1 milhão dos R$ 5,4 milhões que conseguiu para pagar um vídeo de teor ideológico produzido por uma empresa daquele estado.

O Correio do Estado organizou os pagamentos das emendas Pix de várias maneiras. Na primeira lista, consta a divisão por parlamentares; depois, por destinatários. Veja abaixo: 

 

Emendas pix em MS
Veja quem recebeu e quem repassou

Ranking por parlamentar repassadores:

 

  • Parlamentar: NELSINHO TRAD

Valor Total Liberado: R$ 30.816.850,00

  • Parlamentar: DAGOBERTO NOGUEIRA

Valor Total Liberado: R$ 18.390.792,00

  • Parlamentar: SORAYA THRONICKE

Valor Total Liberado: R$ 17.224.925,00

  • Parlamentar: RODOLFO NOGUEIRA

Valor Total Liberado: R$ 17.085.792,00

  • Parlamentar: GERALDO RESENDE

Valor Total Liberado: R$ 14.588.000,00

  • Parlamentar: DR. LUIZ OVANDO

Valor Total Liberado: R$ 14.550.000,00

  • Parlamentar: BETO PEREIRA

Valor Total Liberado: R$ 10.000.000,00

  • Parlamentar: VANDER LOUBET

Valor Total Liberado: R$ 6.270.791,00

  • Parlamentar: MARCOS POLLON

Valor Total Liberado: R$ 5.486.585,00

  • Parlamentar: CAMILA JARA

Valor Total Liberado: R$ 1.490.792,00

  • Parlamentar: TEREZA CRISTINA

Valor total liberado: Não teve emendas pix

Valor Total de Todas as Emendas: R$ 135.904.527,00

 

Por destinatário:

  • Destinatário: ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Valor Total Recebido: R$ 82.405.602,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE

Valor Total Recebido: R$ 9.700.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE IVINHEMA

Valor Total Recebido: R$ 3.124.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE MIRANDA

Valor Total Recebido: R$ 2.200.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE DOURADOS

Valor Total Recebido: R$ 2.080.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE RIBAS DO RIO PARDO

Valor Total Recebido: R$ 2.000.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE CORONEL SAPUCAIA

Valor Total Recebido: R$ 2.000.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE NOVO HORIZONTE DO SUL

Valor Total Recebido: R$ 1.900.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE TERENOS

Valor Total Recebido: R$ 1.800.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE SANTA RITA DO PARDO

Valor Total Recebido: R$ 1.350.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE BELA VISTA

Valor Total Recebido: R$ 1.124.925,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE NAVIRAÍ

Valor Total Recebido: R$ 1.300.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE ANGÉLICA

Valor Total Recebido: R$ 1.000.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE COSTA RICA

Valor Total Recebido: R$ 850.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE INOCÊNCIA

Valor Total Recebido: R$ 800.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE BONITO

Valor Total Recebido: R$ 700.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE JARDIM

Valor Total Recebido: R$ 600.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE APARECIDA DO TABOADO

Valor Total Recebido: R$ 500.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE MARACAJU

Valor Total Recebido: R$ 500.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE SETE QUEDAS

Valor Total Recebido: R$ 500.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE DEODÁPOLIS

Valor Total Recebido: R$ 400.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE LAGUNA CARAPÃ

Valor Total Recebido: R$ 200.000,00

  • Destinatário: MUNICÍPIO DE ITAQUIRAÍ

Valor Total Recebido: R$ 200.000,00

Valor Total de Todas as Emendas: R$ 135.904.527,00

 

 

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CORUMBÁ

Prefeito eleito faz reforma para garantir serviços essenciais

A reestruturação não foi ampla, entretanto, extinguiu e criou secretarias, fundações e agências, a fim de reordenar a máquina e torná-la mais ágil

24/12/2024 08h00

Dr. Gabriel toma posse como prefeito de Corumbá em janeiro

Dr. Gabriel toma posse como prefeito de Corumbá em janeiro Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Sem ainda conhecer a realidade do desarranjo administrativo promovido pelo atual prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), com aumento de cargos comissionados e gratificações, desvio de funções e manutenção de órgãos inoperantes, o seu sucessor, o médico Gabriel Alves de Oliveira (PSB), o Dr. Gabriel, decidiu mudar a estrutura de secretárias e repartições indiretas a 10 dias da posse, em 1º de janeiro de 2025.

A demora na entrega de documentação por parte da atual gestão administrativa à Comissão de Transição tem dificultado fechar a conta em relação à herança a ser deixada para o futuro prefeito, que está preocupado em enxugar a máquina pública, desde a sua estrutura até a redução da folha de pessoal – como Dr. Gabriel disse, “girar o motor” para cumprir as metas em áreas prioritárias.

A reforma administrativa não foi ampla, porém, extinguiu e criou secretárias, fundações e agências, a fim de reordenar a máquina e torná-la mais ágil, principalmente entre os órgãos de desenvolvimento e promoção social.

“Queremos que os serviços essenciais funcionem, e os gastos com a máquina não permitem atender hoje às demandas da nossa população”, disse Dr. Gabriel.

Gestão eficiente

O prefeito eleito quer enxugar “ao máximo” a estrutura administrativa, para que possa desenvolver o seu plano de governo, centrado na reorganização da área assistencial, hoje precária, com o fechamento de postos, a falta de medicamentos e a ausência de médicos. Dr. Gabriel adiantou que também vai priorizar a recuperação da cidade e retomar obras inacabadas.

O novo organograma administrativo foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal de Corumbá no dia 18. 

“Estamos dando o primeiro passo. Assim, o prefeito eleito poderá implantar um modelo de gestão mais eficiente e voltado aos interesses coletivos”, enfatizou o presidente do Legislativo municipal, vereador Ubirajara Canhete Filho.

Habitação

Com a reforma, a administração direta passa a contar com as secretarias de Governo e Gestão Estratégica e de Planejamento, Receita e Administração.

Ainda, com as de fomento ao desenvolvimento integrado (Infraestrutura e Serviços Públicos e de Desenvolvimento Econômico e Sustentável) e de desenvolvimento e promoção social (Saúde, Educação, Assistência Social e Cidadania e Segurança Pública e Defesa Social).

Entre as fundações, foram criadas as de Habitação e Regularização Fundiária e de Desenvolvimento Urbano e Patrimônio Histórico, atendendo áreas prioritárias.

A cidade não tem investimentos em habitação, e o centro histórico carece de manutenção e proteção. A reforma extinguiu ainda duas agências: a Portuária e a de Regulação de Serviços Públicos.

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