Política

ELEIÇÕES 2024

Na reta final, diálogo com a Igreja Católica pode ter ajudado reeleição de Adriane Lopes

Arcebispo metropolitano de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa reforçou que foi muito importante apoiar todas as formas boas de exercício da política

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Na véspera do segundo turno das eleições municipais em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (PP), candidata à reeleição, esteve na residência episcopal visitando o arcebispo metropolitano da Capital, Dom Dimas Lara Barbosa, e, nesse encontro com a autoridade máxima da Igreja Católica Apostólica Romana no município, ela demonstrou integral respeito ao clérigo, quando pediu a bênção dele para o pleito.
 
O gesto gerou bastante entusiasmo por parte de muitos cristãos católicos da cidade, pois, a prefeita, embora cristã, professa a sua fé por meio da matriz protestante.

Em razão disso, Adriane Lopes conquistou o apoio de diversos eleitores católicos, cujo público é de aproximadamente 600 mil pessoas distribuídas em 54 paróquias e comunidades na cidade, o que pode ter ajudado na reeleição dela com 222.699 votos.
 
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o arcebispo metropolitano Dom Dimas Lara Barbosa contextualizou a importância do diálogo entre as igrejas, buscando sempre a finalidade uníssona entre as intuições em prol do benefício da população.

“O Papa Paulo VI dizia que a verdadeira política é uma eminente forma de exercício da caridade e, por isso, eu penso ser muito importante apoiar todas as formas boas de exercício da política em benefício do nosso povo”, afirmou.
 
Dom Dimas completou que, durante o processo eleitoral, apresentou aos candidatos, tanto ao Legislativo, quanto ao Executivo um protocolo de intenções que abrangia uma série de itens que a Igreja Católica considera imprescindíveis no exercício da política.

“A começar pela defesa da vida, defesa da família, a questão da ficha limpa, inclusive na escolha dos próprios assessores, a questão da ética, da transparência, mas também vários outros itens que nós não pretendemos ser exaustivos, mas abordamos uma série de itens que no nosso dia a dia, nós percebemos que são lacunas na vida do povo, não é, questões de segurança a questão é da droga, a questão das nossas obras sociais e muitos outros itens. Os candidatos que quiseram assinaram esse protocolo”, argumentou.
 
Ainda sobre o transcorrer da corrida eleitoral em Campo Grande, o arcebispo comentou que o “processo eleitoral prosseguiu com toda tranquilidade e chegamos ao resultado de um embate histórico entre duas mulheres, inclusive em uma disputa bastante apertada”.

“Eu quero desejar à prefeita eleita Adriane Lopes, muito sucesso no exercício do seu mandato. Que o nosso bom Deus a abençoe e a ilumine em suas iniciativas e decisões é que sejam colocadas realmente para o bem do nosso povo”, pontuou.
 
A participação da Igreja Católica nessa reta final parece ter sido coerente com o resultado do último domingo. Do ponto de vista das estimativas, considerando, sobretudo, o acompanhamento notório que a comunidade católica tem – costumeiramente – para com os seus bispos, a veiculação da imagem da atual prefeita visitando o líder da maior comunidade religiosa da cidade, pode ter influenciado alguns indecisos, pois, a pauta sobre o direito à vida e não ao aborto, por exemplo, era comum entre a progressista Adriane Lopes e a comunidade católica.
 
Nesse sentido, o apoio à candidata adversária Rose Modesto cuja aliança estabelecida com o Partido dos Trabalhadores na capital, pode ter enrijecido o voto de muitos católicos que não confabulam com o aborto em nenhuma etapa gestacional, enquanto, nesse viés, o Partido dos Trabalhadores (PT) que apoiou a candidata derrotada, busca viabilizar políticas abortivas em defesa ao direito da mulher, demonstrando, nesse caso, uma aliança crítico-religiosa efetiva e conexa entre a prefeita reeleita e a comunidade católica, que não concebem o aborto em nenhuma circunstância por revertido e conquistado votos na reta final.
 
Também participaram da reunião o secretário municipal de Educação, Lucas Bittencourt, as representantes da Secretaria Municipal de Educação de Campo Grande (Semed), Ana Dorsa e Noemi Duarte, o padre Wagner Divino, que é pároco da Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio de Pádua, o professor-doutor Fábio do Vale, que é coordenador de pesquisa e iniciação científica da Faculdade Insted, e Thelma Lopes, do Gabinete da Prefeitura de Campo Grande.

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CRISE POLÍTICA

Permanência do PT na administração do governador Riedel divide o partido

Provável presidente da sigla, o deputado federal Vander Loubet defende que legenda mantenha os cargos no governo estadual

08/04/2025 08h00

A executiva estadual do PT em Mato Grosso do Sul se reuniu ontem para tratar do assunto

A executiva estadual do PT em Mato Grosso do Sul se reuniu ontem para tratar do assunto Foto: Giovanni Colett/Divulgação

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A publicação feita pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) nas suas redes sociais, defendendo a anistia irrestrita aos presos do 8 de janeiro de 2023, que provocaram um quebra-quebra na sede do Superior Tribunal Federal (STF), no Congresso e no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), causou uma divisão dentro da executiva estadual do PT em Mato Grosso do Sul.

Uma ala do partido defende a imediata saída da legenda da administração estadual, entregando os vários cargos que ocupa e até o comando da Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), enquanto outro grupo atende que o PT deve continuar na gestão de Riedel como uma forma de marcar presença até, pelo menos, que ele decida para qual partido vai migrar ou se vai continuar no ninho tucano.

Entre os que defendem a permanência no governo Riedel, está o deputado federal Vander Loubet (PT), que informou sobre a reunião da executiva estadual do partido na manhã de ontem, em Campo Grande.

“Na reunião, não houve nenhum tipo de decisão no sentido de que o PT vá deixar a base ou vai abandonar de vez o governo Riedel”, revelou ao Correio do Estado.

O parlamentar explicou que tanto ele quanto outras lideranças do partido, como o deputado estadual Zeca do PT, já se manifestaram contra a posição do governador sobre a questão da anistia aos presos que depredaram os prédios públicos da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

“No entanto, o fato de haver divergência a respeito desse tema não significa que o PT tenha que abandonar o governo Riedel, ou ainda pior, cortar relações. Muito pelo contrário, entendemos que o governo estadual continua sendo um governo em disputa, ou seja, que o PT precisa ocupar os espaços dentro dele para conseguir colocar em prática as políticas públicas”, argumentou. 

Para ele, o partido entende que a implantação de políticas públicas é importante, principalmente as voltadas para a questão da agricultura familiar, que envolve os assentados da reforma agrária, bem como a questão dos povos indígenas e dos quilombolas, que é uma pauta importante para o PT.

Ainda em relação à permanência ou não do PT na base de apoio do governo Riedel, ocupando cargos e espaços na gestão estadual, Loubet entende que ainda há muitos outros fatores, sendo necessário o partido aguardar para tomar qualquer tipo de decisão.

“É necessário aguardar para ver para que partido o governador Eduardo Riedel vai migrar, se vai continuar no PSDB, se vai para alguma outra legenda. Isso é um elemento que pode pesar em uma decisão dessas, portanto, ainda temos muitas questões para se aguardar e, só depois, analisar uma decisão como essa”, explicou ao Correio do Estado.

CONTRÁRIOS

Entre os que são favoráveis à debandada do PT do governo Riedel está o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que defendeu que o partido precisa deixar a base aliada da gestão estadual.

“Acredito que chegou a hora do PT desembarcar desse governo. Não é possível conviver com um governo que apoia golpistas e não tem apreço pela democracia”, declarou.

O parlamentar defendeu que o compromisso do PT em Mato Grosso do Sul é com a reeleição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições gerais do ano que vem.

“O atual governo lidera um projeto de combate às desigualdades sociais, defesa da democracia e crescimento sustentável. Precisamos apresentar uma proposta coerente com essa visão. Sem anistia para golpistas. Golpe nunca mais. Democracia sempre”, reforçou.

Além de criticar a fala de Riedel, a deputada estadual Gleice Jane (PT) também defendeu que o partido se retire da base de apoio ao governo estadual na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems). De acordo com ela, a posição do governador gera preocupação, indignação e questionamentos, tendo em vista que, após os atos de vandalismo, Riedel foi até Brasília e caminhou com o presidente Lula ao pedir justiça pelos atos.

“Permitir que os responsáveis por atos de violência, destruição e ameaças à democracia sejam isentos de punição representa um retrocesso perigoso para o povo brasileiro, e a postura adotada pelo chefe do Executivo sul-mato-grossense coloca em risco a segurança do povo. Por isso, reafirmo minha posição de que o PT não pode mais compor este governo”, finalizou.

Saiba - Executiva critica Riedel e prioriza reeleger Lula

A executiva estadual do PT considerou inaceitável a manifestação do governador Eduardo Riedel em favor da anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023. A direção cobrou coerência dele, tendo em vista que o PT apoiou a candidatura dele no segundo turno das eleições de 2022.

As consequentes medidas políticas decorrentes dessa posição serão tomadas em consonância com a base, levando em conta a prioridade de reeleger o presidente Lula, com ampliação das bancadas e a conquista de uma das vagas ao Senado.

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Política

Trump diz que EUA estão em 'conversas diretas' com Irã e confirma reunião bilateral

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca

07/04/2025 20h00

Deputados de MS acompanham posse de Trump

Deputados de MS acompanham posse de Trump Reprodução redes sociais

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda, 7, que seu governo está em "conversas diretas com o Irã" e classificou como "muito importante" uma reunião bilateral prevista para o próximo sábado "Prefiro que cheguemos a um acordo com o Irã", disse, sem revelar o local do encontro. "Não posso falar mais desse encontro, nem onde será", acrescentou.

O tom, no entanto, foi ambíguo. Apesar de demonstrar otimismo ao afirmar que espera que as "conversas com o Irã sejam muito positivas", Trump foi rígido ao dizer que, se não houver avanços, "será um péssimo dia para eles". Ele também reiterou uma das principais exigências dos EUA na questão nuclear: "Posso falar que o Irã não pode ter armas nucleares."

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. "Eles não podem ter armas nucleares", concordou o premiê, que afirmou ter conversado com Trump sobre tarifas, reféns e Gaza. Segundo ele, os dois países trabalham em "outro acordo sobre Gaza para derrotar o Hamas" e em uma nova troca de reféns. Trump também comentou a situação no território: "Seria ótimo ter uma força americana controlando parte da Faixa de Gaza", disse. "Gaza é um ótimo local, mas que ninguém quer viver ali agora."

Em meio ao alinhamento diplomático, Netanyahu sinalizou disposição para avançar em questões comerciais com Washington. "Reconheço que precisamos ter relações comerciais justas com os EUA. Vamos eliminar o déficit comercial e barreiras comerciais", afirmou. Mesmo com a promessa de Netanyahu, Trump destacou que não deve eliminar as tarifas aplicadas sobre importações de Israel aos EUA.

Em paralelo, o governo dos EUA intensificou a retórica contra os Houthis. O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse que "foram três péssimas semanas para os Houthis e isso vai piorar". Segundo ele, Washington foi "muito claro ao Irã para que não apoiem os Houthis ainda mais" e prometeu aumentar a pressão. Trump reforçou a mensagem: "Nosso exército está muito poderoso e continuará assim."

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