Política

ELEIÇÕES 2020

PT escala Pedro Kemp
para tentar se reerguer

Há tempos o Partido dos Trabalhadores busca administrar o Executivo municipal, mas sem sucesso

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Passados 22 anos do tempo áureo em que teve o comando político-administrativo de Mato Grosso do Sul nas mãos – com o governo do Estado –, dois parlamentares na Câmara Federal, dois deputados estaduais e três vereadores em Campo Grande, o Partido dos Trabalhadores (PT) ensaia recuperação para tentar sair da inanição política em que vive. Para isso, quer realizar o sonho de conquistar a Prefeitura de Campo Grande, um desejo que remonta à 1992, quando o bancário aposentado e um dos fundadores da legenda, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, tentaram se eleger pela primeira vez, mas foram derrotados.

Agora, para isso, colocou-se à disposição o filósofo, psicólogo, mestre em Educação e deputado estadual Pedro Kemp, o 6º melhor colocado nas urnas em Campo Grande nas eleições de 2018, com 10.428 votos, entre os 24 candidatos à Assembleia Legislativa e o 16º no Estado (20.969).

Petista desde que entrou na vida pública, em 1996, quem conhece Pedro sabe que ele não é de negar “três vezes” suas convicções partidárias e nem a devoção política ao seu líder maior, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por malfeitos com o dinheiro público e que hoje se encontra solto, mas não absolvido. Nessa nova empreitada, na campanha eleitoral deste ano e na qualidade de pré-candidato, o parlamentar virá com a convicção de que agora, enfim, o eleitor campo-grandense pode dar a “César o que é de César”, no caso, a prefeitura a ele, Pedro César Kemp.

Não será fácil, porém. Com um quadro de militância desmotivada, perda de importantes lideranças, que rumaram para outras legendas, e, em nível nacional, tentando se reerguer das cinzas, a missão de Kemp “para o PT voltar aos braços do povo” como outrora exigirá muito esforço, conforme alguns analistas políticos. Um dos primeiros passos, segundo eles, será mudar a convergência de seus discursos que, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), é voltada na maioria das vezes contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o inimigo figadal do ex-presidente Lula. Kemp, explicam, terá de voltar o foco de suas críticas para Campo Grande porque as eleições serão municipais. “É uma disputa mais paroquial. A população quer saber quem vai resolver o problema dos buracos em sua rua, o problema da tarifa do ônibus, mais do que saber se o dólar subiu ou desceu por alguma medida de Bolsonaro”, afirma um deles.

HISTÓRICO

O PT em Mato Grosso do Sul hoje não é nem sombra daquele de 1998, quando o deputado estadual por dois mandatos, Zeca do PT, derrotou o PSDB, representado nas urnas pelo ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado Ricardo Bacha. Para os petistas, aliás, a vitória soou como uma revanche. No caso, contra o hoje MDB, aliado dos tucanos. Dois anos antes, o mesmo Zeca havia perdido as eleições a prefeito de Campo Grande por 411 votos, resultado contestado judicialmente, mas que acabou confirmado. Naquela época, o seu opositor foi André Puccinnelli, do então PMDB, que, reeleito, viria a cumprir oito anos de mandato. O petista seguiu o caminho e governou Mato Grosso do Sul também por oito anos.

A Prefeitura de Campo Grande para o PT sempre foi almejada, mas nunca alcançada. Mesmo com o governo nas mãos, o candidato na disputa de 2000 para a cobiçada cadeira do Paço Municipal, o então deputado federal Eurídio Ben Hur Ferreira, ficou em terceiro lugar entre os cinco candidatos. O partido, porém, conseguiu fazer uma bancada de três vereadores.

Nas eleições gerais de 2002, quando Zeca se reelegeu para mais um mandato de governador, veio na esteira do partido, três deputados estaduais e dois federais. O petista derrotou Marisa Serrano, candidata do PSDB, que assumiu a disputa.

Já em 2004, os petistas se aventuraram outra vez a entrar na guerra pela Prefeitura de Campo Grande e de novo o partido foi derrotado perdendo  justamente para o arquirrival PMDB.  Vander Loubet, não conseguiu fazer com que a estrela vermelha de sua agremiação ofuscasse o desempenho do deputado estadual Nelson Trad Filho que saiu vitorioso. Conseguiu, porém, quatro cadeiras da Câmara Municipal. 
Em 2006, o PT tenta se manter no poder estadual, mas seu candidato Delcídio do Amaral é derrotado por André Puccinelli, nas urnas. Naquelas eleições foram eleitos, um deputado federal e dois deputados estaduais, dentre eles, Pedro Kemp.
Dois anos depois, em 2008, o PT volta a disputar a Prefeitura de Campo Grande e o seu candidato, Pedro Teruel, perde para o prefeito Nelson Trad Filho, ainda no PMDB. Dois petistas são eleitos para a Câmara Municipal.

Os petistas não desistiram e, em 2010, Zeca entra na briga para tentar recuperar o comando de Mato Grosso do Sul: perde para André Puccinelli, reeleito no primeiro turno da disputa. Mas a legenda da estrela vermelha elege Delcidio do Amaral como senador. A outra vaga fica para Waldemir Moka, também do PMDB e do grupo de André. Para a Câmara Federal é reeleito Vander Loubet  e Antonio Carlos Biffi (hoje no PDT) ganha uma cadeira naquela Casa. Na Assembleia Legislativa, o desempenho foi considerável pois  quatro petistas se elegeram parlamentares. No cenário nacional, Dilma Roussef bateu o tucano José Serra para a presidência da República.

Ainda no objetivo de chegar à Prefeitura de Campo Grande e nas eleições de 2012 - embalado pelo ufanismo da eleição de Dilma, graças a Lula -, tenta conquista-la novamente com Vander Loubet que fica na quinta colocação entre os sete candidatos. Na Câmara Municipal, o partido ganha três cadeiras, uma delas para o ex-governador Zeca do PT. Já em 2014, uma nova derrota para o Governo do Estado: Delcídio do Amaral perde, agora não mais para o atual MDB (sucedâneo do PMDB) e sim para um tucano, Reinaldo Azambuja. O candidato ao Senado pelo PT, Ricardo Ayache também é abatido nas urnas. Vander Loubet é reeleito para a Câmara Federal e ganha um companheiro na Casa, o ex-governador Zeca, que deixa a vereança. A legenda consegue manter bancada de quatro integrantes na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Mais uma eleição a prefeito de Campo Grande chega. Em  2016 o então vereador Alex do PT sai candidato a prefeito, mas é derrotado ainda no primeiro turno. Na Câmara Municipal, agora com 29 vagas, o partido consegue apenas uma delas. Em 2018, os petistas tentaram conquistar o Governo do Estado, mas o candidato Humberto Amaducci foi derrotado ainda no primeiro turno, ficando em quarto lugar entre os seis candidatos. As urnas também não foram generosas para o PT na Assembleia Legislativa e apenas dois parlamentares foram reeleitos, dentre eles, Pedro Kemp.

TRAJETÓRIA

Com mandato parlamentar até 2022, Pedro Kemp se dispôs, a um novo caminho. Sua trajetória política teve início e 1996 quando foi eleito vereador de Campo Grande. No período de 1999 a 2001 foi Secretário de Estado de Educação.  Assumiu na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul em 2002 quando deixou a suplência e assumiu a vaga de Laerte Tetila, eleito prefeito de Dourados. A partir de então vem sendo sucessivamente reeleito. O parlamentar é conhecido por sua atuação voltada “à defesa dos povos indígenas, dos trabalhadores rurais, sem teto e das classes menos favorecidas”, conforme seu currículo no site oficial do Parlamento Estadual.

Kemp vai liderar na campanha eleitoral um PT em processo de inanição. As lideranças de outrora, em sua grande maioria, estão no limbo político ou deixaram o partido. O seu principal expoente, o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos vem sustentando a informação de uma hipotética disputa pela Prefeitura de Sidrolândia, onde se recolheu depois de ser derrotado nas últimas eleições para o Senado. O ex-senador Delcídio do Amaral tenta retornar a vida pública abrigado no PTB. O ex-homem forte do Governo do PT, ex-deputado e ex-prefeito Paulo Duarte arrumou as malas e hoje está hospedado no MDB e sonha retomar a Prefeitura de Corumbá, hoje nas mãos dos tucanos. O ex-deputado federal Antônio Carlos Biffi está abrigado no PDT.

O ex-deputado federal e ex-deputado estadual João Grandão não pode concorrer à reeleição por determinação da Justiça eleitoral acusado de sonegação fiscal. Vale lembrar que um dos primeiros a deixar o partido foi o ex-chefe da Casa Civil e ex-deputado federal Eurídio Be-Hur Ferreira, hoje no PSDB. Vereadores com certo destaque ou foram desprezados pelas urnas ou tirados da vida pública acusados de atos irregulares.

 

Mudança na lei

Comissão da Câmara aprova PEC que proíbe aborto no Brasil

Integrante da comissão, deputado Marcos Pollon votou favorável à proposta

27/11/2024 18h00

Comissão da CCJ durante sessão nesta quarta-feira

Comissão da CCJ durante sessão nesta quarta-feira Foto: Reprodução

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Com 35 votos favoráveis e 15 contrários, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe o aborto legal no Brasil, mesmo em casos de abuso sexual, já previstos em lei.

Apresentada em 2012 pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (Republicanos-RJ), a proposta muda o artigo 5° da Constituição Federal para garantir a inviolabilidade do direito à vida, "desde a concepção". Isso significa que, se o Congresso aprovar a PEC, mesmo o aborto em casos de estupro, previsto em lei, também ficaria proibido.Integrante da CCJ, o deputado federal de MS, Marcos Pollon, votou sim para a PEC.

Atualmente a legislação autoriza que mulheres façam aborto em três situações: 

  • Quando a mãe corre risco de morte e não há outro jeito para salvá-la
  • Gestações de fetos com anencefalia (ausência de cérebro ou de parte dele) 
  • Gravidez causadas por estupro


Finalizada a votação a PEC será enviada para análise em uma comissão especial. Somente após essa etapa, o texto poderá ser levado ao plenário, caso o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decida incluí-lo na pauta de votações.

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INQUÉRITO

Tenente Portela foi o 'embaixador' da tentativa de golpe em MS, revela PF

No fim de 2022, ele era um frequentador assíduo do Palácio da Alvorada, visitando constantemente o então presidente

27/11/2024 08h02

Tenente Portela ainda acreditava no sucesso de um golpe de Estado

Tenente Portela ainda acreditava no sucesso de um golpe de Estado Reprodução

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Relatório da Polícia Federal (PF), divulgado ontem, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo, revelou, depois das análises dos telefones celulares apreendidos, que o presidente do PL em Mato Grosso do Sul, Aparecido Andrade Portela, mais conhecido como Tenente Portela, primeiro-suplente da senadora Tereza Cristina (PP), atuou como um intermediário entre o governo do então presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e os “financiadores” das manifestações antidemocráticas residentes em Mato Grosso do Sul. 

Segundo a PF, no fim de 2022, Tenente Portela era um frequentador assíduo do Palácio da Alvorada, visitando o então presidente constantemente. No dia 26 de dezembro de 2022, em diálogo pelo aplicativo WhatsApp entre Portela e o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, então ordenança de Bolsonaro, ambos tratavam da concretização do golpe de Estado.

“Mauro Cid é cobrado pelo Tenente Portel sobre a ‘realização de um churrasco’. Diz: ‘O pessoal q colaborou com a carne, estão me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco’. ‘Pois estão colocando em dúvida, a minha solicitação’.

A contextualização da mensagem com os demais elementos de prova indica que Portela utilizou o codinome ‘churrasco’ para se referenciar ao golpe de Estado.

Nesse sentido, o investigado repassa a Mauro Cid que, possivelmente, pessoas que financiaram os atos antidemocráticos com a ‘colaboração da carne’ estariam cobrando a consumação do ato de ruptura institucional pelo presidente Jair Bolsonaro”, trouxe o relatório da PF.

Dando esperança

Em resposta ao Tenente Portela, Mauro Cid disse o seguinte: “Vai sim. Ponto de honra. Nada está acabado ainda da nossa parte”. Ou seja, conforme a PF, Mauro Cid estava alimentando a esperança do suplente de senador de que ainda era possível o golpe de Estado. 

A sequência do diálogo reforça que estavam tratando da possibilidade de uma ruptura institucional. “Mauro Cid ainda se oferece para intermediar uma possível solução ‘se quiser eu falo com eles...para tirar da sua conta’.

Tenente Portela responde: ‘Se eles vier aqui em casa, eu ligo, por viva vós (sic) p o sr.’ E completa: ‘Vamos vencer de alguma forma’”.

Ainda no relatório, a PF contextualizou que Tenente Portela era amigo próximo de Bolsonaro desde o período em que ambos serviram na cidade de Nioaque, na década de 1970. 

“Conforme notícias veiculadas em fontes abertas, Tenente Portela, como é conhecido, foi indicado pelo ex-presidente para ser suplente da senadora Tereza Cristina. De acordo com os registros de entrada e saída de pessoas no Palácio da Alvorada (Ofício n° 38/2023/GAB/GSI), o investigado Tenente Portela realizou ao menos 13 visitas no mês de dezembro de 2022 ao então presidente Jair Bolsonaro, o que evidencia a proximidade de ambos”, reforçou.

É nesse contexto que a PF identificou os diálogos entre Tenente Portela e o então ajudante de ordens e atual colaborador Mauro Cid, fazendo com que a conversa ganhasse relevância para a investigação. 

“Considerando que o Tenente Portela possui residência em Campo Grande-MS, onde é suplente de senador, a cobrança do mesmo a Mauro Cid no dia 26/12/2022, apenas 2 dias após estar junto ao então presidente no Palácio da Alvorada, para que ‘ocorra um churrasco’ e que, segundo ele, pessoas que teriam ‘contribuído com a carne’ o estariam cobrando, revela que ambos tinham objetivos em comum”. 

Os diálogos, realizados por meio de mensagens cifradas, técnica comum no meio militar, demonstram que os interlocutores ainda tinham a esperança de concretizar o plano que estava em ação desde o fim do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

“Ao ser cobrado por uma ação mais contundente do então presidente Jair Bolsonaro (‘realização de um churrasco’), Mauro Cid tenta manter o ânimo do aliado, ao dizer que ainda tem esperança de que seja desencadeada alguma ação: ‘Nada ainda está acabado de nossa parte’”.

Intento golpista

No relatório, fica evidenciado o intento golpista dos diálogos no dia 29 de dezembro de 2022, quando Tenente Portela volta a enviar mensagens para Mauro Cid pelo aplicativo WhatsApp, questionando: “Alguma esperança ainda?. Ou podemos aceitar a derrota?”.

É então que Mauro Cid responde: “zero...”. No dia seguinte, 30 de dezembro de 2022, Tenente Portela envia uma mensagem, mas a apaga, porém, mais tarde, no mesmo dia, tenta realizar uma chamada de voz para Mauro Cid, mas ele responde que estaria em voo – nesse horário Mauro Cid estaria voando para os Estados Unidos da América no avião presidencial.

*Saiba

“Churrasco” era código para golpe de Estado

No relatório, a Polícia Federal apontou que, na contextualização da troca de mensagens entre Tenente Portela e Mauro Cid com os demais elementos de prova, o suplente de senador utilizou o codinome “churrasco” para se referenciar a golpe de Estado. “O pessoal que colaborou com a carne, estão me cobrando se vai ser feito mesmo o churrasco”, escreveu Portela para Cid.

Já no dia 9 de janeiro de 2023, evidenciando preocupação após a tentativa de golpe de Estado no dia anterior, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), Tenente Portela envia a Mauro Cid diversas mensagens de usuários da rede social X, que estariam reconhecendo pessoas de Mato Grosso do Sul que teriam participado dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023.

“Pessoal está em cima de mim aqui, infelizmente vou ter que devolver a parte desse pessoal, minha vida está um inferno”, disse o suplente de senador, acrescentando ainda que tentaria pagar os valores de forma parcelada, mas que não teria cargo nenhum e que tentou pegar um empréstimo consignado, mas não teria margem suficiente.

Mauro Cid então informa que enviou a resposta no aplicativo Signal, o que indica o cuidado que ambos teriam para não serem descobertos.

“Diante dos diálogos identificados, restou claro que o investigado Tenente Portela atuou de forma direta na solicitação e arrecadação de recursos financeiros entre apoiadores do plano de ruptura do Estado Democrático de Direito. Verificou-se também que os investigados tinham confiança de que os atos antidemocráticos ocorridos no 8/1/2023 desencadeariam ações concretas das Forças Armadas para executar um golpe de Estado”, trouxe o relatório da PF.

Temor

Ainda de acordo com o documento, além de arrecadar recursos e sugerir linhas de ação, Tenente Portela também apresentava a preocupação de que pudesse ser identificado por outros usuários de redes sociais como um organizador dos atos criminosos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023. 

“A preocupação dele com as denúncias com relação aos ataques de 8 de janeiro fica clara quando envia mensagens com prints para Mauro Cid. As mensagens partiram do perfil @camilajarams, da candidata a deputada federal Camila Jara (eleita) no X (Twitter).

Ela buscava informações sobre ‘golpistas’ e pedia para que enviassem dados por mensagem direta”, relatou a PF.

Já no dia 12 de janeiro de 2023, em função da resposta eloquente dada pelas instituições para combater os atos antidemocráticos, o investigado passa a se desesperar, no sentido de que teria de ‘‘devolver a parte desse pessoal’’. 

“Os diálogos demonstram a atuação do mesmo [Tenente Portela] como agente intermediário de arrecadação e financiamento de ações antidemocráticas que resultaram no episódio do 8/1/2023.

Assim, tem-se que a gravidade das condutas identificadas em relação ao investigado Aparecido Portela (Tenente Portela) são relevantes do ponto de vista penal, uma vez que atuou como elo de financiamento entre apoiadores da causa golpistas e os interesses do núcleo mais próximo do então presidente Jair Bolsonaro.

A extração pericial, formalizada no Laudo nº 1522/2023, do telefone celular apreendido em poder de Jair Messias Bolsonaro, identificou trocas de mensagens, por meio do aplicativo WhatsApp, entre Aparecido Portela e o ex-presidente, evidenciando uma relação subjetiva entre ambos”.

A reportagem tentou contato com Tenente Portela, mas, até o fechamento desta edição, não obteve sucesso. O espaço continua aberto para posterior declaração do presidente estadual do PL.

 

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