Política

Operação Coffee Break

Puccinelli diz que Bernal não precisou de sua "ajuda" para ser derrubado

O ex-governador teve o depoimento suspenso pelo STJ até que o mérito de sua participação no caso seja julgado

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O ex-governador André Puccinelli (MDB) voltou a afirmar que não participou de nenhum “complô” para cassar o então prefeito de Campo Grande Alcides Bernal em 2013. 

O cacique emedebista obteve no Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma liminar que suspendeu seu depoimento – no âmbito do processo que teve origem na Operação Coffee Break –, que estava agendado para esta terça-feira.  

Nesta semana, o juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, vai ouvir parlamentares que participaram da cassação de Bernal na época, bem como empresários. Ao Correio do Estado, Puccinelli afirmou que nunca participou de complô ou de articulação para tirar do poder o então prefeito de Campo Grande.

Para ele, a má administração de Bernal na época foi o ponto chave para que ele fosse processado e cassado pela Câmara Municipal daquela legislatura. “Eu sempre falei à imprensa e aos colegas que [Bernal] não precisaria de mim ou de outro político para derrubá-lo, pois ele era capaz de fazer isso sozinho.

Portanto, eu nunca participei de um ‘conchavo’ para que isso acontecesse, pelo contrário, quando governador eu o ajudei, logo no início do seu mandato, com milhares de medicamentos que estavam em falta nos postos de saúde”, explicou.

O depoimento de Puccinelli estava marcado para as 9h de ontem, ao juiz David de Oliveira Gomes Filho. Porém, uma decisão da ministra Assusete Magalhães, do STJ, suspendeu a oitiva até que o Tribunal se posicione sobre a inclusão ou não de Puccinelli no processo.  

Sobre a decisão em seu favor, o emedebista avaliou que ela foi acertada por parte da Justiça, pois ele já havia se pronunciado sobre todos os questionamentos em outra fase da operação Coffee Break, no ano de 2015.  

“A decisão do STJ fala por si só. Ela entendeu que precisa julgar minha participação nessa possível articulação contra o Bernal. Assim como falei, quando questionado sobre o tema, eu não participei e garanto que, caso ocorra novo depoimento meu, não trará muita novidade da minha parte”, alegou.

O Correio do Estado também ouviu o advogado de defesa do ex-governador, Vladimir Rossi. Ele acredita que a decisão do STJ foi acertada, pois ainda deve-se julgar o mérito e os questionamentos da defesa na participação do seu cliente nesse possível “complô”.  

“Essa ação de efeito suspensivo se deu à não apreciação, até o momento, do agravo interno que refere-se à inclusão ou não do ex-governador no processo. A defesa impetrou o pedido de exclusão do cliente e a ministra concedeu essa ação suspendendo o depoimento dele até o julgamento do mérito do recurso”, detalhou o advogado.

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OUTROS DEPOIMENTOS

Após o reconhecimento da suspensão da oitiva de Puccinelli, foram ouvidos pelo Tribunal o empresário Carlos Naegele e os ex-vereadores Mario Cesar e Flávio César. Nesta quarta-feira, prestarão esclarecimentos André Scaff, José Saraiva, Raimundo Nonato, Luiz Pedro e Gilmar Nery.  

Amanhã o magistrado vai ouvir o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), e Waldecy Batista. Na sexta-feira, prestam depoimento Eduardo Romero, o ex-prefeito Gilmar Olarte, Otávio Trad e João Rocha. 

Por fim, já na segunda (24), serão ouvidos Edil Albuquerque, Paulo Siufi e o vereador Jamal Salem.

OPERAÇÃO

A operação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), em 2015, para apurar suposto esquema de propinas e compra de votos na Câmara Municipal de Campo Grande para cassar o ex-prefeito Alcides Bernal, em 12 de março de 2014. 

Promotores analisaram o período do segundo semestre de 2013 até depois da cassação. Três pessoas, indiciadas por corrupção ativa, atuaram para angariar votos para a cassação, realizando reuniões e oferecendo vantagens. Houve inclusive compra de apoio para afastar Bernal.

 

Todas essas pessoas movimentaram duas a três vezes os seus ganhos anuais. Segundo o Gaeco, um vereador declarou ter recebido R$ 393 mil no ano de 2013 e movimentou em suas contas R$ 4,3 milhões. Apesar da operação, no mesmo dia Bernal voltou à administração municipal após um ano e cinco meses da cassação.

O político tentou a reeleição em 2016, mas obteve 26,01% dos votos no primeiro turno e ficou fora do segundo.

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Política

Depois que aprovar a PEC da Segurança Pública, vamos recriar o ministério, diz Lula

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher

17/12/2025 21h00

Presidente da República, Lula

Presidente da República, Lula Divulgação/Ricardo Stuckert

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 17, que não discute segurança pública por falta de competências previstas ao governo federal. Segundo Lula, é necessária a aprovação da PEC da Segurança Pública para definir as atribuições do Planalto sobre o tema. Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública caso a emenda constitucional passe pelo Congresso.

"Eu nunca quis discutir segurança pública porque não era papel do governo federal porque a Constituição não dá ao governo federal o direito de se interferir na segurança pública. (...) Por isso que eu quero aprovar a PEC, porque depois que aprovar a PEC, que definir o papel da União na questão da segurança pública, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública", afirmou o presidente.

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher. Segundo o petista, os ministros homens não conseguem discutir o tema com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

O presidente também declarou que os possíveis adversários dele em 2026 não possuem novidades para oferecer aos eleitores. "Quero saber quais as novidades que eles vão propor", declarou Lula.

 

Política

Ex-advogado de Bolsonaro é condenado por injúria racial

Prisão foi convertida em penas alternativas

17/12/2025 19h00

Advogado Frederick Wassef, ex-defensor de Jair Bolsonaro

Advogado Frederick Wassef, ex-defensor de Jair Bolsonaro Pedro França/Agência Senado

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A Justiça do Distrito Federal condenou nesta quarta-feira (17) o advogado Frederick Wassef, ex-defensor de Jair Bolsonaro, por injúria racial contra uma atendente de pizzaria.

O advogado foi condenado a 1 ano e 9 meses de prisão, convertida para penas alternativas, e ao pagamento de R$ 6 mil por danos morais.

Ele foi denunciado pelo Ministério Público após ofender a atendente. O episódio ocorreu no dia 8 de novembro de 2020, em Brasília. 

De acordo com o processo, Wassef chamou a funcionária de “macaca” após ficar insatisfeito com o sabor da pizza.

“Após ser atendido e concluir a refeição, o denunciado dirigiu-se ao caixa e disse para a vítima que a pizza estava uma merda, tendo ela dito que apenas ele teria reclamado. O denunciado retrucou, ofendendo a vítima com termos preconceituosos, nos seguintes termos: Você é uma macaca, você come o que te derem”, diz a denúncia.

Ao julgar o caso, o juiz Omar Dantas Lima, 3ª Vara Criminal de Brasília, entendeu que o insulto ofendeu a dignidade da atendente.

“A expressão macaca, tão bem retratada na prova oral, carrega intenso desprezo e escárnio. A palavra proferida é suficiente para retratar a intenção lesiva”, afirmou o magistrado.

Cabe recurso contra a decisão. 

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