Política

LEGISLATIVO

Sem oposição na Câmara,
Trad administra com tranquilidade

Prefeito consegue aprovação de projetos e manutenção de vetos, com apoio de vereadores

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Dos últimos três prefeitos de Campo Grande, Marcos Trad (PSD) pode se sentir um privilegiado: é o único deles que não tem oposição declarada na Câmara de Municipal. Na última gestão, de Alcides Bernal (PP), os únicos que não eram opositores do então prefeito eram os vereadores Cazuza (PP) e Luiza Ribeiro (PPS). Curioso, visto que assumiram o papel de ir contra o mandato Gilmar Olarte (atualmente sem partido), vice que acabou alçado ao posto por quase dois anos após a cassação de Bernal. 

Na atual gestão, os ‘opositores’ de Trad são os vereadores Vinícius Siqueira (DEM) e André Salineiro (PSDB), mas mesmo assim a Câmara teve 85 vetos mantidos do início do mandato até o dia 30 de maio.

Presidente da Casa, João Rocha (PSDB) sempre pregou pelo equilibrio. Logo em sua possedisse que trabalharia pela harmonia entre os poderes municipais “para o bem da população de Campo Grande.”  

Discurso este mantido até os dias atuais. “Pela harmonia, entendimento, respeito e responsabilidade, pelo compromisso de que uma eleição com essa, nessas condições, dessa natureza, na verdade, é uma reeleição de todos nós, 29 vereadores. O compromisso que temos é com a população de Campo Grande. Esse trabalho é simples, mas objetivo. Esse colegiado conversou, discutiu, promoveu todos os entendimentospara que esta Casa devolva à população a confiança que nela foi depositada”, disse, ao ser reconduzido ao posto.

O mais curioso dessa harmonia ou falta de oposição é que de todos esses vetos, 75 foram mantidos. Os vereadores concordaram com o prefeito e mantiveram barradas as próprias leis aprovadas no plenário.

A Constituição dá autonomia à Câmara para aprovar e promulgar as leis do município. Mas o Executivo ditar as ‘regras do jogo’, como se fala.

Líder do prefeito na Câmara, Chiquinho Telles (PSD) acredita que o diálogo é a forma melhor de governar e trazer melhorias para Capital. 

“O prefeito elegeu o mesmo número de vereadores que o Bernal na eleição passada, mas o Bernal não quis conversar. Quis governar sozinho e sozinho não se faz nada. Não se abriu ao diálogo. Já com o Marquinhos ele veio dialogar tanto é que conseguiu fazer base na Câmara. Aqui nós queremos o melhor para a cidade e ninguém aqui vai jogar contra a cidade”, explicou.

Um fato que mostrou evidência a falta de oposição a Trad foi quando os vereadores votaram o aumento salarial dele, além da vice Adriana Lopes (PEN) e dos secretários. Foi aprovado em  regime de urgência, sem nenhum tipo de barganha.
Na época, foram a favor Delegado Wellington (PSDB), Antônio Cruz (PSDB), Dr. Lívio (PSDB), João Rocha (PSDB), Valdir Gomes (PSDB), Cazuza (PP), Dharleng Campos (PP), Odilon de Oliveira (PDT), Ademir Santana (PDT), Dr. Loester (MDB), Wilson Sami (MDB), Betinho (PRB), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão (PSB), Enfermeiro Fritz (PSD), Chiquinho Telles (PSD), Pastor Jeremias Flores (Avante),William Maksoud (PMN), Enfermeira Cida Amaral (Pros), Ayrton Araújo (PT), Otávio Trad (PTB) e Eduardo Romero (Rede).

Diante da pressão popular, essa sim eficiente, Trad  desistiu do próprio aumento, que faria seu salário ir de R$ 20,4 mil a pouco mais de R$ 35 mil.  

 

pesquisa Ipsos-Ipec

Governo Lula 3 "patina" na economia e na segurança e avaliação cai ainda mais

O cientista político Tércio Albuquerque enxerga falta de habilidade política do presidente neste terceiro mandato no cargo

24/03/2025 08h00

Terceiro governo de Lula

Terceiro governo de Lula "patina" na economia e na segurança pública Foto: Divulgação

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Pesquisa Ipsos-Ipec – realizada entre os dias 7 e 11 e que ouviu 2 mil eleitores de 131 municípios no Brasil, tendo margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95% – apontou um aumento da avaliação negativa da população neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a economia e a segurança pública concentrando os maiores índices: 57% e 50%, respectivamente.

Na avaliação feita pelo cientista político Tércio Albuquerque ao Correio do Estado, o que é possível observar nessas pesquisas sobre o governo Lula 3 é uma queda generalizada da avaliação: “Esse desempenho negativo leva muito em conta a falta de habilidade política com que o Lula veio para o terceiro mandato”.

Para ele, nos mandatos anteriores, Lula era uma novidade e uma expectativa no momento em que todos queriam alguma coisa diferente.

“Na reeleição, ele já começou a pender para uma situação não tão favorável e, quando elegeu Dilma Rousseff, aí foi abaixo. Agora, se repete, mas em uma outra situação e em um outro cenário, pois havia uma expectativa positiva e ele até alcançou bons índices”, recordou.

Albuquerque completou que Lula não está com a mesma determinação política dos outros mandatos e está se deixando levar por grupos com interesses pessoais, e não com o bem do Brasil.

“Ele não tem uma posição clara quando assumiu na primeira ou na segunda vez. Essa situação de ficar no meio termo, nem direita nem esquerda, está levando ao descrédito total”, assegurou.

O cientista político ressaltou que Lula caminha para terminar o terceiro mandato como um governo pífio e com muita dificuldade de eleger um substituto, porque é evidente que ele não tem mais condição de concorrer.

“Há um momento em que o político precisa aprender que é hora de parar e o melhor momento, a ciência política fala sobre isso, é quando está no ápice”, disse. 

Na avaliação dele, as pesquisas mostram que estamos vendo a derrocada do governo Lula 3 e aí que se espera um levante de forças políticas que realmente pensem o Brasil. 

“O próximo presidente precisa trazer alguma novidade em termos de reestruturação do País para que a gente não caia em recessão continuada. Seria muito ruim se a gente não conseguisse alcançar um novo patamar em 2026”, falou.

CONTESTAÇÃO

A deputada federal Camila Jara (PT-MS) não vê da mesma forma e, mesmo reconhecendo que a avaliação dos eleitores está negativa em relação à percepção do governo Lula, disse que isso se estende às instituições como um todo. 

“Se você analisar a percepção desde dezembro, a avaliação é negativa para militares e outras instituições, inclusive até para a igreja evangélica. A gente tem uma diminuição na confiança nas instituições, um cenário muito parecido com o de 2013. Então, as insatisfações são generalizadas e é quase como uma crise de identidade da sociedade como um todo”, avaliou.

Ela prossegue, ressaltando que Lula tem de entender como dará as respostas à população, que hoje é um desafio dos Estados Unidos, da Alemanha e das democracias modernas.

“Chegou o momento decisivo, ou se encara os problemas e os resolve para a população ou vai continuar vivendo essas crises de instituições”, finalizou.

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Política

Flávio Dino vota pela cassação da deputada Carla Zambelli

Quatro ministros já votaram pela cassação da parlamentar

23/03/2025 19h00

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino votou, neste domingo (23), pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

A decisão do ministro acompanhou a do relator do processo, Gilmar Mendes, levando à soma de quatro decisões favoráveis pela cassação da parlamentar, contra zero votos contrários. Também acompanharam a tese do relator, os ministros Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia.

Carla Zambelli se tornou ré no STF em agosto de 2023, após sacar uma arma de fogo e perseguir o jornalista Luan Araújo pelas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

“É uma contradição insanável que um representante político ameace gravemente um representado, como se estivesse acima do cidadão ao ponto de sujeitá-lo com uma arma de fogo, em risco objetivo de perder a sua vida”, destacou Dino ao declarar seu voto.

Outros sete ministros devem votar no plenário virtual até o dia 28 de março. Caso a parlamentar seja condenada, deverá cumprir cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto.

Na sexta-feira (21), o advogado de defesa da deputada, Daniel Bialski, declarou em nota enviada à redação da Agência Brasil que houve cerceamento de defesa, impedida de fazer sustentação oral no julgamento. “Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado - cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste”, declarou.

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