Política

CADEIRA PRINCIPAL

Soraya Thronicke é candidata pelo Podemos à presidência do Senado

Na corrida pela sucessão de Pacheco, marcada para fevereiro de 2025, a parlamentar sul-mato-grossense disputará contra o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que tem apoio do presidente da Casa

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Durante evento com mandatárias do Podemos Mulher de São Paulo, a presidente nacional do partido, Renata Abreu, indicou que a senadora sul-mato-grossense Soraya Thronicke será a selecionada da legenda para a disputa pela presidência do Senado Federal. 

Vale lembrar que, a sucessão do atual presidente da Casa de Leis está marcada para o mês de fevereiro de 2025, sendo que Soraya deverá disputar principalmente contra Davi Alcolumbre (União-AP), parlamentar esse que tem apoio justamente de Rodrigo Pacheco. 

Renata Abreu usou do encontro para adiantar a notícia no último sábado (09), apontando que o Senado Federal "há muito tempo" tem forças políticas que dominam o cenário, ressaltando a coragem necessária para entrar na disputada pela cadeira principal. 

"Então o podemos tem candidata à presidência do Senado, a partir de hoje, que é nossa senadora Soraya Thronicke. Vamos começar um movimento de organização de campanha, de um por um, e vamos eleger a primeira senadora mulher presidente do Senado".

Nas palavras de Renata Abreu, que logo tomaram as redes sociais, e posteriormente os demais veículos de imprensa, a chapa não deve "abaixar a cabeça para Senador nenhum", evidenciando o desafio em disputar contra o "favorito" interno.

Ressaltando que o Podemos é, atualmente, a 5ª maior força no Estado de São Paulo, considerada a quarta maior bancada do Senado Federal e oitava da Câmara dos Deputados, a presidente da legenda concluiu argumentado que "não dá para se omitir num momento tão importante do nosso País". 

"Eu aceitei, de novo, um desafio que o partido me pediu. Foi um convite e a (presidente do Podemos) Renata Abreu me lançou na semana da mulher. E estou feliz, honrada e agradecida. É um momento propício. Hoje as mulheres têm uma parca representação no Senado. Hoje somos 15 com a entrada dessas suplentes, mas na Mesa Diretora, na vice-presidência, não somos representadas. A gente precisa se colocar", aponta o Estadão Conteúdo, sobre entrevista de Soraya ao Broadcast Político.

Cabe apontar que a filiação de Soraya ao podemos se deu em 28 de junho do ano passado, quando a parlamentar douradense deixou o União Brasil visando ampliar sua base eleitoral, legenda na qual, inclusive, presidia ao braço feminino do partido.

Parlamentar midiática

Na última corrida presidencial, que levou à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, a postulante ao cargo ganhou evidência nacional, principalmente durante os debates. 

A fala que gerou o meme fazia referência aos comportamentos misóginos do então candidato Jair Bolsonaro, após ofensas feitas à jornalista Vera Magalhães pelo ex-presidente. 

"Quando os homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada. Eu fico brava sim. E digo mais para você, lá no meu estado, tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas", disse a senadora.

Mais recente, durante desfile da escola de samba Grande Rio (que trazia o enredo "Nosso destino é ser onça"), o meme da parlamentar foi revivido por internautas após Soraya posar para foto ao lado da rainha de bateria, Paolla Oliveira, que estava trajada como o felino.

Além dessa, outras frases, como os tropeços para pronunciar o nome do concorrente de debate, Kelmon Luís da Silva, ou o apontamento sobre o político brasileiro - o chamando de "padre de festa junina" - ajudaram a disseminar a imagem da parlamentar pelas redes sociais. 

Racha com o bolsonarismo

Chegando ao poder pela mesma base eleitoral que tornou Jair Bolsonaro presidente em 2018, a postura adotada por Soraya aos poucos distanciou a parlamentar da família do ex-chefe do Executivo Federal, inclusive com troca de farpas com o filho "03". 

Eduardo Bolsonaro usou sua conta no twitter para divulgar uma gravação de Soraya ao lado de "petistas", durante posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que "03" considerou como "traição". 

Na legenda do vídeo, Eduardo Bolsonaro escreveu “seu conceito de ‘traíra’ foi atualizado com sucesso”. Imediatamente Soraya Thronicke respondeu ao filho do ex-presidente escrevendo: “Feliz 2023 para você também, Bananinha! Paz, saúde, felicidade e sucesso para você e toda a sua família!”.

Importante esclarecer que esse termo foi cunhado pela jornalista ex-namorada de Eduardo, Patricia Lélis, em agosto de 2022. A informação é que ele teria pedido à Polícia que ela prestasse depoimento após chamá-lo de "pa... pequeno". 

Patrícia afirma que o relacionamento entre os dois durou cerca de três anos, acontecendo enquanto ambos eram integrantes da "ala jovem" do PSC, o que é negado por Eduardo Bolsonaro. 

"Estou indo lá testemunhar com provas. Mais um dia normal na república das bananinhas bolsonaristas. Peço desculpas ao meu advogado, sei que deve ser uma merda ter estudado tanto para no fim ficar atuando em processo sobre tamanho do pa... alheio", argumentou Patrícia à época. 

Soraya se destacou por participar do ato da Democracia Inabalada, dia que marca exato um ano em que extremistas atentaram contra os Três Poderes. Também, buscou assinaturas visando instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar esses atos antidemocráticos. 

"Após o imbróglio em relação ao meu requerimento, assinei o pedido de CPMI, que ocorre em conjunto com a Câmara dos Deputados, pois o que importa realmente é que seja feita uma investigação séria, sem paixões político-ideológicas, com toda a responsabilidade que o caso requer. Essa CPMI é da democracia brasileira", disse a senadora ao Correio do Estado à época. 
**(Colaboraram Laura Brasil e Eduardo Miranda) 

 

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POLÍTICA

Em pedido de renúncia, Zambelli diz que segue viva e que Brasil continuará ouvindo sua voz

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

14/12/2025 22h00

Deputada federal Carla Zambelli

Deputada federal Carla Zambelli Agência Câmara

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A agora ex-deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), usou o pedido de renúncia de seu mandato para elogiar a proteção recebida pela Câmara e para dizer que "segue viva" mesmo após deixar os quadros da Casa. Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão por mandar um hacker invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e está presa na Itália desde julho.

"A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz", afirmou, na solicitação encaminhada ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).

Zambelli também agradeceu as decisões da Câmara que mantiveram o mandato da deputada, antes de Supremo Tribunal Federal anulá-las e determinar a perda de mandato de Zambelli. "Esse ato da Câmara foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado", escreveu.

Leia a íntegra do comunicado:

RENÚNCIA AO MANDATO PARLAMENTAR

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DEPUTADO FEDERAL HUGO MOTTA

Excelentíssimo Senhor Presidente,

Senhoras e Senhores Deputados,

Povo brasileiro,

Eu, Carla Zambelli Salgado de Oliveira, Deputada Federal eleita para a 57ª Legislatura (2023-2027), representante do Estado de São Paulo, legitimada por 946.244 votos nas eleições gerais de 2022, faço esta manifestação por intermédio de meus advogados constituídos, Dr. Fabio Pagnozzi e Dr. Pedro Pagnozzi, diante da impossibilidade de comparecer pessoalmente a esta Casa, em razão de encontrar-me privada de liberdade em território estrangeiro. Falo, portanto, não apenas como parlamentar, mas como voz de quase um milhão de brasileiros que confiaram em mim sua representação.

O que se registra neste ato não é apenas a renúncia a um mandato, mas um marco institucional. A Câmara dos Deputados exerceu integralmente sua competência constitucional, observando o procedimento previsto no artigo 55 da Constituição Federal, especialmente seus ?? 2º e 3º, que atribuem exclusivamente ao Poder Legislativo a deliberação sobre a perda de mandato parlamentar, mediante decisão do Plenário, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

No curso desse procedimento, foi elaborado relatório pelo Relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Diego Garcia, demonstrando, de forma técnica e fundamentada, que não existem provas jurídicas aptas a sustentar a perda do meu mandato, tampouco elementos que embasem qualquer condenação. Esse relatório trouxe à luz uma verdade elementar do Estado de Direito: não se cassa um mandato sem provas.

Essa compreensão foi confirmada pelo Plenário da Câmara dos Deputados, que, ao não deliberar pela cassação, afirmou que não havia fundamento jurídico legítimo para suprimir um mandato conferido por quase um milhão de brasileiros. Esse ato foi institucional e constitucional: um momento em que a Casa do Povo afirmou a soberania do voto, o devido processo legal e os limites do poder punitivo do Estado.

A História constitucional ensina que os regimes livres somente subsistem quando cada Poder reconhece seus limites. Montesquieu advertia que "todo aquele que detém poder tende a abusar dele, indo até onde encontra limites". O registro aqui produzido reafirma que o Parlamento não é instância acessória, mas Poder constitucional autônomo, cuja competência não pode ser esvaziada sem grave risco ao Estado Democrático de Direito. Este episódio permanecerá como referência institucional para situações semelhantes, nas quais se discuta a preservação do mandato popular frente à expansão indevida do poder punitivo estatal.

Posteriormente, deliberação do Supremo Tribunal Federal determinou a perda do mandato, afastando o resultado do procedimento conduzido por este Parlamento.

É diante desse quadro, e não por medo, fraqueza ou desistência, que comunico, de forma pública e solene, minha renúncia ao mandato parlamentar, para que fique registrado que um mandato legitimado por quase um milhão de votos foi interrompido apesar do reconhecimento formal, por esta Casa, da inexistência de provas para sua cassação.

Este gesto não é rendição. É registro histórico. É a afirmação de que mandatos passam; princípios permanecem. A democracia não se resume às urnas; ela vive no respeito às instituições e na coragem de registrar a verdade.

Dirijo-me, por fim, ao povo brasileiro. Aos meus eleitores, afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a consciência permanece livre. Ideias não se cassam. Convicções não se prendem. A vontade popular não se apaga.

A história registra: mandatos podem ser interrompidos; a vontade popular, jamais. Eu sigo viva, a verdade permanece, e o Brasil continuará a ouvir minha voz.

Que Deus abençoe o povo brasileiro, ilumine esta Nação e a conduza, sempre, pelo caminho do direito, da justiça e da liberdade.

Respeitosamente,

Carla Zambelli Salgado de Oliveira

Deputada Federal - Brasil

POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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