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STF vai julgar Lei do Marco Temporal no plenário físico

Aapós receber críticas sobre a falta de debate no ambiente virtual, o ministro Gilmar Mendes, relator das ações, decidiu levar o caso ao plenário físico

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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai começar a julgar as ações que tratam sobre a constitucionalidade da Lei do Marco Temporal das Terras Indígenas a partir da próxima quarta-feira, 10. O julgamento havia sido marcado para começar nesta sexta-feira no plenário virtual, mas, após receber críticas sobre a falta de debate no ambiente virtual, o ministro Gilmar Mendes, relator das ações, decidiu levar o caso ao plenário físico.

O primeiro dia foi marcado exclusivamente para a leitura do relatório e a apresentação das sustentações orais de advogados e terceiros interessados. As ações têm dezenas de amicus curiae e as sustentações podem durar mais de uma sessão. Além disso, interlocutores do ministro apontam que o seu voto deve ser longo. Esses fatores indicam que o desfecho do julgamento deve ficar para 2026.

O tema foi discutido em uma comissão no Supremo que buscou uma conciliação sobre o assunto ao longo de 23 audiências. A comissão foi encerrada em junho com poucos avanços, sem excluir a tese do marco temporal por falta de consenso. O Supremo deve avaliar se homologa ou não o acordo e também irá se pronunciar sobre pontos em que não houve consenso.

Em setembro de 2023, o Supremo invalidou a tese do marco temporal - que diz que os indígenas só têm direito às terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição, em 5 outubro de 1988. Dias depois, o Congresso aprovou uma lei que recria a tese O caso voltou ao STF por meio de ações que questionam ou pedem para confirmar a validade da lei. Gilmar, então, enviou as ações para conciliação para dar um fim ao que chama de “espiral de conflito”.

Gilmar tem indicado que deve descartar a tese do marco temporal em si, porque ela já foi declarada inconstitucional pela Corte. Mas o ministro deve buscar manter as mudanças propostas na comissão sobre os procedimentos de demarcação. Um desses pontos é a obrigatoriedade de participação de Estados e municípios onde se localiza a área reivindicada, em todas as etapas do processo

Ao derrubar a tese do marco temporal, o Supremo definiu que os proprietários que ocupavam as terras de boa-fé têm direito à indenização, a ser paga pela União. Em audiência realizada em junho, o gabinete de Gilmar apresentou uma proposta para tirar do arcabouço fiscal as indenizações por desapropriação. Essa proposta também pode ser levada por Gilmar ao plenário do Supremo.

A sugestão de Gilmar para acelerar os processos de desapropriação envolve a emissão de precatórios negociáveis no mercado que poderiam ser usados para abater o pagamento de tributos. De acordo com o juiz auxiliar do ministro, Diego Veras, a sugestão foi elaborada com economistas e especialistas em contas públicas e seria mais atrativa do que a negociação de precatórios que já existe atualmente.

FÉRIAS

Assembleia autoriza Riedel a tirar recesso de 18 dias no fim do ano

Governador de MS vai se ausentar das atividades de 29 de dezembro de 2025 a 16 de janeiro de 2026

04/12/2025 12h12

Riedel, na PréCOP30

Riedel, na PréCOP30 MARCELO VICTOR

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Assembleia Legislativa (ALEMS) autorizou o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP), a se ausentar das atividades de 29 de dezembro de 2025 a 16 de janeiro de 2026.

Com isso, o chefe do executivo estadual terá "férias" de 18 dias neste fim de ano. Quem deve assumir o comando é o vice-governador, José Carlos Barbosa, mais conhecido como Barbosinha.

Em 18 de novembro, Riedel encaminhou mensagem aos deputados da Assembleia Legislativa pedindo autorização para se licenciar do cargo por 18 dias, entre dezembro e janeiro.

Na manhã desta quinta-feira (4), os deputados estaduais votaram a favor e autorizaram as "miniférias" do governador. 

OUTRAS LICENÇAS

Entre o fim do ano passado e ano, o governador já pediu três autorizações para se licenciar das funções.

A primeira licença foi de 23 de dezembro de 2024 a 14 de janeiro de 2025. Na ocasião, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Gerson Claro (PP), exerceu a função de governador interino de 23 de dezembro de 2024 a 1º de janeiro de 2025. Em seguida, Barbosinha assumiu o governo de 1º a 14 de janeiro de 2025.

A segunda licença de Riedel foi de 13 a 20 de abril de 2025, quando deputados estaduais o autorizaram a se ausentar do Estado e do País. Barbosinha também ficou a frente do governo neste período. Na ocasião, Riedel viajou, junto com a esposa Mônica Riedel, para a Alemanha, para visitar o filho.

A última licença foi de 9 a 12 de outubro, quando o governador acompanhou a primeira-dama, Mônica Riedel, que participou da Maratona de Chicago, nos Estados Unidos.

Câmara

Em MS, deputados de oposição ficaram com mais da metade das "emendas Pix"

Deputados federais de MS que votam contra o governo federal dominam liberação das transferências especiais no Orçamento

04/12/2025 09h30

Deputados federais de MS da esquerda para a direita: Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP)

Deputados federais de MS da esquerda para a direita: Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP) MONTAGEM

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Os deputados federais de oposição foram os que mais receberam as emendas parlamentares de transferência especial, também conhecidas como "emendas Pix", este ano.

Levantamento feito pelo Correio do Estado, com dados da plataforma Siga Brasil, divulgada pelo Senado, mostra que 60,45% dos R$ 59.478.181,29 em emendas parlamentares, pagos de janeiro até o início deste mês, foram indicados pelos deputados federais Rodolfo Nogueira (PL), Marcos Pollon (PL) e Dr. Luiz Ovando (PP), declaradamente de oposição e que têm votado sistematicamente contra os projetos do governo federal na Câmara dos Deputados.

O "rei" das emendas parlamentares em Mato Grosso do Sul é justamente Rodolfo Nogueira, o parlamentar que mais votou contra o governo de Lula na Câmara dos Deputados. Essa liberação de verbas é possibilitada pelo mecanismo das emendas impositivas, que garantem o repasse de recursos no Orçamento federal, sem depender do chefe do Poder Executivo.

Sozinho, Nogueira mandou "emendas Pix" no valor de R$ 13,5 milhões, o que equivale a 22% de todas as "emendas Pix" enviadas para Mato Grosso do Sul este ano.

Os parlamentares de centro, notadamente os três deputados federais do PSDB, são responsáveis pelo segundo maior naco de "emendas Pix": R$ 18,7 milhões, ou 31,5% do total. Um detalhe: Geraldo Resende não teve nenhuma "emenda Pix" liberada este ano, e os R$ 12 milhões pagos sob indicação de Dagoberto Nogueira (20% do total) e os R$ 6,7 milhões destinados a Beto Pereira (11,3%) respondem pelo bloco do centro.
Voltando ao bloco da direita, Luiz Ovando conseguiu liberar R$ 11,3 milhões em "emendas Pix", o que equivale a 19,01% do total, e Marcos Pollon, R$ 11,01 milhões (18,67%).

Os parlamentares abertamente de situação, os petistas Camila Jara e Vander Loubet, são os que menos recebem "emendas Pix" depois, claro, de Geraldo Resende. Juntos, a situação abocanhou 7,99% de todas as emendas desta modalidade: R$ 4,7 milhões. O valor transferido aos petistas, somado, é inferior ao total transferido a Beto Pereira, que aparece imediatamente à frente deles.

Camila Jara transferiu R$ 3,6 milhões (6,16% do total), enquanto Vander Loubet transferiu R$ 1,08 milhão (1,83%). O maior destinatário das "emendas Pix" é o estado de Mato Grosso do Sul, que recebeu quase R$ 30 milhões em emendas. O restante foi dividido entre vários municípios, com Dourados e Campo Grande sendo os mais beneficiados.

As "emendas Pix"

As "emendas Pix" são transferências diretas feitas por deputados e senadores para Estados e prefeituras, sem necessidade de convênios ou etapas prévias de análise. O dinheiro cai na conta do ente beneficiado praticamente na hora daí o apelido "emenda Pix" e pode ser usado com relativa liberdade, desde que a aplicação esteja vinculada à área indicada pelo parlamentar no momento da destinação.

A simplicidade do modelo, no entanto, é justamente o que dificulta o rastreamento. Como o recurso entra direto no caixa do município ou do estado, sem projeto detalhado e sem etapa prévia de aprovação técnica, o controle sobre a execução real da verba depende quase inteiramente da política local. Isso abre espaço para pulverização de recursos, uso ineficiente e até irregularidades, especialmente quando os valores são destinados a localidades pequenas e com baixa estrutura administrativa.

A prestação de contas, quando ocorre, é feita depois da execução, e não antes. Ou seja, primeiro se gasta, depois se justifica o gasto um processo que fragiliza a fiscalização, já que muitos órgãos de controle só conseguem agir após os valores terem sido utilizados. Além disso, como o dinheiro não exige a assinatura de convênios formais, há menos documentos e etapas para verificar, o que reduz a rastreabilidade.

Nos últimos anos, passou a ser exigido ao menos um plano de trabalho básico, após determinação do Supremo Tribunal Federal, identificando a finalidade geral do recurso. Ainda assim, o documento costuma ser genérico e não impede que estados e prefeituras executem despesas de forma ampla, sem detalhamento suficiente.

Deputados federais de MS da esquerda para a direita: Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP)
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