Política

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Tarcísio mantém cassação da aposentadoria de fiscal da Fazenda acusado de corrupção

Governador se escorou em parecer do secretário da Pasta, Samuel Kinoshita, para negar provimento ao recurso da defesa

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O governador Tarcísio de Freitas manteve o decreto de cassação da aposentadoria do auditor fiscal da Fazenda do Estado de São Paulo Agostinho Ientile Júnior, sob suspeita de integrar esquema de propinas e de lavagem de dinheiro de empresas aliadas a um escritório de advocacia, cujos titulares, pai e filho, fizeram delação premiada.

Em seu despacho, publicado no dia 22, Tarcísio se escorou em parecer do secretário da Pasta, Samuel Kinoshita, para negar provimento ao recurso da defesa, 'ficando mantida a decisão impugnada por seus próprios e jurídicos fundamentos'.

O advogado José Márcio Rielli, que representa o fiscal, disse que a decisão que mantém seu cliente fora dos quadros da Receita estadual e sem direito à remuneração de R$ 42 mil mensais 'é mais uma injustiça por falta de olhares analíticos da Corregedoria da Fiscalização Tributária e da Administração'.

"Manisfestaram-se sem conformidade técnica das provas juntadas aos autos", protesta Rielli. "As provas restringem-se a meras narrativas sem fundamentação. Sinto profundamente que os corregedores tenham distorcido interpretações e nenhuma análise mais articulada das provas."

Agostinho Ientile Júnior foi alvo da Operação Triuno, deflagrada pela Polícia Federal em 2020. Em meio às investigações, ele se aposentou. Em fevereiro, porém, sua aposentadoria foi cassada por Kinoshita.

A Corregedoria da Fiscalização Tributária atribui a Agostinho crimes contra a administração pública, enriquecimento ilícito e recebimento de propinas. A cassação da aposentadoria resultou na imediata suspensão dos salários que o fiscal vinha recebendo dos cofres públicos - R$ 42,3 mil, segundo dados do Portal da Transparência.

Delação

A Operação Triuno teve como ponto de partida informações de dois advogados, pai e filho, em delação premiada homologada pela Justiça.

Os advogados revelaram como usaram seu próprio escritório e outras empresas controladas pela família para servir a companhias envolvidas em lavagem de dinheiro e operacionalização de propinas a servidores públicos.

A investigação revelou que uma empresa de tecnologia fez parte do grupo interessado nos 'serviços' do escritório. Segundo a PF, o escritório foi usado para pagar propinas a Agostinho por meio de contratos falsos de prestação de serviços advocatícios.

A PF afirma que o próprio fiscal procurou os advogados em uma ocasião e "solicitou a elaboração de um 'projeto' para a geração de recursos em espécie".

Antes da delação, os federais apreenderam celulares e computadores dos advogados. Os investigadores encontraram planilhas com o contato de Agostinho, o que, segundo a PF, corrobora a versão contada posteriormente pelos delatores.

O fiscal teria recebido propinas para fazer vista grossa à sonegação de ICMS pela empresa de tecnologia. A defesa afirma que Agostinho nunca participou de fiscalizações envolvendo a companhia.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO JOSÉ MÁRCIO RIELLI

"Mais uma injustiça cometida por falta de olhares analíticos da Corregedoria da Fiscalização Tributária e da Administração. Manisfestaram-se sem conformidade técnica das provas juntadas aos autos.

As provas restringem-se a meras narrativas sem fundamentação. Sinto profundamente que os corregedores tenham distorcido interpretações e nenhuma análise mais articulada das provas. Sinceramente, é uma total decepção, pois não houve nenhuma adequação à interpretação dos fatos.

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CIRURGIA

Moraes autoriza visita de filhos de Bolsonaro enquanto ele estiver internado

Bolsonaro foi internado nesta manhã para tratar uma hérnia inguinal bilateral, sendo a primeira vez que o ex-chefe do Executivo deixou a Superintendência da Polícia Federal

24/12/2025 15h00

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro

Ministro Alexandre de Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Reprodução

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou, nesta quarta-feira, 24, a visita do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) ao quarto onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado em Brasília. Moraes determinou que os dois devem seguir as mesmas restrições impostas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que já está no Hospital DF Star. Além deles, também foram autorizados os outros filhos: Jair Renan Bolsonaro e Laura Bolsonaro.

A defesa havia pedido para que Flávio e Carlos pudessem visitar ao pai com Michelle, porém, em despacho desta terça-feira, 23, onde permitia a realização do procedimento cirúrgico, o ministro do STF garantiu apenas a presença da ex-primeira-dama no hospital.

Bolsonaro foi internado nesta manhã para tratar uma hérnia inguinal bilateral. Essa foi a primeira vez que o ex-chefe do Executivo deixou a Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde 22 de novembro. Inicialmente, ele foi preso preventivamente, mas depois passou a cumprir a condenação por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Uma das determinações impostas por Moraes é que pelo menos dois policiais federais fiquem na porta do quarto onde estará Bolsonaro em todo o período em que ele estiver internado. Não poderão ser utilizados celulares e outros equipamentos eletrônicos, salvo utensílios médicos.

Bolsonaro deve realizar a cirurgia na manhã do feriado de Natal. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o procedimento dura em torno de três a quatro horas.

levantamento

Senadores do Estado votaram mais a favor do que contra Lula

Soraya Thronicke (Podemos) foi a única dos três que votou a favor do governo federal em todos os projetos este ano

24/12/2025 08h00

Os senadores Soraya Thronicke (Podemos), Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP)

Os senadores Soraya Thronicke (Podemos), Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) Montagem

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Levantamento feito pelo Correio do Estado no site Congresso em Foco, criado para reconhecer os parlamentares que mais se destacam no exercício do mandato no Congresso Nacional, revelou que os três senadores de Mato Grosso do Sul votaram, ao longo deste ano, mais a favor do que contra as matérias defendidas pelo governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao longo deste ano, conforme os dados disponibilizados pelo Congresso em Foco, nas votações abertas, ou seja, as não secretas, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) votou 27 vezes a favor das proposições defendidas pelo governo federal e nenhuma vez contra, enquanto o senador Nelsinho Trad (PSD) votou 19 vezes a favor das pautas defendidas pelo presidente Lula e três vezes contra, e a senadora Tereza Cristina (PP) votou 23 vezes a favor das proposições defendidas pelo governo federal e cinco vezes contra.

Apesar de apenas a senadora Soraya Thronicke se declarar governista, os outros dois senadores – Nelsinho Trad e Tereza Cristina –, assumidamente de oposição ao governo do presidente Lula, acabaram votando mais a favor do governo federal do que contra, demonstrando que ambos, mesmo sendo de partidos de centro-direita, na hora de analisar as pautas colocadas em votação, pensam mais no benefício da população do que na orientação política.

No caso de Soraya Thronicke, que foi eleita em 2018 pelo PSL, partido do então candidato a presidente da República Jair Messias Bolsonaro e, portanto, fazendo parte da onda Bolsonarista, como ficaram conhecidos os candidatos que apoiaram o agora ex-presidente e foram eleitos, ela mudou de orientação política quando Lula foi eleito presidente, passando a defender as pautas da esquerda.

Portanto, ao longo deste ano, a parlamentar sul-mato-grossense acompanhou todas as orientações do governo federal, votando a favor sempre que esteve presente nas sessões do Senado, diferentemente dos colegas Nelsinho Trad e Tereza Cristina, que são declaradamente de centro-direita.

Mesmo assim, ambos tiveram, pelo menos nas votações, posicionamento de senadores governistas e não de oposição porque optaram por analisar as pautas antes de acompanharem ou não o direcionamento do governo federal. 
Se a matéria beneficiasse a maioria da população, eles não pensaram duas vezes em votar favoravelmente às pautas propostas pelo presidente Lula no Senado.

VOTOS CONTRÁRIOS

Entre votos contrários ao posicionamento do governo federal dados pelos senadores Nelsinho Trad e Tereza Cristina, um deles foi o Requerimento nº 911/2025, dos líderes, que foi aprovado no Senado no dia 9, solicitando um calendário especial para a PEC nº 48/2023, mais conhecida como Marco Temporal Indígena.

Os senadores votaram pela aprovação, e o governo federal orientou pela reprovação. Com a aprovação, a pauta foi acelerada, sendo aprovada em dois turnos no mesmo dia, e agora segue para a Câmara dos Deputados. Essa PEC alterou o artigo nº 231 da Constituição, para definir que apenas terras ocupadas até 5 de outubro de 1988 podem ser demarcadas.

Um outro projeto que ambos votaram contrariando a base governista foi a rejeição à Emenda nº 587 ao Projeto de Lei Complementar nº 108, de 2024. 

A emenda, destacada para votação separada pela liderança do Podemos (por meio do RQS nº 692/2025), tinha como objetivo estabelecer um limite máximo de 5% para a alíquota do imposto seletivo sobre o setor automotivo. 

O Projeto de Lei Complementar nº 108/2024, que regulamenta a gestão e a fiscalização do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e trata do ITCMD, foi aprovado em sua totalidade pelo Congresso Nacional e seguiu para sanção presidencial.

Tereza Cristina também votou contra um destaque na PEC nº 66/2023, especificamente sobre a expressão do §19 do art. nº 165 da Constituição. 

O governo federal queria a aprovação e o resultado foi de rejeição, ou seja, o texto original (ou o que estava sendo defendido pelo governo/relator) foi mantido, com 39 votos contrários à retirada da expressão e 25 favoráveis. A emenda que propunha a mudança foi rejeitada, conforme os dados do Radar do Congresso e o processo de tramitação da PEC.

A senadora ainda votou contra o PL nº 4.614/2024, que foi um projeto de lei polêmico, aprovado no fim de 2024, que alterou regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC), restringindo o acesso ao benefício para pessoas com deficiência (excluindo as de grau leve) e para idosos, além de mudar a forma de cálculo da renda familiar, gerando críticas de que feria direitos sociais, mas justificado pelo governo como ajuste fiscal e sustentabilidade de programas sociais.

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