Política

CAMPO GRANDE

Valdemar comunica para Tereza que Bolsonaro validou aliança com PSDB

O presidente nacional do partido foi até a casa da senadora em Brasília (DF) para explicar decisão do ex-presidente

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A amizade entre o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) e a sua ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a senadora Tereza Cristina (PP-MS), deve ficar um pouco estremecida pelo menos até as eleições municipais deste ano.

O motivo é que Bolsonaro validou a aliança do PL com o PSDB para a disputa do pleito do próximo dia 6 de outubro em Campo Grande (MS) e mais 36 municípios do Estado, contrariando o desejo de “Tetê”, apelido dado pelo ex-presidente e sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, para a parlamentar sul-mato-grossense.

Tereza Cristina contava com o apoio de Bolsonaro e do PL para a atual prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que é pré-candidata à reeleição e compõem a extrema direita em Mato Grosso do Sul, tendo, inclusive, participado das manifestações políticas convocadas pelo ex-presidente.

A aliança entre PL e PSDB foi costurada e anunciada durante a viagem oficial pelo Senado Federal da parlamentar sul-mato-grossense aos Estados Unidos para tratar de desafios que o Brasil enfrenta atualmente na agropecuária, sobretudo em relação ao seguro rural. 

Como estava nos Estados Unidos, Tereza Cristina disse, na semana passada ao Correio do Estado, que, ao retornar ao Brasil, falaria pessoalmente com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília (DF).

A reportagem procurou Valdemar Costa Neto, que confirmou ontem ao Correio do Estado ter ido pessoalmente à residência da ex-ministra da Agricultura em Brasília para explicar a aliança firmada entre PL e PSDB para a disputa das eleições municipais em Mato Grosso do Sul.

“Procurei a senadora na manhã de terça-feira e comuniquei a ela a decisão do Bolsonaro sobre a aliança. Também disse para Tereza que é o próprio presidente que está tocando esse assunto em Mato Grosso do Sul”, relatou, pondo, praticamente, um ponto final na possibilidade de uma reviravolta nessa questão.

O Correio do Estado também procurou a senadora Tereza Cristina, mas não conseguiu falar com ela, porém, a reportagem apurou que a parlamentar sul-mato-grossense teria dito a interlocutores que foi procurada por Valdemar Costa Neto na sua casa em Brasília e ele teria disso que “o quadro relacionado à aliança entre PL e PSDB em Campo Grande não teve alteração”.

Ainda conforme informações obtidas pelo Correio do Estado, após esse encontro com o presidente nacional do PL, Tereza Cristina teria até desistido de se encontrar com Bolsonaro, demonstrando que a senadora ficou magoada com a decisão do ex-presidente de apoiar o candidato tucano Beto Pereira, com quem ela não tem a melhor das relações.

Para quem não sabe, a senadora e o deputado federal do PSDB já se enfrentaram nas urnas disputando a prefeitura de Terenos em 2004, sendo que na época ela estava no PSDB e acabou derrotada por Beto Pereira. Desde então, os dois não são bons amigos.

O fato é que, pela primeira vez desde que ficaram mais próximos, Tereza Cristina e Jair Bolsonaro estarão de lados opostos nas eleições municipais deste ano, entretanto, nada que uma boa conversa entre ambos após o pleito de outubro não possa resolver.

PLANO “A”

Na segunda-feira, Tereza Cristina e a prefeita Adriane Lopes já tinham admitido, durante lançamento do Hospital Municipal de Campo Grande (HMCG), que tinham perdido o apoio do PL do ex-presidente Bolsonaro para as eleições municipais deste ano.

“Isso é coisa da política. Se a gente tiver o PL do nosso lado, eu acho que a direita estaria muito unida e isso é uma decisão que não cabe ao PP, é uma decisão que cabe ao PL saber com quem eles querem coligar”, declarou a senadora.

Para Tereza Cristina, era uma coisa muito natural que o PP e o PL estivessem juntos, mas parece que isso não vai acontecer. “É claro que a vinda do PL com o PP nos ajudaria e complementaria”, argumentou. 

Apesar disso, a senadora destacou que, com ou sem apoio do PL, Adriane Lopes continua sendo a candidata do PP à Prefeitura de Campo Grande. 

“Campo Grande tem um plano A que se chama Adriane Lopes e nós vamos continuar nessa caminhada. Para mim, realmente foi uma surpresa essa virada que aconteceu na semana passada, mas que nada muda a candidatura do PP em Campo Grande”, reforçou.

A parlamentar acrescentou que a vida prossegue e que vai continuar em frente. “Então nós continuamos onde nós sempre estivemos: Adriane é a nossa candidata e vamos ganhar as eleições”, projetou.

Já Adriane Lopes disse que sua pré-candidatura segue “firme e forte”, com ou sem apoio do PL. “Até aqui eu vim sozinha, não foi o PL que me trouxe aqui. Nós vamos continuar com a mesma disposição de trabalho, de garra, visitando e acompanhando os bairros da cidade”, argumentou.

Ela destacou que a senadora tentou a construção com o PL, só que é uma decisão do partido de Bolsonaro. “Não cabe a nós julgarmos a decisão que eles vão tomar. Mas a gente respeita e nós continuamos firmes com a nossa proposta desde o início, para que a gente possa avançar. E eu acredito que se essa foi uma decisão do partido, se o partido acatou, a gente respeita”, pontuou.
 

Política

Governo começa a alinhar prioridades para 2025

Eduardo Riedel se reuniu com secretários para avaliar projetos e elaborar estratégias para o ano que vem

21/11/2024 12h52

Álvaro Rezende/Governo do Estado

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O governador do Estado, Eduardo Riedel, já começou a se reunir com secretários estaduais para avaliar projetos em andamento e alinhar as prioridades de cada pasta para 2025.

Um dos temas tratados na última quarta-feira (20) foram as emendas parlamentares federais, que vão contribuir para os investimentos em diferentes setores do Estado.

"Tivemos um dia de reuniões produtivas em grandes áreas do Governo do Estado. São projetos transversais, que complementam o outro em diferentes áreas e políticas públicas. Podemos definir os grandes projetos para 2025", afirmou o governador, ao final das reuniões que ocorreram na quarta-feira (20), no Gabinete do Receptivo.

Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais conseguiu aplicar recursos de emendas de bancada federal em projetos estruturantes e investimentos essenciais, fato ressaltado pelo governador.

"Quando há esta convergência entre Poder Executivo e Legislativo, temos condições de aplicar nos municípios, que é onde as pessoas moram, atendemos melhor o sul-mato-grossense".

O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, participou de todas as reuniões com os demais gestores. Na sua avaliação o Governo do Estado tem uma linha de trabalho voltada para os resultados.

"Importante medirmos e avaliarmos nosso trabalho para garantir que nosso plano de governo esteja sendo cumprido e a população recebendo melhorias em todas as áreas".

Para alinhar os trabalhos e promover um planejamento eficiente, o Governo do Estado também promove os "contratos de gestão" com todas as secretárias, fundações e autarquias, definindo os projetos que serão prioridades de cada pasta ao longo do ano. Durante este processo são avaliadas que ações estão tendo resultados e rota precisa ser corrigida.

"Com foco no plano de governo, a gestão estadual tem como eixos estratégicos a busca por um Estado verde, digital, próspero e inclusivo, que tenha como objetivo não deixar ninguém para trás. Os bons índices de investimentos permitem ainda que o Estado possa atender as demandas dos 79 municípios".

Possível mudança

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, fontes ligadas à reportagem revelaram que, nas próximas semanas, Riedel pode trazer Pedro Caravina (PSDB) para o lugar de Eduardo Rocha, secretário da Casa Civil, que estaria "de malas prontas" para trocar Campo Grande por Brasília (DF), onde assumiria o Escritório de Relações Institucionais e Políticas, cargo que está vago desde a exoneração a pedido do titular Sérgio de Paula.

Caravina que retornaria à administração estadual depois de ter saído a pedido para ajudar na campanha eleitoral vitoriosa de sua esposa, Wanderleia Caravina (PSDB), para a prefeitura de Bataguassu, e de outros candidatos a prefeito, que também tiveram êxito.

Além disso, Riedel ainda acomodaria o suplente de deputado estadual João César Mattogrosso (PSDB) novamente na Assembleia Legislativa, na vaga de Pedro Caravina, pois atualmente ele é diretor-geral adjunto do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).

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INTERIOR

Mulheres fracassam nas urnas e põem em risco vereadores vitoriosos do PP

Com dois parlamentares eleitos em Rio Negro, três candidatas do Partido Progressista somadas tiveram apenas 42 votos e sigla entra na mira do Ministério Público

21/11/2024 12h21

Declaradas pardas e donas de casa, Evaleria, Val e Marcela tiveram, respectivamente: 6, 11 e 25 votos.

Declaradas pardas e donas de casa, Evaleria, Val e Marcela tiveram, respectivamente: 6, 11 e 25 votos. Reprodução

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Através de Diário Oficial, o Ministério Público instaurou o chamado procedimento preparatório para apurar possível fraude na cota de gênero para candidaturas femininas, já que distante cerca de 152 km de Campo Grande as candidatas mulheres do Partido Progressista (PP) fracassaram nas urnas e põe em risco, agora, os vereadores eleitos. 

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, em Rio Negro, a eleição municipal ordinária deste ano levou 3.433 eleitores às urnas, sendo 3.353 votos válidos, dos quais 3.265 foram nominais e 88 para legenda. 

Vale lembrar que, os seguintes vereadores foram eleitos no município este ano: 

  • (PSD) Neuza Santos 
  • (PSDB) Betinho Barros 
  • (PSDB) Evaldo Paes 
  • (PSD) Pião
  • (PSD) Valdir Fischer
  • (PSDB) Nair Oliveira 
  • (PSDB) Anderson 
  • (PP) Helio Rezende 
  • (PP) Ticão 

Justamente esses dois últimos citados, Helio Rezende e Tição, que receberam 208 e 84 votos respectivamente, estão com seus cargos no legislativo de Rio Negro a partir de 2025 ameaçados.

Entenda

Como bem aponta em procedimento preparatório eleitoral (PPE) a Promotora de Justiça Eleitoral, Isabelle Albuquerque dos Santos Rizzo, os partidos precisam obedecer ao percentual mínimo de 30% (trinta por cento) de candidaturas femininas, nos termos do art.
10, § 3º, da lei n. 9.504/97. 

Sendo que, para que seja identificada a dita fraude à cota de gênero, é necessária a presença de um alguns elementos não cumulativos "quando os fatos e as circunstâncias do caso concreto assim permitirem concluir": 

  1. Votação zerada ou inexpressiva; 
  2. Prestação de contas zerada, padronizada ou ausência de movimentação financeira relevante; e 
  3. Ausência de atos efetivos de campanhas, divulgação ou promoção da candidatura de terceiros.

Levando isso em conta, é apontada em seguida a dita "quantidade inexpressiva de votos" que as candidatas do Partido Progressista em Rio Negro Alcançaram, que somam a intenção de apenas 42 eleitores totais. 

As candidatas citadas seriam: Marcela Souza, Val do São Francisco e Evaleria, que nas eleições ordinárias desse ano registraram 25; 11 e seis votos, respectivamente, todas as três candidatas declaradas pardas e donas de casa. 

Consequências

Foi solicitado, em PPE, a juntada de cópias do processo demonstrativo de regularidade de atos partidários; Registro de Candidatura individual e prestação de contas de cada uma das candidatas, para apurar melhor a situação. 

Isso porque, caso seja reconhecido o ilícito há três consequências principais que podem se estender à todo o partido e alterar o corpo de vereadores de Rio Negro para 2025. 

Dos três pontos, a primeira consequência é a cassação do Drap da legenda e dos diplomas dos candidatos a ele vinculados, independentemente de prova de participação, ciência ou anuência de cada um. 

Além disso, se constatado ilícito, acarretará na inelegibilidade daqueles que praticaram ou anuíram com a conduta, nas hipóteses de ação de investigação judicial eleitoral (AIJE); bem como anulação dos votos conquistados pelo partido, com recontagem dos quocientes eleitoral e partidário.

Cabe apontar que o Partido Progressista foi procurado para se manifestar a respeito, sendo que esse espaço segue aberto para posicionamento. 

 

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