Política

ESCRITÓRIO DE PISTOLAGEM

Vereadores e deputado são citados
em ação contra milícia

Em processo, Ministério Público mostra cheque de ex-governador e diálogo de vereadores e deputado

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Valdir Gomes (PP) e Ademir Santana (PDT), vereadores de Campo Grande, o ex-deputado federal e ex-governador de Mato Grosso do Sul José Orcírio Miranda, o Zeca do PT, e o deputado estadual Jamilson Name (PDT) estão citados no documento de representação de prisão preventiva do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na Justiça do Estado, o qual pede as prisões preventivas e temporárias de empresários, guardas municipais, policiais civis, millitares e federais envolvidos em um suposto esquema de milícia investigado na Operação Omertá, deflagrada na sexta-feira (27), em conjunto com o Grupo Armado de Repressão a Assaltos e Sequestros (Garras). 

De acordo com o documento anexado à ação que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho são líderes de uma milícia que contém diversos integrantes (da ativa e aposentados) da segurança pública envolvidos em organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros. Jamil é pai do deputado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS), Jamilson Name. 

O processo com mais de mil páginas traz também nomes de políticos conhecidos no Estado e na Capital. Cheques, fita de gravação, nota promissória, cadernos, dinheiro e celulares estão entre os objetos apreendidos na casa de Jamil Name, preso na sexta-feira (27). 

Conforme relatório do Ministério Público Estadual (MPE), um dos cheques está em nome de José Orcírio Miranda dos Santos, no valor de R$ 100 mil, e outro, de um desembargador, no mesmo valor, totalizando R$ 200 mil. 
Ambos os papéis estavam no quarto do apontado como um dos chefes da organização criminosa envolvida em execuções em Campo Grande. 

Ainda, uma nota promissória de R$ 150 mil estava no cômodo. No quarto de Jamil Filho, além de cadernos, havia R$ 137,3 mil em espécie. Na gaveta da sala de estar, estavam R$ 6,3 mil e, em um cofre no escritório, R$ 20 mil e 640 euros. Três celulares também foram apreendidos. 

O nome do deputado estadual, filho e irmão, respectivamente, dos acusados de serem os líderes do suposto grupo, Jamilson Name, aparece em uma conversa telefônica atribuída, de acordo com o MPE, ao advogado criminalista Renê Siufi, em que o defensor teria sugerido que seria melhor Jamil Filho “rapá o pé”, fugir. Jamilson faz a interlocução entre o advogado e a família. 

A conversa é após a prisão do guarda municipal Marcelo Rios, que mantinha sob sua custódia arsenal bélico, consistente em fuzis calibres 762 x 39 e 556, pistolas, revólveres, espingardas, munições e acessórios de armas de fogo, além de equipamentos usados em ações de inteligência policial, como bonés com câmera oculta e bloqueadores de sinal eletromagnético (tornozeleira eletrônica) e silenciadores de fuzis. 

Com relação aos vereadores, Valdir Gomes é citado durante uma suposta fuga de Name Filho para Ponta Porã. Gomes vai à cidade e se encontra com o investigado, conforme mensagens atribuídas ao vereador e à mãe e esposa dos presos, Tereza Name, também ex-vereadora. Ele diz a Tereza que esteve no cassino em Ponta Porã e teria conversado com seu filho e fala que Jamilzinho, como é conhecido, teria ganhado R$ 66 mil.  

Gomes conta também o resultado da votação do projeto da Previdência encaminhado pelo prefeito Marcos Trad (PSD), Valdir fala que sete vereadores votaram contra. E ela destaca que falou com o vereador Ademir, citado em outro momento no envolvimento de compra de uma chácara e que tem uma casa registrada em seu nome que foi utilizada por um militar rformado, que teria participado de agiotagem e comércio ilegal de munições em envolvimento da família Name, de acordo com o Gaeco. 

Conforme o MPE, um servidor público que devia ao suposto agiota estaria fazendo um negócio de compra e venda de uma chácara, “cujo de fato o comprador seria Jamil Name, porém, a aquisição seria escriturada para a pessoa conhecida como Ademir, o qual  estaria encarregado de lhe repassar o valor que lhe coubesse no negócio”. 

Sergundo ligação interceptada durante a investigação, o servidor diz para o agiota que já sabe como pagar o que deve. “Chegou à solução, nós vamos receber do seu Jamil Name, tá? O nosso dinheiro. Qual a solução: eu vou passar um hectare de terra do Miguelzinho Bueno pro Ademir e vai pagar oito de R$ 5 mil pra mim. Eu telefonei para ele agora e não atendeu o telefone e não sei se ele está viajando ou não, aí ele vai ficar do lado do velho. Aí segunda-feira eu já vou ver se passo a escritura para ele, ele topando uma de cinco aí te passo R$ 5 mil e não te devo mais nada”, diz o documento que a área é na saída para Rochedo. 

Por meio da assessoria de imprensa da Câmara Municipal, o vereador Ademir afirmou que a casa onde o militar reformado residia não estava em seu nome. O parlamentar diz que possui sim uma residência na mesma rua onde o militar morava, porém, quem reside no local seria sua ex-esposa e que esse imóvel não tem relação com o local de moradia do referido policial. O vereador também garante que não atendeu ligação e não fechou nenhum negócio com relação a fazenda de R$ 5 mil.

Gaeco

Foram presas na Operação Omertá 19 pessoas, entre elas, empresários, policiais civis, guardas municipais, militar da reserva do Exército e policial federal. Em poder dos investigados foram apreendidas mais armas de fogo, munição, aparelhos celulares, computadores, documentos e cerca de R$ 160 mil.

 

Matéria editada para acréscimo de informação no dia 3 de outubro, às 12h.

 

Em debate

Projeto para banir celulares nas escolas de MS avança na Assembleia

O projeto de lei foi enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). Caso seja aprovado, voltará para a Assembleia e passará por uma nova votação.

21/11/2024 13h35

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Divulgação/ Alems

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Está em tramitação na Assembleia Legislativa o projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por alunos nas escolas da rede pública e privada de Mato Grosso do Sul. Conforme a matéria, que segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), os estudantes seriam impedidos de usar esses aparelhos dentro das salas de aula.

O tema tem sido amplamente discutido em outros estados brasileiros. Em São Paulo, no início deste mês, os deputados aprovaram um projeto de lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por alunos nas escolas do estado, com previsão de implementação para 2025. 

Apresentado nesta quinta-feira (21) pelo deputado Pedro Pedrossian (PSD), o projeto de lei propõe a proibição do uso de dispositivos eletrônicos nas escolas do Estado. O texto define como dispositivos eletrônicos quaisquer equipamentos com acesso à internet, como celulares, tablets, relógios inteligentes e similares.

O mesmo projeto de lei, apresentado na última semana pelo deputado estadual Roberto Hashioka (União), determina que os alunos que optarem por levar celulares e outros dispositivos eletrônicos para as escolas deverão armazená-los de forma segura, sem acesso durante o período das aulas. Além disso, os estudantes assumirão a responsabilidade por eventuais extravios ou danos, caso escolham levar os aparelhos.

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul Foto: Assembleia Legislativa / Divulgação

De acordo com o documento apresentado pelo deputado Pedro Pedrossian, o uso de dispositivos eletrônicos será permitido nas escolas apenas em situações específicas: quando houver necessidade pedagógica para utilização de conteúdos digitais ou ferramentas educacionais, e para alunos com deficiência que dependem de auxílios tecnológicos para participar efetivamente das atividades escolares.

Preocupado com a saúde mental das crianças, o deputado aponta que a dependência de dispositivos eletrônicos e o uso excessivo das redes sociais podem causar sérios problemas de saúde, como transtornos psicológicos e outros distúrbios mentais. 

 “O debate acerca da limitação do uso de telas e dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes vem crescendo na medida em que se apresentam estudos que indicam diversas consequências graves desse uso indiscriminado, tanto do ponto de vista físico, quanto mental, cognitivo e até social. A dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtornos de sono e alimentação, sedentarismo. Além disso, é estimado o limite diário de tela para crianças em uma a duas horas sempre com supervisão, na faixa etária dos 6 aos 10 anos”, justificou o deputado.

A matéria segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e, caso seja aprovada, retornará à Assembleia para a votação dos deputados.


Mais deputados aprovam o projeto 

Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul  Foto: Wagner Guimarães

No último dia 13 de setembro, o deputado estadual Roberto Hashioka (União) apresentou um projeto semelhante na Assembleia Legislativa, argumentando que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pela juventude pode prejudicar a concentração, o desempenho acadêmico e causar outros problemas de saúde.

“O uso constante de dispositivos móveis durante as aulas tem sido associado a uma diminuição significativa na capacidade de concentração e desempenho acadêmico. Além disso, estudos indicam que mesmo a mera presença do telefone pode reduzir a capacidade cognitiva, resultando em uma menor retenção de informações e notas mais baixas”, afirma Roberto Hashioka na justificativa da proposição.

O parlamentar também argumenta que cabe aos governos garantir as melhores condições de educação, incluindo a regulamentação do uso da tecnologia, a fim de proteger os estudantes dos seus aspectos negativos.

“Todas as crianças e adolescentes precisam de um ambiente educacional equilibrado, onde possam desenvolver habilidades digitais essenciais, ao mesmo tempo em que se protegem dos impactos prejudiciais do uso excessivo da tecnologia”, acrescenta. 


Uso de celulares em escolas de São Paulo está proibido 

Caso semelhante ocorreu em São Paulo, onde, nesta terça-feira (12), a Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no estado. Agora, o texto segue para a sanção do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Conforme informações do portal G1, o texto tem como objetivo restringir o uso de qualquer tipo de aparelho eletrônico com acesso à internet por estudantes durante o período de aulas, incluindo os intervalos. O texto, de autoria da deputada estadual Marina Helou (Rede) , recebido aval da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Alesp em outubro.


Governo discute proibição de celulares nas escolas 

O Ministério da Educação (MEC) deve apresentar, nas próximas semanas, ao governo brasileiro um projeto de lei que prevê a concessão do uso de celulares em escolas públicas e privadas do país.

De acordo com a massa, o texto tem como objetivo proporcionar segurança jurídica para estados e municípios que já vinham discutindo a concessão.

Em fevereiro deste ano, o uso de aparelhos celulares e dispositivos tecnológicos foi proibido nas escolas da rede pública municipal do Rio de Janeiro. O decreto, assinado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), vetou o uso de aparelhos dentro e fora da sala de aula aula, incluindo nos intervalos e no recreio.

MEC deve apresentar proposta  

Na semana passada, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou ao portal G1 que é necessário impor limites ao uso de aparelhos celulares por crianças e adolescentes nas escolas.

Ao ser questionado se o MEC apresentava alguma proposta, o ministro disse que, no momento, desistiu de apresentar uma proposta própria de alcance nacional para implementar essas restrições e optou por ‘aproveitar’ os projetos de lei que já tramitavam na Casa.

Ainda de acordo com o ministro, o projeto de lei 104/2015, que trata do tema, foi aprovado pelos deputados na Comissão de Educação e agora seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Em seguida, será debatido no plenário e, posteriormente, no Senado.

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Política

Governo começa a alinhar prioridades para 2025

Eduardo Riedel se reuniu com secretários para avaliar projetos e elaborar estratégias para o ano que vem

21/11/2024 12h52

Álvaro Rezende/Governo do Estado

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O governador do Estado, Eduardo Riedel, já começou a se reunir com secretários estaduais para avaliar projetos em andamento e alinhar as prioridades de cada pasta para 2025.

Um dos temas tratados na última quarta-feira (20) foram as emendas parlamentares federais, que vão contribuir para os investimentos em diferentes setores do Estado.

"Tivemos um dia de reuniões produtivas em grandes áreas do Governo do Estado. São projetos transversais, que complementam o outro em diferentes áreas e políticas públicas. Podemos definir os grandes projetos para 2025", afirmou o governador, ao final das reuniões que ocorreram na quarta-feira (20), no Gabinete do Receptivo.

Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais conseguiu aplicar recursos de emendas de bancada federal em projetos estruturantes e investimentos essenciais, fato ressaltado pelo governador.

"Quando há esta convergência entre Poder Executivo e Legislativo, temos condições de aplicar nos municípios, que é onde as pessoas moram, atendemos melhor o sul-mato-grossense".

O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, participou de todas as reuniões com os demais gestores. Na sua avaliação o Governo do Estado tem uma linha de trabalho voltada para os resultados.

"Importante medirmos e avaliarmos nosso trabalho para garantir que nosso plano de governo esteja sendo cumprido e a população recebendo melhorias em todas as áreas".

Para alinhar os trabalhos e promover um planejamento eficiente, o Governo do Estado também promove os "contratos de gestão" com todas as secretárias, fundações e autarquias, definindo os projetos que serão prioridades de cada pasta ao longo do ano. Durante este processo são avaliadas que ações estão tendo resultados e rota precisa ser corrigida.

"Com foco no plano de governo, a gestão estadual tem como eixos estratégicos a busca por um Estado verde, digital, próspero e inclusivo, que tenha como objetivo não deixar ninguém para trás. Os bons índices de investimentos permitem ainda que o Estado possa atender as demandas dos 79 municípios".

Possível mudança

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, fontes ligadas à reportagem revelaram que, nas próximas semanas, Riedel pode trazer Pedro Caravina (PSDB) para o lugar de Eduardo Rocha, secretário da Casa Civil, que estaria "de malas prontas" para trocar Campo Grande por Brasília (DF), onde assumiria o Escritório de Relações Institucionais e Políticas, cargo que está vago desde a exoneração a pedido do titular Sérgio de Paula.

Caravina que retornaria à administração estadual depois de ter saído a pedido para ajudar na campanha eleitoral vitoriosa de sua esposa, Wanderleia Caravina (PSDB), para a prefeitura de Bataguassu, e de outros candidatos a prefeito, que também tiveram êxito.

Além disso, Riedel ainda acomodaria o suplente de deputado estadual João César Mattogrosso (PSDB) novamente na Assembleia Legislativa, na vaga de Pedro Caravina, pois atualmente ele é diretor-geral adjunto do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).

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