Cidades

Consagrado nacionalmente

Do cartoon à cervejaria: cartunista relembra trajetória que começou na Capital

Ique Woistchach começou no Diário da Serra e hoje é um dos mais renomados do país

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Jornalista, cartunista, chargista, escultor, roteirista, diretor executivo de uma empresa de criação, sócio de uma cervejaria artesanal, pai de quatro filhos, premiado e consagrado nacionalmente. Este é o campo-grandense Victor Henrique Woitschach, 53 anos, conhecido pelo nome artístico Ique Woitschach. Morando no Rio de Janeiro há mais de 30 anos, o artista coleciona conquistas e relembra com carinho do tempo que morou em Campo Grande.

Ique é o único cartunista do Brasil premiado no Prêmio Esso do Jornalismo,  hoje chamado Prêmio Exxonmobil, um dos mais tradicionais e importantes prêmios do jornalismo nacional. Ele foi reconhecido com o prêmio duas vezes, em 1990 e 1991.

A trajetória de sucesso começou nos jornais da capital-sul-matogrossense, de onde partiu em busca de novos desafios e se mudou para o Rio de Janeiro. No Rio, ele coleciona conquistas, tendo oito esculturas de bronze espalhadas pela cidade.

Sem muito mercado para quem trabalha com desenho, Ique se aperfeiçoou em várias áreas e “criou o seu próprio mercado”. É dele o primeiro animatronic brasileiro e em seu currículo estão também passagens por programas como Zorra Total e criação de uma cervejaria artesanal.

Apesar de todo o reconhecimento nacional, uma das grandes frustrações do artista é não ter uma obra em sua cidade natal.

TRAJETÓRIA

A paixão pelo desenho começou ainda na infância, conforme disse Ique  ao Portal Correio do Estado. Tímido, ele costumava ficar dentro da sala de aula durante o recreio e aproveitava o tempo para desenhar. “Sempre tive facilidade para desenhar e sempre gostei, isso me aproximou dos colegas que queriam fazer os trabalhos comigo, porque eu não escrevia ou colava figurinha, fazia mais elaborado, em 3D”, conta.

Aos 12 anos, um triste episódio da morte de seu pai “obrigou” o adolescente a trabalhar para ajudar a mãe no sustento da casa. Porém, o sonho de trabalhar com desenho não ficou esquecido. Nos dias de folga, ele entregava os cartoons que desenhava na porta do Jornal Diário da Serra. “Era uma época que o Operário estava bem no campeonato brasileiro e eu fazia cartoons sobre o operário e deixava no jornal”, lembrou.

Um dia, quando foi entregar seu trabalho, o editor do jornal o chamou, inicialmente pensando que era o seu pai quem fazia os desenhos. Quando disse que os desenhos eram seus, Ique foi contratado como ilustrador do Diário da Serra, onde passou a fazer charges.

Mais tarde, Ique decidiu cursar educação artística na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), onde realizou algumas exposições. Na universidade, ele recebeu apoio da professora Maria da Glória Sá Rosa e também do cartunista Ziraldo, durante uma palestre, que o incentivaram a ir para Rio de Janeiro.

“Ela [Maria da Glória Sá Rosa] me chamou e falou para eu ir em busca dos meus sonhos, que ela me dava um prazo de dois anos e, caso não desse certo, eu poderia voltar que teria um emprego de professor garantido”, disse. Dessa forma, com 21 anos, Ique deixou Campo Grande rumo ao Rio de Janeiro, sem emprego, sem família e apenas com o sonho de trabalhar no Jornal do Brasil, que era o celeiro de talentos no Rio.

Charge de Ique publicada no dia 12 de setembro 2001 no Jornal do Brasil (Foto: Arquivo pessoal)

Com o seu trabalho “embaixo do braço”, ele foi pessoalmente ao jornal mostrar seus desenhos. Porém, desconhecido até então e ainda jovem, os profissionais resistiam em lhe dar emprego. Até que o cartunista Lanfranco Aldo Ricardo Rossini, italiano radicado no Brasil, gostou do seu trabalho e ajudou Ique.

Lan, como era conhecido, estava no início de um glaucoma, conversou com Ique e com a chefia do Jornal do Brasil. Com atestado, ele disse aos editores que não tinha outra pessoa que pudesse ficar no lugar dele além de Ique. Assim, começou um novo capítulo na carreira do ilustrador.

“Ele acreditou e me falou que eu se eu não segurasse a bola ia estar matando a minha carreira e a dele também”, contou.

Foi no Jornal do Brasil que Ique ganhou os dois prêmios Esso de Jornalismo. Lá, ele trabalhou por 26 anos. Como ilustrador, ele também trabalhou no Jornal O Estado de São Paulo, Jornal O Dia, publicou dois livros de charges e colaborou com centenas de revistas do país.

Conforme o mercado foi se modernizando, Ique também foi se adaptando. “Eu escolhi uma profissão que não tem mercado e não é considerada profissão porque é desenho. Trabalhar em profissão que não existe mercado, você tem que correr na frente e criar um mercado para você trabalhar”, avaliou.

Dessa forma, conforme o mercado pedia, ele foi estudando e explorando novas maneiras de desenvolver sua arte.

PLURALIDADE ARTÍSTICA

As ilustrações não eram o único talento de Ique, que sempre quis se aventurar em todas as áreas artísticas. “O artista tem que ser completo, sempre achei isso e sempre quis pintar, fazer escultura e todo tipo de material”.

Quando ainda trabalhava como chargista, no início, haviam poucas fotografias disponíveis das personalidades. Sem imagem disponível para fazer suas charges, ele tirava várias fotos de todos os ângulos das pessoas quando tinha oportunidade e construía uma mini escultura, chamada por ele de cariscultura (caricatura com escultura) para usar de referência quando precisasse fazer o desenho de um personagem de costas, por exemplo.

“Passei a estudar anatomia do ser humano em geral e isso fez com que meu desenho ganhasse corpo, volume. Quando senti que estava ganhando volume, fiz um curso de técnica de escultura em terracota, queimar o bronze e depois fui chamado pelo prefeito para fazer a primeira escultura da prefeitura”.

Essa primeira obra que o artista se refere é o “Corneteiro do Pirajá”, que fica em Ipanema. Ele também tem outras sete estátuas de bronze espalhadas pela cidade, sendo uma das mais conhecidas a estátua de Michael Jackson, instalada na laje da comunidade do Santa Marta, local  onde o rei do pop gravou o clipe da música "They don’t care about us", em 1996.

O trabalho com a escultura o levou a querer da movimento aos personagens. Dessa forma, ele foi estudar no exterior sobre a técnica de animatronics, que são bonecos controlados por controle remoto, desenvolvida nos estúdios de Holywood. A possibilidade de os bonecos se mexerem, levou Ique a estudar roteiro.

Animatronic do Messi foi usado na "Central da Copa" (Foto: Arquivo pessoal)

“”Eu sabia que para desenvolver um personagem, eu precisaria ter conhecimento de roteiro, porque um roteirista não faria a história como eu quero. Li vários livros de roteiro, almocei e jantei roteiro por dois anos”, disse.

Um dos cursos foi uma oficina de seis meses na Rede Globo de Televisão, onde, ao fim do curso, foi chamado para trabalhar no Programa do Faustão e, posteriormente, no Zorra Total.

“Sempre fui muito preconceituoso com o Zorra Total, mas descobri que o roteiro era ruim de propósito e quando fui escrever, cheio de sofisticação, tive que entender que não era essa a linguagem, foi uma uma escola fabulosa”.

No Zorra, além do roteiro, ela fez a abertura do programa que ficou no ar por quase cinco anos, criou digitalmente todo o cenário dos 10 anos do programa e fez a abertura do programa especial do Chico Anísio, além de fazer "pontas" como figurante.

Foi também no programa que ele fez o primeiro animatronic, um orangotango que contracena com o ator Eri Johnson. O mais famoso, porém, é o animatronic do Messi, que foi usado nas transmissões da Globo durante a Copa do Mundo. ​

Legenda da Foto

BeerToon

Com trabalhos em todas as áreas, Ique criou ainda a empresa iQ Criação iLtda e por último, se juntou a dois amigos e criou a cervejaria BeerToon, onde é responsável pelos rótulos.

“É uma cervejaria artesanal que tem como conceito gráfico o cartoon, o humor, a irreverência e homenageia situações políticas e sociais. Criamos um novo case, que não tinha no Brasil, e tratamos o rótulo como uma nova mídia”, explicou.

Conforme Ique, os rótulos das cervejas contam uma história e fazem uma crítica. Para cada estilo de cerveja, eles mudam o rótulo. As primeiras cervejas criadas foram batizadas de Mimosa, Pedra Bonita, Alquimia e Delação Premiada.

CAMPO GRANDE E FUTURO

Morando no Rio a mais de 30 anos, Ique ainda tem família na Cidade Morena e não descartou a possibilidade de retornar para a capital sul-mato-grossense no futuro.

“A minha vontade é, quando parar com essa loucura toda, sair do Rio de Janeiro e ir para Campo Grande, montar um estúdio, uma galeria. Tenho saudade da guavira, mas meu ritmo é mais acelerado e teria que passar dois meses em cada lugar para acostumar”, disse.

Com trabalhos e reconhecimento em tantas áreas, uma das frustrações de Ique é não ter nenhuma obra em Campo Grande. Ele chegou a fazer um projeto de uma escultura de bronze de um jornaleiro, para ser fixada no tradicional ponto de entrega de jornais, no cruzamento da Avenida Afonso Pena e Rua 14 de Julho, mas o projeto não foi levado adiante pela prefeitura.

Para o futuro, ele ainda tem planos de montar um ateliê para se dedicar a pintura e escultura, com uma espécie de pub nos fundos e o sonho de ter um programa de humor com bonecos animatronics.

“Eu estou desenvolvendo o roteiro, o esqueleto do programa de humor onde os bonecos serão as estrelas e ainda vou colocar esse programa no ar", finalizou. 

 

Abaixo, abertura do programa Zorra Total feita por Ique:

POLÍCIA

Operação da Policia Civil com a PRF interdita prostíbulo no interior de MS

Na semana passada, o local já tinha sido alvo de outra operação e foi interditado, mas estava funcionando

31/03/2025 17h56

Local que foi alvo de operação

Local que foi alvo de operação FOTO: Divulgação PCMS

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Na última quinta-feira (27), a Polícia Civil, em conjunto com a Delegacia de Aparecida do Taboado, realizou ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal de Paranaíba, na qual revistou e interditou um prostíbulo na cidade de Aparecida do Taboado, distante aproximadamente 450 quilômetros de Campo Grande.

Antes da operação, as investigações averiguaram denúncias de tráfico de drogas e armas no local. A operação resultou na prisão de três pessoas, de 19, 31 e 37 anos pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

Em revistas no estabelecimento foram localizadas armas, munições, entorpecentes do tipo maconha e cocaína e ainda acessórios utilizados para o tráfico de drogas.

No total foram encontrados dois revólveres, diversas munições, duas balanças de precisão para pesar entorpecentes, além de porções de maconha e cocaína e uma touca ninja muito utilizada em assaltos.

No dia 21 de março, o lugar já teria sido alvo de uma outra operação realizada pelos investigadores do Setor de Investigação Geral – SIG da Delegacia de Aparecida do Taboado, na qual foram cumpridos mandados de prisão de seu proprietário e de busca e apreensão e interdição do estabelecimento, ordem expedida pela Justiça Estadual de Auriflama-SP, mas na operação posterior, o local já estava aberto.

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Empreendedorismo

Sebrae vai dar R$ 39 mil para empreendedores ligados à bioeconomia de MS

Serão selecionadas até 80 empresas que atuam no fortalecimento do Cerrado ou Pantanal

31/03/2025 17h30

Sebrae MS

Sebrae MS Divulgação

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O Sebrae Mato Grosso do Sul, em parceria com o governo estadual e a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia (Fundect), lançou o programa Inova Cerrado & Pantanal Tração 2025.

A iniciativa busca fomentar negócios inovadores ligados à bioeconomia, promovendo a preservação e o uso sustentável dos recursos naturais dos biomas Cerrado e Pantanal.

O programa visa fortalecer os biomas brasileiros por meio da inovação, agregando valor às empresas locais e incentivando práticas sustentáveis.

Segundo Sandra Amarilha, diretora-técnica do Sebrae/MS, a iniciativa é uma oportunidade para transformar ideias em negócios viáveis que contribuam para o desenvolvimento sustentável dos biomas Cerrado e Pantanal.

Serão selecionados até 80 empreendedores que terão acesso a uma série de benefícios que incluem:

  • Bolsa de estímulo à inovação: R$ 6.500 mensais por seis meses, totalizando até R$ 39 mil.

  • Mentorias especializadas: Capacitação para desenvolver competências essenciais.

  • Conexão com o mercado: Oportunidades de networking com investidores e outros empreendedores.

  • Aceleração de negócios: Um processo de seis meses para impulsionar startups e empresas.

Quem pode participar?

O programa é voltado para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas (MEs) e empresas de pequeno porte (EPPs) formalizadas no estado do Mato Grosso do Sul. Os negócios devem estar relacionados a áreas prioritárias da bioeconomia, como:

  • Agricultura e Pecuária;

  • Alimentos e Bebidas;

  • Bioenergia e Biocombustíveis;

  • Casa e Construção;

  • Comunicação e Entretenimento;

  • Ecoturismo;

  • Floresta;

  • Fármacos;

  • Fitoterápicos e Nutracêuticos;

  • Higiene, Perfumaria e Cosméticos;

  • Logística e Mobilidade;

  • Moda e Design;

  • Químicos e Novos Materiais;

  • Tecnologia da Informação; Outros.

Como participar

Serão selecionadas até 80 propostas inovadoras, divididas entre os editais Inova Cerrado e Inova Pantanal. Para participar, basta seguir o seguinte passo a passo: 

  1. Acesse o site https://programas.sebraestartups.com.br/ e clique em “Cadastrar minha startup” ou em "Entrar", caso já possua cadastro.
  2. Inscreva-se como uma startup.
  3. Preencha seus dados.
  4. Insira o código que será enviado para o e-mail.
  5. Preencha todos os dados referentes a sua startup.
  6. Startup Cadastrada. Agora clique em “Ver programas” e busque por Inova Cerrado e Inova Pantanal.
  7. Clique no programa desejado e inscreva-se. Preencha todos os dados e pronto.

Cronograma:

  • Inscrições: Até 4 de abril de 2025.

  • Resultado preliminar: 16 de abril.

  • Prazo recursal: 18 de abril.

  • Resultado final: 25 de abril.

  • Período de aceleração: De 19 de maio a 25 de novembro.

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