O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmundo Klotz, assinaram nesta terça-feira (5) um acordo para reduzir a quantidade de sódio em mais um grupo de alimentos industrializados no país. O sódio é o principal componente do sal de cozinha.
Com o acordo, o quarto para a área, a meta do governo em relação ao sódio é de, por exemplo, passar de 587miligramas (mg) de sódio por 100g de requeijão cremoso em 2014 para 541mg por 100g em 2016. Para fins estatísticos do governo, ela foi estabelecida em 2012 e representará uma redução de 63,2% do nutriente no acumulado de quatro anos, de 2013 a 2016.
O termo assinado pelo governo e pelos fabricantes prevê redução de sódio em requeijão cremoso, sopa instantânea, sopa pronta para consumo e para cozimento, queijo muçarela, empanados, hambúrguer, presunto embutido, linguiça frescal, linguiça cozida a temperatura ambiente e mantida sob refrigeração, salsicha e mortadela mantida sob temperatura ambiente e sob refrigeração.
Esse é o quarto acordo firmado entre o Executivo federal e os fabricantes de alimentos desde 2011 com o mesmo objetivo. Nos tratados anteriores, alimentos como pão de forma, macarrão instantâneo, batata frita, maionese, biscoito recheado, margarina, cereais matinais e temperos para massa e arroz também tiveram a quantidade de sódio reduzida.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de sódio deve ser de menos de dois gramas por dia, equivalente a uma colher de chá ou cinco gramas de sal. O sal, em quantidades maiores do que a recomendada, aumenta a pressão arterial, podendo alterar o ritmo cardíaco. Com o desequilíbrio, a pessoa corre mais riscos de sofrer enfarte e problemas circulatórios.
De acordo com o ministério, a ingestão em excesso de sódio pode contribuir para o aparecimento e agravamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como a hipertensão arterial. A meta do governo federal é diminuir a média de consumo de sal no país e reduzir a taxa de mortalidade prematura (que se refere às pessoas com menos de 70 anos), por DCNTs em 2% ao ano.
O governo estima que, desde 2011, cerca de 11,3 mil toneladas de sódio deixaram de ser adicionadas aos alimentos que foram incluídos nos acordos firmados com a indústria alimentícia. Até 2020, o Executivo espera evitar a adição de 28,5 mil toneladas de sódio.
Klotz disse que atingir essas metas é possível devido à mudança gradual, que dá tempo de a indústria alimentícia pesquisar substâncias em substituição ao sódio sem perder o sabor de produtos. "Estamos não só dispostos, mas também já praticando. [...] Essa graduação permite que esses investimentos sejam feitos sem grande esforço. Se fosse feito de uma vez, seria incompatível. [...] Tem alguns problemas a serem enfrentados. O sal é um conservante, então tem que arranjar alguma outra coisa que se conserve, que faça esse papel", ponderou.
O sódio, especialmente em alimentos industrializados, está presente em conservantes (nitrito de sódio e nitrato de sódio), adoçantes (ciclamato de sódio e sacarina sódica), fermentos (bicarbonato de sódio) e realçadores de sabor (glutamato monossódico).
A fim de equilibrar o sódio ingerido, os especialitas recomendam o consumo de frutas e verduras, que são ricas em potássio.


