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Influenciadores dão 'jeitinho' após fim da contagem de curtidas no Instagram

Influenciadores dão 'jeitinho' após fim da contagem de curtidas no Instagram

ESTADÃO CONTEÚDO

21/07/2019 - 12h19
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Com mais de 1 bilhão de usuários, o Instagram é o destino favorito da internet para registros de viagens incríveis, padrões de beleza inalcançáveis e níveis de felicidade dignos de final de novela. Mas, desde a última quarta-feira (17), algo mudou. 

A rede começou a esconder o número de curtidas em fotos no Brasil. Agora, cada pessoa só acessa os próprios números - uma forma, diz o Instagram, de reduzir o impacto à saúde mental dos usuários, crítica frequente à rede. A medida não agradou a todo mundo: além de reclamar, influenciadores passaram a dar um jeito de burlar o sistema e exibir suas curtidas publicamente. 

Não é algo restrito ao Brasil: a mudança faz parte de um teste iniciado no Canadá em maio e expandido nesta semana para mais seis países. "Não dá para dizer se vai dar certo, mas é algo que estamos tentando para melhorar o ambiente", disse Adam Mosseri, principal executivo da rede social, há dois meses. No geral, a iniciativa foi bem recebida pelos usuários - muita gente viu ali o primeiro passo para encerrar a aura de "concurso de popularidade" do serviço. 

Mas o grupo dos descontentes é grande - e incluiu até o presidente da República. Na sexta (19), Jair Bolsonaro disse que o fim da contagem de "likes" era uma interferência contra a liberdade. Ele ecoou o discurso do filho Carlos, que afirmou em sua conta no Twitter, um dia antes, que a medida visa a "barrar o crescimento dos que pensam de forma diferente". Em postagens subsequentes, Carlos acusou a rede de seguir uma "cartilha ideológica 'progressista' ".

Preocupados com as mudanças - e os próprios bolsos -, um grupo de subcelebridades e influenciadores digitais não ficou só nas queixas. Deu um jeito de compartilhar o número de curtidas, de diferentes formas. Passaram a comentar nas legendas das próprias fotos, ou postaram capturas de tela com o número de likes, seja na linha do tempo ou nos Stories - a função de mensagens efêmeras do Instagram. 

Com 2,4 milhões de seguidores, a influenciadora Marina Ferrari, de 26 anos, publicou na quarta-feira duas capturas de tela, nas quais era possível ver as 40 mil curtidas de uma de suas fotos - tirada em uma viagem a Cancún, no México. Foi criticada em várias redes sociais, mas não viu problema. 

"Com certeza continuarei a divulgar meus números nos Stories, porque estou com um bom engajamento", disse Marina ao Estado. "Postei meus números para mostrar que ainda ia aparecer para mim Pedi para continuarem curtindo e comentando. Isso ajuda a me motivar mais e também a mostrar resultados para meus clientes".

Assim, a alagoana mostra que postar os números é uma forma de defesa - além de ter dúvidas se o fim dos "likes" será benéfico para a carreira, ela parece temer que seus anunciantes também não entendam como o sistema funciona. 

Apego aos números

"Por ser algo novo, é normal que usuários se posicionem, postem os likes e peçam mais curtidas", diz Inaiara Florêncio, diretora de mídias sociais da agência de comunicação SunsetDDB. 

Mas a reação pode significar algo mais profundo do que afagos ao ego. "O mercado de influenciadores é muito ligado a números. Esse movimento de postar capturas de tela com likes é uma amostra de como são importantes", diz Isabela Ventura, presidente da Squid, empresa de marketing com foco em microinfluenciadores - contas com um número mais baixo de seguidores, mas com apelo de nicho. 

Hoje, o número de curtidas é usado por marcas e agências para fechar contratos. Por isso, Isabela crê que as pessoas que vivem de internet continuarão a dar um jeito de exibir as curtidas. "Essa ideia de postar as curtidas é um primeiro movimento", diz. "A internet se adapta para burlar o sistema." 

A executiva da Squid levanta outra hipótese para a mudança do Instagram - e ela é bem menos nobre do que o discurso de defesa da saúde mental. Seria uma tentativa de encerrar o comércio de curtidas que ocorre na plataforma. Há anos, existem várias empresas dentro do Instagram que prometem curtidas - com direito a pagamento parcelado no cartão de crédito. 

"Ao eliminar a contagem, o Instagram abre portas para que influenciadores paguem por impulsionamento de conteúdo, que é vendido pela própria plataforma", diz Isabela. Ou seja, em vez de comprar curtidas de terceiros, os influenciadores pagariam para aparecer mais - e engordariam a conta de Mark Zuckerberg. 

Hoje, o número de curtidas também é levado em conta pelo algoritmo do Instagram ao distribuir conteúdo - nem tudo que é postado no app aparece para todos os usuários. Para "escolher" o que cada usuário vê, o serviço usa uma fórmula secreta. Com o fim da contabilização de "likes", ainda não é possível saber o peso qual eles terão no algoritmo - mas ficará mais difícil decifrá-lo. 

Estrago

Enquanto temiam o futuro, alguns influenciadores acabaram passando do ponto. Foi o caso da atriz Ana Clara Paim: ela chocou a internet ao postar uma imagem no qual comparava o fim da contagem de likes com a Lei Áurea. Após receber uma chuva de críticas, ela chegou a dizer que "cada era tem sua crise", o que só piorou a situação. Acabou tornando sua conta privada - a reportagem do Estado tentou contato com ela, mas não obteve resposta. 

Conhecida por postagens de moda e beleza - e ex-candidata à musa do Bahia no Campeonato Brasileiro de 2012 -, Tássia Brasil repensou suas atitudes. Na quarta-feira (17), ela publicou uma captura de tela que mostrava 12 mil curtidas em uma foto. Também virou alvo de piadas pela tentativa de autopromoção. "Fiz para mostrar que meu Instagram já tinha sido atualizado", alega. Mas diz que não pretende repetir a manobra. Ou quase: "Só vou publicar quando fizer vídeos para vender o meu trabalho." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

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Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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