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CIÊNCIA

‘Pílula do exercício’ é um objetivo realista, sugere estudo

Pesquisas buscam medicamento que simule benefícios de atividade física.

G1

02/10/2015 - 20h00
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Muitos benefícios da atividade física ocorrem por meio de alterações no metabolismo, as transformações químicas que organizam a produção e consumo de energia no organismo. Pesquisas buscam hoje criar drogas capazes de reproduzir esses efeitos, mas será que uma eventual “pílula do exercício” poderia de fato curar os males do sedentarismo?

Um estudo que revisou diversas linhas de pesquisa concluiu que esse objetivo ainda é um sonho distante, e um fármaco que tenha essa função provavelmente seria limitado comparado ao exercício real. A ambição de produzir uma droga com essas características, porém, é realista, e poderia ajudar a melhorar a saúde de pessoas incapazes de praticar exercícios.

“O estilo de vida sedentário, a falta de exercícios físicos e a inatividade prolongada certamente aumentam doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo 2 e cardiopatias”, afirma o farmacólogo Ismael Laher, da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), no trabalho escrito com seu colega Shunchang Li.

O estudo, publicado nesta sexta-feira (2) pela revista “Trends in Pharmacological Sciences”, avalia oito drogas que já estão em fase de testes com animais para avaliação de seu efeito em reações químicas metabólicas ligadas à atividade física.

“O conhecimento desses ‘alvos’ moleculares levou à busca de intervenções que possam imitar os efeitos benéficos do exercício e não requeiram atividade muscular real”, explica Laher no estudo.

“Nenhuma das pílulas candidatas hoje reproduz completamente os efeitos benéficos do exercício, mas cada pílula pode ativar alvos distintos e sobrepostos em reguladores de transcrição [ativadores de DNA] que podem emular parcialmente efeitos benéficos dos exercícios físicos”, concluem os cientistas.

Corrida farmacológica

Várias empresas e universidades estão investindo hoje em testes iniciais de drogas candidadas. Entre os compostos avaliados estão drogas ainda sem nome comercial, como o composto GSK4716, da gigante farmacêutica GlaxoSmithKline, que parece restaurar fibras musculares e ampliar a criação de mitocôndrias, estruturas celulares que processam energia.

Outro medicamento é a irisina, um fármaco desenvolvido pela Universidade Harvard que altera a eficiência do organismo no consumo de energia. Um dos fármacos em teste, o GW501616, criado pelo Instituto Salk, melhorou a resistência física de camundongos em teste, além de conferir benefícios metabólicos.

Apesar de cada um dos medicamentos abordar apenas parte dos benefícios bioquímicos do exercício, uma combinação deles pode produzir no futuro um resultado que seja mais similar aos vários benefícios que a atividade física real traz. “Mas não sabemos nada ainda sobre o uso prolongado dessas substâncias em humanos”, afirma Laher.

É improvável, diz o pesquisador, que uma pílula do exercício supere os benefícios reais do combate ao sedentarismo, mas isso não significa que ela não venha a ser útil.

“Infelizmente, a adesão ao exercício é extremamente baixa e, algumas vezes, impossível”, escreve. “Uma pílula para pessoas com lesão na medula espinhal, por exemplo, pode ser de grande apelo, dadas as dificuldades que esses indivíduos enfrentam para se exercitarem em razão da paralisia. Esses pacientes sofrem muitas alterações maléficas nas funções cardiovascular e muscular.”

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Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

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Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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