As viaturas da Polícia Militar de São Paulo passarão a se comunicar diretamete com a central de operação. A tecnologia vem em auxílio - os policiais usarão tablets com sofwares de transmissão de vídeo e dados.
O teste vem sendo feito desde setembro do ano passado, para a transmissão de dados em tempo real. Atualmente, essa comunicação é feita por rádio e depende de um operador para digitalizar os dados e coordenar as operações.
O objetivo é aliviar operadores intermediários e liberar mais policiais para atuar nas ruas. A fabricante dos tablets é a empresa mineira MXT.
O novo sistema de monitoramento será possibilitado pela tecnologia LTE (Long Term Evolution), rede sem fio de banda larga que opera em modulação similar à de redes locais de Wi-Fi. Considerada uma evolução do 3G, a LTE promete garantir a estabilidade.
Segundo o coronel Alfredo Deak Jr., diretor de tecnologia da PM, as redes 3G disponíveis no país não foram cogitadas para uso policial por concorrerem com a infraestrutura civil e estarem sujeitas a congestionamentos, que comprometeriam as operações.
A LTE, que atinge velocidade de 60 Mbps dentro da viatura, garante a transmissão de imagens de vídeo em tempo real entre os tablets, a central e o local de ação. Para Deak Jr., essa possibilidade é uma quebra de paradigma na segurança dos policiais, que poderão acompanhar a ação antes de chegar ao local.
Além de atender à PM, a rede visa a integração com outros órgãos de segurança pública, como a Polícia Federal e o Corpo de Bombeiros.
Padronização
Do ponto de vista técnico, o mais importante é a padronização do espectro, diz o diretor. "Imagine que quero fazer uma operação com a PF. Se temos um espectro de LTE para segurança pública, a PF entra na minha rede, e eu converso com a rede dela. Hoje, para fazer isso, preciso falar com uma pessoa, porque as redes são dispersas e não se comunicam entre si".
Os testes da PM estão sendo realizados na faixa de frequência de 700 MHz, padrão mundial para serviços de segurança pública. Para que ela seja efetivamente implementada, é preciso definir uma regulamentação para a rede.
A intenção da PM, segundo o coronel Deak Jr., é adotar o padrão americano, que separa blocos de banda distintos para uso civil e militar, permitindo a convergência quando houver interesse.
Um exemplo é o acordo entre a polícia e entidades civis sobre a transmissão de imagens de câmeras para atender a emergências. Acordos dessa natureza com bancos já estão em andamento.
Com informações da Folha


