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Remédio para pressão é usado contra a ansiedade

Remédio para pressão é usado contra a ansiedade

GUILHERME GENESTRETI - FOLHA DE S.PAULO

05/02/2011 - 19h00
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Uma droga indicada no tratamento da hipertensão está sendo usada por estudantes para aliviar a ansiedade, principalmente em dias de seminários e apresentações públicas de trabalhos.

O propranolol é um remédio que, teoricamente, só é vendido com prescrição médica. Pode causar efeitos colaterais como insuficiência cardíaca e respiratória.

Quando ingerida, a droga reduz a frequência cardíaca, inibindo suores e tremores.
Na rede de relacionamentos Orkut, uma comunidade chamada "A solução: propranolol" reúne 108 integrantes e convida: "Você é tímido, e o propranolol serviu para você não ficar um pimentão, suar, tremer e gaguejar? Junte-se a nós!".

A estudante de psicologia Daniela, 22, conta que resolveu experimentar o remédio para se sentir mais segura na hora de apresentar o seminário de sua iniciação científica. Tomou um comprimido emprestado da amiga uma hora antes da apresentação.

"Uns amigos falaram que deixava mais calmo na hora de falar, que ficava "bem de boa'", conta a aluna de uma universidade particular de Santa Catarina.

Daniela afirma que não sentiu nada de diferente. "Eu estava tão concentrada que nem senti nenhum efeito."

A aluna de biologia Adriane, 21, da mesma universidade, tomou duas vezes: quando apresentou o trabalho de iniciação científica e quando defendeu seu trabalho de conclusão de curso.

Dividiu a caixa do remédio com outros seis amigos. Não pagaram mais do que R$ 5 pela embalagem e também não precisaram de receita.
"Foi fácil, só chegar à farmácia e pedir", afirma.

A reportagem da Folha conseguiu comprar a versão de 40 mg do medicamento por R$ 7,04 em uma farmácia no centro de São Paulo, sem precisar mostrar receita.

MULETA
O psiquiatra Ivan Mario Braun, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de SP, afirma que o propranolol não é a solução para combater a ansiedade.

"Ele é uma muleta: pode bloquear tremores, sensações de mal-estar, mas não age na sensação subjetiva da ansiedade, no nervosismo."

O psicólogo gaúcho Ricardo, 37, diz que tomou a medicação receitada por um colega médico. "Diminuiu a transpiração, mas não mexeu no emocional", afirma. Ele usou a droga para enfrentar a banca do mestrado.

Segundo Marcus Bolívar Malachias, presidente do departamento de hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o medicamento pode ser perigoso e só deve ser vendido com prescrição.

"Quanto maior a dosagem, maior o risco. O remédio diminui o ritmo dos batimentos e pode potencializar algum problema cardíaco preexistente."
Pacientes asmáticos, afirma Malachias, podem ter crises muito fortes sob o efeito desse medicamento.

O psiquiatra Arthur Guerra, do Grupo de Álcool e Drogas da Faculdade de Medicina da USP, alerta para o problema do abuso.

"Esse remédio é usado de forma pontual, com a ideia infundada de que pode resolver a ansiedade. E pode tornar as pessoas habituadas a usá-lo como se realmente tivesse esse efeito", diz.
 

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Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador

12/11/2025 22h00

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB

Brasil fará primeiro lançamento comercial ao espaço em 10 dias, informa FAB Divulgação/Warley de Andrade/TV Brasil

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O Brasil fará seu primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território nacional no próximo dia 22. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Trata-se da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA).

A atividade servirá para confirmar se satélites e experimentos interagem corretamente com o veículo lançador, garantindo compatibilidade e segurança para o lançamento A integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da Innospace, teve início na segunda-feira, 10, marcando uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a operação.

"Nessa fase, são realizados testes e verificações que asseguram uma conexão correta entre a carga útil - satélites e experimentos - e o veículo lançador, confirmando que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo", explicou a FAB.

A missão para transportar cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas nacionais e internacionais, simboliza, conforme a Força Aérea, a "entrada definitiva" do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, além de abrir novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o País.

"Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A FAB acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade", destacou em nota o coordenador-geral da operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

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Governo vai alterar prazo para adequação de big techs ao 'ECA digital'

As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial, mas prazo deverá ser reduzido para 180 dias

17/09/2025 22h00

Criança brincando com o celular

Criança brincando com o celular Foto: Reprodução/EPTV

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O governo federal vai editar uma Medida Provisória para reduzir o prazo para que as big techs coloquem em prática as normas fixadas pelo PL 2628, conhecido como ECA Digital. O projeto aprovado no Congresso estabelece regras para o uso de redes sociais por crianças e adolescentes. As medidas entrariam em vigor um ano após a publicação da lei no Diário Oficial. O governo, no entanto, considerou o prazo longo e decidiu reduzi-lo para 180 dias.

A MP está sendo liderada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) e deve ser editada nos próximos dias. Nesta quarta-feira, 17, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar o projeto em uma cerimônia no Palácio do Planalto. Ao alterar o prazo, o governo levou em conta, segundo fontes do Palácio do Planalto, o fato de que a lei entraria em vigor somente próximo da eleição, o que poderia elevar tensões durante o período eleitoral. Há uma visão de que qualquer debate relacionado às big techs está "entranhado" nas eleições de 2026

A aprovação do projeto de lei foi cercada de discussões e gerou reação de parte da oposição, que considerou o novo regramento uma espécie de censura às redes. O governo pesou ainda a possibilidade de que a demora para aplicar o ECA Digital transformasse a nova lei em "letra morta".

A nova direção do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu retomar os planos de oferecer treinamento com as principais plataformas digitais para as suas lideranças. O objetivo é fortalecer a militância digital mirando as eleições de 2026 e a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O "ECA digital" foi aprovado no Congresso no mês passado após intenso debate sobre a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais. A comoção da opinião pública sobre o tema foi motivada por um vídeo do youtuber "Felca" a respeito do que classificou como "adultização" de crianças. Na publicação, Felca explicou de que forma o algoritmo direciona a pedófilos os conteúdos que expõem menores de idade.

O projeto aprovado estabelece que conteúdos que violem direitos da criança e do adolescente devem ser removidos imediatamente após a empresa ser comunicada pela vítima, por responsáveis ou por autoridades. Estão incluídos nessa regra conteúdos de assédio, exploração sexual, incentivo à automutilação e uso de drogas; entre outros. Além disso, o texto prevê a implementação de ferramentas de supervisão para os pais e determina que as empresas possam ser sancionadas e multadas caso descumpram medidas determinadas pela lei.

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