Registrando maior fluxo de turistas nos meses de setembro, outubro e novembro em comparativo aos últimos cinco anos, Bonito comemora o excelente retorno das atividades após três meses de paralisação em razão da pandemia do novo coronavírus.
Os leitos e os passeios estão praticamente esgotados para os períodos de Natal e Ano-Novo, e as perspectivas para 2021 são de recorde de visitantes, com maior presença de sul-mato-grossenses.boni
A esse boom acrescenta-se, ao lado da nova tendência dos turistas de buscar destinos próximos e de natureza, os investimentos do governo do Estado em infraestrutura e logística.
O aeroporto local se adéqua às novas normas exigidas para mudança de categoria, passando a receber aeronaves de grande porte a partir de fevereiro ou março de 2021, e a pavimentação das MS-178 e MS-382 coloca a região na rota turística do Corredor Bioceânico (BR-267).
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“O município e o trade turístico vêm tomando todas as precauções de biossegurança, principalmente agora com a preocupante segunda onda da Covid-19”, afirma o diretor-presidente da Fundação de Turismo de MS (Fundtur), Bruno Wendling.
“O toque de recolher e a proibição de festas de fim de ano, como o tradicional evento da Figueira, são atitudes responsáveis que vão contribuir para Bonito encerrar um ano conturbado de forma positiva”.
Bruno disse que é favorável à alteração do horário do toque de recolher de 22h para meia-noite até 5h, para evitar aglomerações e filas em frente aos bares e restaurantes de Bonito.
O decreto estadual determina o horário de 22h, mas o trade turístico e a prefeitura solicitaram ao governo do Estado a mudança. “Até 22h concentra demais o público no centro gastronômico, com o aumento do fluxo de turistas na cidade”, ponderou o turismólogo.
Sustentabilidade
O retorno das atividades turísticas em julho foi tímido, mas saltou de 3.267 turistas neste mês para 20.946 em setembro e 24.503 em outubro, números que superam as estatísticas de 2015 para cá.
O destino se preparou como nenhum outro atrativo, criando sete procedimentos de biossegurança e envolvendo toda a cadeia, com restrições de visitas e fechamento da Gruta do Lago Azul. Mesmo com proibição de festas, dezembro deve ter fluxo acima da expectativa.
“O reforço aos protocolos de segurança, com o toque de recolher e a suspensão de eventos para evitar aglomerações, foi fundamental para demonstrar que Bonito faz um turismo responsável e com sustentabilidade”, diz Rodrigo Coinete, presidente do Bonito Convention & Visitors Bureau. Segundo ele, o cenário atual e futuro é de otimismo, com o retorno dos voos (da Azul) contribuindo para aumentar o número de turistas brasileiros e estrangeiros.
A expectativa de novas conexões aéreas em 2021 – a Gol aguarda a conclusão das obras do aeroporto para operar na rota – e o sucesso da campanha promocional para os sul-mato-grossenses colocam Bonito em alta em plena pandemia.
“A vinda da Gol vai nos conectar com o mundo por meio de Guarulhos, portal de estrangeiros. Com o novo aeroporto, podemos também receber voos fretados”, cita Augusto Mariano, secretário municipal de Turismo.
O difícil recomeço
O fechamento dos atrativos em abril, por conta da pandemia, causou um forte impacto na economia do município, onde o turismo é uma das principais fontes de renda e emprego, representando 50% do Produto Interno Bruto (PIB). São oito mil empregos diretos e dois mil indiretos.
A cidade recebeu em 2019 cerca de 220 mil turistas, deixando R$ 340 milhões. Mesmo com restrições, deve fechar 2020 com números expressivos: 150 mil visitantes.
O retorno das atividades em julho, em meio às incertezas, teve a contribuição da Fundação de Turismo de MS, do Sesc e do Sebrae na formatação dos protocolos de biossegurança. Mais uma vez Bonito saiu na frente, inovou no quesito segurança e lançou uma campanha exclusiva para o mercado interno, considerada fundamental para o novo pontapé.
“A campanha deu certo e o sul-mato-grossense está descobrindo Bonito”, observa Rodrigo Coinete.
Em março deste ano, os turistas de Mato Grosso do Sul representavam 7,9% do total de visitantes ao destino, saltando para 13,3% em novembro com a campanha “MS+Bonito”, onde o “nativo” tem desconto de até 60%.
“Atrair a população do Estado para fazer um turismo de curta distância e total segurança, em um momento de isolamento, deu certo e foi fundamental nesse recomeço”, diz o empresário Juca Ygarapé, eleito vice-prefeito de Bonito em 2020.