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PETROBRAS

CPI da Petrobras poupa empresas; cúpula é financiada por empreiteiras

CPI da Petrobras poupa empresas; cúpula é financiada por empreiteiras

FOLHAPRESS

06/03/2015 - 04h00
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A primeira sessão deliberativa da CPI da Petrobras, realizada nesta quinta-feira (5) com tumulto e bate-boca, aprovou a convocação do ex-gerente da estatal Pedro Barusco como o primeiro depoimento a ser tomado e poupou os empreiteiros acusados de envolvimento no esquema de desvio de recursos da estatal.

Não foi votado nenhum requerimento que pedia a convocação de empreiteiros para prestar esclarecimentos, nem requerimentos que pediam a quebra de sigilo dessas empresas, apontadas pelo Ministério Público Federal como integrantes de um cartel que pagava propina a agentes públicos para dividir entre si as obras da Petrobras.

Levantamento da Folha de S.Paulo já mostrou que ao menos 12 dos 27 integrantes, incluindo o presidente Hugo Motta (PMDB-PB) e o relator Luiz Sérgio (PT-RJ), receberam doações, nas eleições passadas, de ao menos R$ 3 milhões de Braskem, Engevix, Queiroz Galvão, Odebrecht, UTC, OAS, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia e Toyo Setal.

As transferências foram registradas legalmente na Justiça Eleitoral e não há notícia de que estejam sob suspeita ou investigação, mas o PSOL havia pedido à CPI o afastamento de deputados que receberam essas doações, por entender que não teriam imparcialidade para conduzir a investigação. O pedido foi negado pela CPI.

"Foram aprovados depoimentos de ex-presidentes [da Petrobras], como José Sérgio Gabrielli, Graça Foster, os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque, o doleiro Alberto Youssef e o ex-gerente Pedro Barusco. Foram diversos requerimentos aprovados. Na minha avaliação um dia importante, começamos a CPI com o pé direito, produzindo, criando sub-relatorias e mostrando ao Brasil que queremos investigar", declarou o presidente da CPI, Hugo Motta.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) chegou a sugerir que fosse organizada uma viagem a Curitiba para ouvir executivos que estão presos e demais pessoas listadas em requerimentos, como o juiz Sérgio Moro, mas ainda não houve decisão da CPI sobre a sugestão.

O plano de trabalho apresentado pelo deputado Luiz Sérgio, o relator, e aprovado na sessão também não cita os empreiteiros acusados na Lava Jato e nem inclui eles entre os depoimentos recomendados na apuração. Só diz que é necessário ouvir representantes da Abemi (Associação Brasileira de Engenharia), à qual estão associadas as empreiteiras.

De empresas cita a SBM Offshore, empresa holandesa que pagou propina a funcionários da estatal, e a Sete Brasil, que fornece sondas a estaleiros.

BARUSCO

O plano prevê a convocação de Gabrielli e dois ex-diretores acusados do recebimento de propina: Nestor Cerveró e Renato Duque. Não há data para o depoimento deles. Foi dada prioridade à convocação de Barusco, já que tanto PT como PSDB têm interesse no seu depoimento. Ele deve ser ouvido na próxima terça-feira (10).

Um dos delatores, Barusco havia dito à Polícia Federal ter começado a receber propina entre 1997 e 1998, época da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e também afirmou acreditar que o tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu até US$ 200 milhões em propina da Petrobras.

O PT quer usar Barusco para estender as investigações ao período de FHC, enquanto o PSDB espera que ele fale que se tratou de um caso isolado, sem conhecimento dos superiores.

Outro requerimento aprovado foi o compartilhamento, pela Procuradoria-Geral da República, da lista de políticos alvo de inquérito na Lava Jato entregue ao Supremo Tribunal Federal na terça (3).

Os parlamentares aprovaram ainda o compartilhamento dos documentos já produzidos pelos processos em curso na Justiça Federal e pelos órgãos de investigação.

A CPI aprovou também a contratação da Kroll, por sugestão do presidente Hugo Motta, empresa de investigação, sob o argumento de rastrear contas no exterior e obter a recuperação de recursos desviados da Petrobras.

Houve questionamentos de alguns deputados, que pediram uma discussão sobre a medida, mas o pedido de contratação da Kroll acabou aprovado ao fim da sessão.

ENFRAQUECIMENTO DO PT

Por uma decisão do presidente, foram criadas quatro sub-relatorias que, na prática, enfraquecem a presença do PT no comando da comissão e podem ajudar a acuar o Palácio do Planalto. O relator Luiz Sérgio dividirá parte de seu trabalho com parlamentares não-alinhados ao governo federal, perdendo o controle da investigação.

As quatro sub-relatorias aprovadas foram: superfaturamento e gestão temerária de construção de refinarias (como sub-relator ficou Altineu Côrtes, do PR-RJ), irregularidades feitas por subsidiárias da Petrobras (sub-relator é Bruno Covas, do PSDB-SP), superfaturamento na compra de navios de transporte e navios-sonda (sub-relator é Arnaldo Faria de Sá, do PTB-SP), e irregularidades na Sete Brasil e em venda de ativos da Petrobras na África (sub-relator é André Moura, do PSC-SE).

Todos os sub-relatores foram indicados por Hugo Motta, sob protestos de deputados do PT e do PSOL, que argumentavam caber ao relator essa indicação.

rapper

Oruam visita o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Pai do rapper é um dos líderes do Comando Vermelho e cantor se declarou como "a voz dos presidiários"

13/03/2025 16h31

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande

Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no presídio federal de Campo Grande Foto: Reprodução / Instagram

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O rapper Oruam visitou o pai, Marcinho VP, no Presídio Federal de Campo Grande. Fotos e vídeos da visita foram compartilhados pelo músico nessa quarta-feira (12), nas redes sociais. Marcinho VP é apontado como um dos líderes da facção Comando Vermelho e está preso desde 1996 por tráfico e homicídio.

Em uma das postagens, Oruam se declarou como "voz dos presidiários", mas apagou a mensagem pouco tempo depois.

"Eu falo pelos presos, eu represento os excluídos. Cadeia é lugar de ressocialização, eu canto para tirar meu pai do crime, coisa que o estado não faz, apenas alimenta a burguesia com mentiras dos pobres. O sistema falhou 'com nós', mas nós não precisamos dele", postou o rapper.

Nas imagens publicadas, Oruam aparece ao lado de outros familiares, vestido de rosa, em frente a Peninteciária Federal de Campo Grande.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por 22 (@oruam)

Conforme reportagem do Correio do Estado, o rapper já declarou que odeia visitar o pai por considerar a situação "desumana".

No documentário "O Grito - Regime Disciplinar Diferenciado", sobre o sistema penitenciário brasileiro, Oruam disse que foi concebido na prisão, durante uma visita intíma, e que nunca conviveu com o pai fora das grades.

"Eu nunca vi meu pai na rua. Nós nunca convivemos com nosso pai em nenhum momento da nossa vida. Quando eu nasci, meu pai já tava preso", disse.

Há pouco mais de um ano, Marcinho VP, foi transferido para a Penintenciária Federal de Campo Grande, onde ainda permanece, e o rapper daz visitas frequentes à capital sul-mato-grossense para vê-lo, mas diz que é constragedor e uma tortura.

"[São] mais de 15 celas. Passa o maior constrangimento para entrar e só fala pelo interfone. Como tu vai ver teu pai por um vidro no meio?", disse na produção da Netflix.

"Não pode nem encostar na pessoa, abraçar, falar. É tortura. Presídio Federal é tortura. Para nós que somos família é desumano. Se eu vou ver meu pai, eu quero encostar, dar um beijo",acrescentou Oruam.

Por fim, o rapper disse que aprendeu a conviver com a saudade. "Na minha mente eu sei que ele não vai estar aqui", concluiu.

Marcinho VP 

Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, é apontado com nome proeminente da criminalidade do Rio de Janeiro há quase três décadas, sendo um dos principais líderes do Comando Vermelho, ao lado de Fernandinho Beira Mar.

Preso desde 1996 , ele está em penitenciárias federais desde 2010, atualmente em Campo Grande.

No entanto, o encarceramento não impediu que Marcinho VP continuasse no mundo no crime. Mesmo de dentro do presídio, ele ordenou uma série de crimes que foram cometidos por outros faccionados.

Nos últimos 14 anos, ele cumpre pena em unidades federais. 

Marcinho VP é pai do rapper Oruam, que já fez manifestações públicas pedindo a liberdade do pai, sendo a mais polêmicas a apresentação no Lollapalooza 2024, onde vestiu uma camiseta que pedia a liberdade de Marcinho VP.

O cantor tem uma tatuagem em homenagem ao pai e também ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.

Decisão.

STF libera R$ 16 milhões do governo estadual por acordo sobre terra indígena de MS

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível

13/03/2025 16h00

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João

Conflito durante a retomada indígena na região de Antônio João Foto: Reprodução

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O Supremo Tribunal Federal (STF) por meio do ministro Gilmar Mendes autorizou a distribuição dos R$ 16 milhões depositados em janeiro pelo governo de Mato Grosso do Sul, acordo de regulação da terra Nhanderu Marangatu, e que estava em litígio entre indígenas e fazendeiros em Antônio João, interior do estado. O repasse é referente ao depósito judicial, previsto em repasse aos proprietários das terras. 

Serão R$ 791.062,86 enviados a Salazar Advogados Associados e outros R$ 15.208.937,14 em favor um procurador do grupo de fazendeiros.

“Solicito que esta Suprema Corte seja informada tão logo seja efetivada a referida transferência”, destaca o ministro, que deu o parecer sobre a emissão dos alvarás na última quarta-feira (12).

Cabe destacar que o repasse estava autorizado desde o fim do ano passado, e segundo o ministro deve ser concluído o mais breve possível.  

“No que concerne ao montante depositado pelo Estado do Mato Grosso do Sul (...), determino a imediata expedição de alvarás com as seguintes especificações, ressalvada a responsabilidade das partes, inclusive criminal, pela indicação dos responsáveis pelo recebimento do montante, caso verificada incorreção nas informações apresentadas”, diz outro trecho da decisão.

Ao todo, a União repassou R$ 27.887.718,98  a título das benfeitorias apontadas em avaliação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2005, valores  corrigidos pela inflação e a Taxa Selic.Os proprietários também devem receber indenização, pela União, no valor de R$ 101 milhões pela terra nua.

Cabe destacar que o pagamento indenizatório de R$ 27 milhões aos produtores rurais que viviam na terra situada na fronteira com o Paraguai, próximo à faixa de 150 quilômetros paralela à linha divisória do território nacional foi firmado em acordo indenizatório histórico realizado em setembro do ano passado após o STF determinar que a área é território ancestral indígena.

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