O promotor de Meio Ambiente, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, encaminhou ofício ao delegado regional, Rogério Market, solicitando que seja instaurado inquérito policial para investigar e punir o responsável por maltratar um cavalo, na Lagoa Maior, no último sábado (3), em Três Lagoas.
Conforme o promotor, agredir e maltratar animais é crime e esta previsto no artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais.
O caso ganhou grande repercussão após Charlene Santana Bortoleto postar foto na página do Facebook “Protetora dos Animais de Três Lagoas”. Ela chegou ao local através de denúncia e presenciou o dono do animal, um adolescente de 16 anos, possivelmente alcoolizado, tentar retirar o animal da Lagoa Maior, onde ele foi beber água e acabou se deitando.
De acordo com post feito pela protetora, o jovem tentou tirar o cavalo da lagoa a força e usou um pedaço de madeira para agredi-lo. O animal foi um dos vários que participaram da tradicional Cavalgada realizada no município todo ano. “É isso o que acontece com esses animais, em eventos como esses”, desabafou.
Em nota, a Associação SMT Cultural Sertaneja, responsável pela organização da Cavalgada, informou que repudia esta ação de maus-tratos e que a agressão foi registrada após encerramento do evento.
A Associação informou ainda que oferece todo o respaldo aos animais e que, durante o percurso, além de um veterinário responsável, a comissão conta com o apoio de fiscalizadores que fazem o trajeto a pé para orientar e repreender qualquer tipo de atitude fora do previsto.
Renato Carrato, médico veterinário e responsável pelo laboratório que realiza os exames dos animais, explica que o “cavalo deita com a traia“, termo usado pelos peões, quando chega a um leito d’água. “O cavalo gosta de tomar banho, é normal. O errado, neste caso divulgado, é a atitude do cavaleiro agindo com violência”, esclarece Renato. A organização do evento reforça que é contra qualquer tipo de violência e, por sua vez, explica que não pode responder pelas atitudes dos cavaleiros depois que eles se dispersam.
“São participantes que amam os animais, que vivem na lida do campo. Não é justo generalizar e colocar em debate a organização e responsabilidade de um evento que já acontece há 16 anos, por conta da irresponsabilidade de uma pessoa”, finaliza o presidente da Associação SMT Cultural Sertaneja, Adilson Ferreira.
16ª. Cavalgada Sul-mato-grossense
O tradicional evento realizado no último dia 3 é o resgate da cultura sertaneja. Milhares de cavaleiros e amazonas participaram da cavalgada com a presença de mais de 30 comitivas de Três Lagoas e cidades e estados vizinhos. Os participantes, a maioria uniformizados, como de costume, ajudam a resgatar a cultura do homem do campo.