Projeção aponta que o PIB do Estado deverá chegar a 4,2%, enquanto a média nacional é estimada em 2,2%; caso consolidado o resultado, este será o 4º ano consecutivo com desempenho maior que o nacional
Mato Grosso do Sul deve consolidar o maior crescimento econômico do Brasil neste ano. De acordo com as projeções do relatório regional do Banco do Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos – do Estado poderá ter uma alta de 4,2% neste ano.
A expansão do setor industrial e a diversificação da produção agrícola são apontados como os principais motores desse desempenho, que coloca MS no topo do ranking nacional.
Fonte: relatório regional do Banco do Brasil Sob essa perspectiva, o PIB do Estado deve crescer bem acima da média nacional pelo quarto ano consecutivo. De acordo com o estudo do Banco do Brasil, o crescimento médio do País deverá chegar a 2,2%.
Conforme já adiantado pelo Correio do Estado, a economia sul-mato-grossense acumula desempenho melhor que a média nacional desde 2022.
O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, comemorou as projeções positivas para o ano vigente em suas redes sociais.
“Mato Grosso do Sul se destaca não apenas pelos números, mas também por sua política de desenvolvimento fortemente planejada, baseada no equilíbrio fiscal e na sustentabilidade no agronegócio e alinhada às diretrizes da nova indústria brasileira. Esses pilares têm consolidado o Estado como uma referência no cenário econômico nacional”.
Ainda conforme as estimativas do Banco do Brasil, além de Mato Grosso do Sul, a região Centro-Oeste continua em alta, com Goiás (3,7%) e Mato Grosso (3,3%) figurando entre os estados com maior crescimento econômico, impulsionados pelo agronegócio e as atividades industriais.
DIVERSIFICAÇÃO
Os analistas econômicos consultados pelo Correio do Estado ressaltam que a diversificação da matriz econômica é fundamental para o crescimento do Brasil como um todo.
O doutor em Economia Michel Constantino destaca que o PIB de Mato Grosso do Sul é amplamente sustentado pelo agronegócio e pela indústria.
“A agropecuária é mais sazonal, e por isso tem crescimento e momentos de redução, mas em Mato Grosso do Sul [o crescimento] é diferente do nacional. O nosso crescimento é sempre maior que o nacional, um dos melhores por estado. Deve ter alguma tendência de queda [do agro] pela sazonalidade e maior crescimento da indústria”, explica.
O mestre em Economia Lucas Mikael observa que o avanço dos setores de serviços e indústria no cenário nacional também impacta o Estado, ainda que de forma menos intensa.
“Mato Grosso do Sul tem visto um crescimento nos serviços, especialmente no setor de comércio e logística, impulsionado pelo aumento das atividades urbanas e pela crescente demanda por serviços em áreas como saúde, educação e tecnologia. A indústria também tem se fortalecido em algumas regiões, com destaque para a indústria de transformação, a produção de celulose e a indústria alimentícia”, analisa.
Já o mestre em Economia Eugênio Pavão aponta uma ampliação geral do setor industrial no Estado.
“No setor industrial e de serviços, tem-se a recuperação no setor urbano, que sofre menos com as intempéries. Queda do desemprego urbano contra a produção agroexportadora, que utiliza de enorme quantidade de tecnologia e baixo capital humano”, comenta ao Correio do Estado.
De acordo com publicação do Correio do Estado, o setor de celulose deverá receber investimentos estimados em R$ 75 bilhões nos próximos anos, que se somarão ao crescimento e à ampliação das indústrias sucroenergéticas, tanto de cana-de-açúcar quanto de milho. Além disso, o Estado está se tornando um polo da citricultura.
“O Estado deve continuar crescendo com a diversificação da produção agrícola, com a entrada da laranja e com forte crescimento da irrigação, permitindo uma terceira safra e aumento de produtividade. Uma ocupação de 4 milhões de hectares de áreas degradadas que serão distribuídas entre agricultura e floresta. E ainda a expansão dos negócios e a consolidação de todo o processo da industrialização e da agroindustrialização”, conclui o secretário Jaime Verruck.
O professor de Economia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Mateus Abrita destaca que o desempenho econômico do Estado tem se consolidado em setores com forte vantagem competitiva, como o agronegócio.
“Além disso, tem buscado agregar valor a essa produção por meio da atração de novos investimentos industriais. Acredito que o grande diferencial em relação à média brasileira é justamente em decorrência desses novos investimentos”, avalia.
CENÁRIO NACIONAL
Na segunda posição, o Rio Grande do Sul aparece com um crescimento de 4,0%, impulsionado pela força de sua economia agrícola e industrial. Em seguida, Mato Grosso ocupa o terceiro lugar, com uma alta projetada de 3,7%, reflexo de sua sólida atuação no agronegócio.
O Tocantins surge em quarto lugar, com previsão de crescimento de 3,3%, e o Piauí fecha o pódio em quinto lugar, com 3,1% de alta projetada para este ano.
Abaixo do grupo dos líderes, estados como Acre, com crescimento de 2,9%, Goiás e Paraíba, com alta projetada de 2,8%, demonstram recuperação e fortalecimento de suas economias diversificadas.
No mesmo patamar estão Rondônia (2,7%) e Amazonas, Amapá, Ceará, Paraná e Santa Catarina, todos com 2,5% de crescimento previsto, destacando o impacto positivo de investimentos em setores estratégicos.
Entre os estados do Sudeste, Minas Gerais e Espírito Santo aparecem com projeção de 2,2% de crescimento do PIB para este ano, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro projetam modesta alta de 1,7%.
O levantamento revela ainda que na lanterna estão os estados de Sergipe e Pernambuco, com crescimento projetado de 1,4%, reforçando a necessidade de políticas públicas para impulsionar o crescimento.
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