Cidades

Direto da Alemanha

Frankfurt tem festival de carros inteligentes e sustentáveis

Frankfurt tem festival de carros inteligentes e sustentáveis

GABRIEL MAYMONE, de Frankfurt

11/09/2013 - 08h15
Continue lendo...

Veículos inteligentes, sustentáveis e cada vez menos beberrões. Isso é o que se espera do futuro dos automóveis e que foi confirmado durante o Salão Internacional do Automóvel, realizado nesta semana em Frankfurt. As montadoras mostraram que o avanço na tecnologia pode trazer benefícios ao meio ambiente. Carros elétricos e híbridos foram os grandes destaques das marcas.

No primeiro dia de apresentações à imprensa, os stands se transforaram em verdadeiros palcos, com espetáculos de dança e música. O maior e mais suntuoso deles era o da Mercedes-Benz, também o mais disputado pelos jornalistas de todo o mundo. O pavilhão da marca alemã ocupava 8 mil metros quadrados dos 230 mil do salão.

Alguns dos modelos mais esperados foram apresentados no evento como o novo visual do Renault Duster. Para brigar com o Ford Ecosport, porém, veículo mudou pouco - ganhou retoque na grade frontal, rodas e barras personalizadas no teto. Segundo a Renault, a novidade não chega antes de 2015 ao Brasil.

A Volkswagen planeja ter 14 modelos elétricos e híbridos até 2014. Para tomar a linha de frente dessa no linha de mobilidade, a marca lançou o E-Golf e o E-up, que deve chegar ao Brasil em breve. O modelo tem cerca de 80 cavalos de potência e percorre 100 km com um custo de energia elétrica de apenas 3 euros (R$ 9,65), conforme preços da energia elétrica atualmente na Alemanha. O carro ainda é capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 12s4 e atinge 130 km/h de velocidade máxima.

Sem grandes novidades e com uma apresentação mais simples, a Fiat exaltou o crescimento de vendas de seus compactos 500 e Panda na Europa e América do Norte. Para comemorar os 50 anos do modelo de competição 595, a italiana colocou a edição comemorativa do 500 Abarth 595 ao lado 595 original.

Outra atração do salão, que deve chegar no ano que vem ao Brasil é o Audi A8. Ele ainda pode ter produção local, segundo Luca De Meo, CEO de Marketing e Vendas. "O Brasil é um mercado fundamental para nós, e por inúmeras razões é importante que tenhamos uma produção local", disse.

Os SUVs estão em alta, com destaque para o GLA, da Mercedes-Benz, também confirmado para o Brasil em 2014. Em um primeiro momento ele será importado da Alemanha e mais adiante poderá ser fabricado no Brasil.

Já a BMW reservou para o Brasil o seu novo compacto, lançado mundialmente no mês passado, mas que foi um dos destaques em seu stand, em Frankfurt, o compacto elétrico I3. Sob o capô, o modelo tem o exclusivo motor elétrico de 125 kW de potência (170 cv) e 25,5 kgfm de torque, com uma autonomia de aproximadamente 150 km.

Conceitos
De olho no futuro mais sustentável, os carros conceitos apresentados pelas montadoras estão com aspectos futuristas, sempre apostando cada vez mais na interatividade com os ocupantes. Um exemplo disso é o S-Max, apresentado pela Ford. O modelo foi projetado com foco no motorista para oferecer conforto, conectividade, flexibilidade e acabamento premium. Ele também possui um sistema que monitora os batimentos cardíacos do motorista, através de sensores no banco.

Sem previsão de novidades para o Brasil, a Citroën exibiu seu conceito, que segundo a montadora vai inspirar a renovação das linhas de seus modelos. O Cactus esbanja tecnologia e oferece um posto de direção aberto que agrupa todos os comandos em torno de uma interface 100% digital, O veículo exibe ainda uma logo "emission zero", sugerindo ter um motor híbrido ou de célula de combustível.

Já a grande aposta da Mercedes é o S 500 Plug-in Hybrid. O conceito vem com motor elétrico com 80 kW com bateria recarregável externamente torna possível rodar sem emissões por uma distância de até 30 quilômetros. Ele também apresenta uma tecnologia interessante: a direção inteligente. Destaque na apresentação da marca alemã, o novo S 500 promete levar seus passageiros para qualquer lugar, sem que o motorista precise colocar as mãos no volante.

Esportivos
Os veículos esportivos potentes, com motores competitivos também tiveram espaço no salão. Uma das sensações do salão de Frankfurt foi o Spyder. Considerado a obra-prima da Porsche. Com este modelo, Porsche mostrou que um carro que pode rodar sem emissões de gases também consegue ter performance. O 918 Spyder híbrido atinge os 345 km/h e faz de zero a 100 km/h em 2s8.

Ícone do segmento, o Bugatti Grand Sport foi apresentado à imprensa. O carro será equipado com um motor 8.0 l que o levará de zero a 100 km/h em 2s6 e a uma velocidade máxima de 410 km/h. O preço: 2,28 milhões de euros, mais taxas (cerca de R$ 7 milhões).

A Lamborghini mostrou um modelo de edição comemorativa. O Gallardo LP-570-4 Squadra Corse, que é baseado em um carro de corrida da Lamborghini. O modelo será equipado com propulsor V10 capaz de gerar até 570 cavalos e levar o veículo aos 320 km/h.

A Ferrari aproveitou o salão de Frankfurt para lançar a novíssima edição 458 Speciale. Ela chega aos 605 cv de potência e acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3 segundos e de 0 a 200 km/h em 9 segundos. Destaque entre as novas tecnologias, o Side Slip Angle Control é um computador que analisa a derrapagem e administra o torque que o motor irá produzir e a sua distribuição entre as rodas.  

Cidades

Após morte de indígena, deputados devem enviar pedido de solução à Lula

Crime ocorreu na madrugada desta quarta-feira (18) quando atiradores atacaram propriedade localizada em Antônio João

18/09/2024 18h15

Após morte de indígena, deputados devem enviar pedido de solução à Lula

Após morte de indígena, deputados devem enviar pedido de solução à Lula Reprodução

Continue Lendo...

Após registro de morte de um indígena, em confronto com a polícia durante a madrugada de hoje (18), em território Nanderu Marangatu, deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) se reuniram na sessão plenária para planejar um pedido urgente de solução que deve ser entregue ao presidente Lula (PT) pelos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional).

“Não estou acusando a polícia, mas o tiro não caiu do céu, partiu da arma de alguém e uma coisa tem que ser registrada: nesses conflitos somente indígenas morrem. Eles são vulneráveis, passam fome, tem crianças, idosos, mulheres. Há mais de 20 anos eu faço a defesa pacífica dos conflitos, dando logo a indenização aos fazendeiros, porque é irracional deixar as partes brigando, em um bang bang sem fim”, criticou Kemp.

O parlamentar fez um apelo para a Polícia Federal intervir, investigar e elucidar o caso. O deputado Zeca do PT (PT) relembrou que já falou ao presidente Lula sobre o assunto em seu primeiro mandato. 

“Levei para o presidente Lula, que se interessou, conversei com ministro na sequência, mas aí depois vieram [os presidentes] Dilma, Temer, Bolsonaro e agora de novo Lula e nada se resolveu. Absolutamente não dá mais para ter conflitos”.

Já a deputada Gleice Jane (PT) disse que na vinda de Lula a Corumbá (MS), o presidente discursou a membros de diversas comunidades e ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), dizendo que tem a intenção de resolver.

Gleice ainda ressaltou que policiais também são vítimas de um sistema que não protege o trabalhador, mas que por outro lado chamou a atenção a quantidade de policiais da tropa de choque em defesa de uma propriedade privada. “Não podemos ver privilégio a alguns em detrimento de outros”, considerou.

O caso ocorrido nesta madrugada fez com que o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul convocasse a sala de situação onde o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, culpou "índios paraguaios a serviço do tráfico de drogas" pelo acirramento dos confrontos no interior de MS. 

"Nós percebemos que nos últimos dias foi acirrando com a presença de 'índios paraguaios'. Nós estamos ali numa região onde a fronteira é um rio pequeno, facilmente transponível; e do lado de lá nós temos diversas plantações de maconha... então há um interesse de facções criminosas que exploram o tráfico de drogas", afirma o titular da Sejusp. 

Segundo Videira, que há um ano soltou a afirmação: "Policial meu não vai morrer na faca com fuzil na mão", a Fazenda Barra fica menos de 5 km da linha internacional de fronteira, com informações da inteligência apontando a região como "estrategicamente posicionada" para escoar a produção do tráfico de drogas. 

"A grande produção de toda essa região tem como destino grandes centros, por meio de aldeias. De aldeia em aldeia até chegar próximo de Campo Grande; Dourados; e aí ter acesso aos maiores centros consumidores", afirma o titular da pasta de Segurança Pública de MS.

Vale lembrar que esses povos originários residem na Terra Indígena batizada de Nanderu Marangatu, onde ainda existe uma propriedade que seria a última na posse de outros que não os povos originários, e que com homologação datando de 2005, essa propriedade estaria sobreposta em uma área voltada para ocupação tradicional dos indígenas de Nanderu Marangatu. 

Força Nacional

Apesar de acompanharem os membros da Coordenação Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), agentes da Força Nacional não estavam presentes na Terra Indígena Nanderu Marangatu, da qual os povos originários foram alvos de ataques durante o fim da madrugada.

Segundo texto do Conselho Indigenista, a violência iniciada se estendeu ainda durante o período da manhã, quando a Polícia Militar teria arrastado o corpo de Neri para um pedaço de mata, o que causou comoção e revolta dos demais indígenas. 

Medidas

O governador Eduardo Riedel disse que "lamenta profundamente" o episódio, já Videira reforça que a ideia era tentar evitar confrontos, porém, que a situação fugiu ao controle. 

"Tudo o que a gente não queria era que isso acontecesse. Nós queremos de agora para frente é que se gerencie a crise para que nós não tenhamos mais nenhuma morte", cita o secretário. 

Apoiado na ordem judicial, Videira complementa que a decisão sob a qual a polícia age foi inclusive estendida, para que as forças policiais garantam o "ir e vir" dos funcionários e "proprietários" da fazenda, desde a rodovia até a sede, num percurso de mais de 10 quilômetros. 

"Temos aproximadamente 100 militares lá, de PMs; do Tático; batalhões da região; quatro equipes do Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e batalhão de Choque também... vamos manter porque estamos cumprindo a ordem judicial", completa o titular da Sejusp. 

Indígena morto

Em 2005 houve homologação da Terra Indígena em Antônio João como de ocupação tradicional dos indígenas de Nanderu Marangatu, na qual está sobreposta a chamada Fazenda Barra. 

Ao que tudo indica, essa seria a última propriedade sob ocupação de não indígenas, sendo que no último dia 12 houve ação de retomada, na qual foi registrada esse primeiro confronto. 

"Na madrugada [de hoje, (18)] começaram a atacar a comunidade; derrubar os barracos; queimar, e teve uma pessoa assassinada, parece que executada, que dizem que tinha atirador no meio e executou o indígena e a Tropa de Choque está lá cercando o corpo, a gente tentando que a PF vá lá retirar e fazer a perícia", afirma Anderson Santos, advogado pelo Conselho Indigenista Missionário. 

***Colaborou Léo Ribeiro e Naiara Camargo***

Assine o Correio do Estado

Caso Marcel Colombo

Mãe de Matheus Xavier acompanha júri e acredita em nova condenação

Cristiane de Almeida Coutinho esteve na plateia acompanhando o julgamento e demonstrou empatia e solidariedade aos familiares de Marcel Colombo. O filho dela, Matheus Xavier, foi executado em 2019 no lugar do próprio pai.

18/09/2024 18h03

Cristiane de Almeida Coutinho, mãe de Matheus Coutinho Xavier, executado por engano no lugar do pai em 2019.

Cristiane de Almeida Coutinho, mãe de Matheus Coutinho Xavier, executado por engano no lugar do pai em 2019. Fotos: Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Cristiane de Almeida Coutinho, mãe de Matheus Coutinho Xavier, executado por engano no lugar do pai em 2019, esteve presente na plateia no terceiro e último dia do 2º julgamento da Operação Omertà. A morte do estudante de Direito desencadeou diversas fases da operação, incluindo o assassinato de Marcel Colombo, julgado nesta quarta-feira (18).

Jamil Name Filho e Marcelo Rios estão sendo julgados pela morte de Colombo e já passaram pelo júri pela morte de Matheus Coutinho. Ambos foram condenados a 23 anos de prisão, enquanto Vladenilson Olmedo foi condenado a 21 anos de prisão em julho do ano passado pela execução do estudante.

Ainda tentando se reerguer após o julgamento da morte de seu próprio filho, Cristiane, compareceu ao julgamento que pode condenar definitivamente a organização criminosa que o assassinou.

Durante o intervalo no Tribunal do Júri, Cristiane disse que compareceu ao julgamento para prestar solidariedade à família de Marcel Colombo.

 "Eu não os conheço, nunca tive relação, mas decidi comparecer para prestar a minha solidariedade. Imagino o tanto que [família] que estão sofrendo neste momento", disse. 

Cristiane, que permaneceu na plateia após a entrevista ao Correio do Estado, demonstrou empatia durante o julgamento, lembrando que, em junho do ano passado, foi ela quem encerrou os dias de júri como assistente de acusação, junto ao Ministério Público Estadual (MPE), para garantir a condenação dos acusados de executar Matheus.

"Imagino de verdade como deve ser difícil para eles, inclusive para o próprio júri que deve extremamente doloroso, porque estava daquele lado e é algo difícil para todos", relatou. 

Ao ser questionada se acredita na condenação, Cristiane disse que não teve acesso aos laudos, mas acredita que os suspeitos pela morte de Marcel Colombo sejam condenados. 

"Acredito sim, na condenação, até porque tem muitas provas compostas", afirmou. 

3º dia de julgamento 

No último dia de julgamento, os advogados de defesa de Jamil Name Filho, Pedro Paulo Sperb e Nefi Cordeiro, alegaram que Marcel Colombo sempre resolvia seus problemas com muita violência.

Eles relataram e apresentaram provas de que o Playboy da Mansão foi executado por pessoas envolvidas com o narcotráfico.

"Ele andava [pelas ruas] com soco inglês e cobrava as pessoas com violência, mas a polícia não ouviu ninguém. [Eu mesmo] tive acesso a diversos boletins de ocorrência dessas vítimas que sofreram lesão corporal por Colombo, e o delegado não chamou ninguém para conversar ou apurar. Iniciaram as investigações com provas baseadas na internet", relatou.

De acordo com o advogado Pedro Paulo, Colombo não levava desaforo para casa e era extremamente violento. As investigações incluíram provas que poderiam levar a outros suspeitos. 

"Segundo a polícia, Marcel Colombo contraiu uma dívida milionária com traficantes e não teria condições de pagá-la, o que irritou os criminosos e culminou na morte do empresário. As provas apresentadas mostram que a vítima [Jamil Name] foi presa pela Polícia Federal porque o delegado do inquérito entrou em contato com eles e disse que não havia nenhuma prova relevante para seguir com a investigação."

Ao ser questionado, Jamilzinho negou que tenha matado Colombo.  

Cristiane de Almeida Coutinho, mãe de Matheus Coutinho Xavier, executado por engano no lugar do pai em 2019. Jamil Name Filho negou que tenha matado Marcel Colombo. Fotos: Marcelo Victor/ Correio do Estado 


Júri

Começou na segunda-feira (16) o julgamento de Jamil Name Filho e outros acusados de envolvimento no assassinato de Marcel Hernandes Colombo, morto em um bar situado na Avenida Fernando Correa da Costa, em 2018.

Ele e mais dois amigos estavam sentados à mesa na cachaçaria, quando por volta da 0h, um suspeito chegou ao local de moto, estacionou atrás do carro da vítima e, ainda usando capacete, se aproximou pelas costas e atirou.  

A vítima morreu no local e um jovem de 18 anos foi atingido no joelho.

A motivação do crime, conforme o processo, seria vingança por um desentendido anterior da vítima e Jamilzinho em uma boate, em Campo Grande, quando Marcel deu um soco no nariz de Name Filho. Ele já prestou depoimento, por meio de videoconferência, pois se encontra preso em Mossoró (RN) e confirmou o desentendimento, mas negou participação no crime.

José Moreira Freires, Marcelo Rios e o policial federal Everaldo Monteiro de Assis foram são acusados de serem os intermediários, encarregados de levantar informações sobre a vítima, e Juanil Miranda foi o executor.

O ex-guarda Rafael Antunes Vieira não teve participação no homicídio, mas foi o responsável por ocultar a arma usada no crime.

(*Colaborou Judson Marinho e Glaucea Vaccari)

 

Assine o Correio do Estado

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).