Política

relações homoafetivas

Maioria do STF decide aprovar união gay

Maioria do STF decide aprovar união gay

r7

05/05/2011 - 17h06
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A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, nesta quinta-feira (5), reconhecer a equiparação das relações homoafetivas às uniões estáveis heterossexuais, entre homem e mulher. Com o resultado desta quinta-feira (5), na prática os casais gays poderão ter acesso a todos os direitos previstos aos casais heterossexuais, como herança, pensão e até mesmo adoção.

Ao todo, dez ministros devem votar no julgamento, que começou na quarta-feira (4) e foi retomado hoje. Mas, com seis votos declarados, a maioria já foi atingida. A não ser que algum ministro que já votou mude de opinião, a partir deste julgamento, a decisão do Supremo é pelo reconhecimento dos direitos civis aos casais gays.

A decisão de hoje, caso confirmada, servirá como base para julgamentos de casos semelhantes em outros tribunais, mas os interessados ainda precisarão recorrer à Justiça para garantir os direitos por falta de uma legislação específica para o tema.

O voto que deu a maioria favorável as ações que pedem direitos iguais - um de autoria da PGR (Procuradoria-Geral da República) e outro do Estado do Rio de Janeiro – foi do ministro Gilmar Mendes.

Primeiro a votar, o relator das ações, ministro Carlos Ayres Britto rebateu as críticas de que a legalização da união homossexual iria contra os preceitos dos bons costumes e da família. Para o ministro, a Constituição "não é manual de anatomia, sendo assim todos merecem tratamento jurídico igualitário e isonômico, independentemente de suas orientações sexuais".

- A familia é a base da sociedade. Não é o casamento. É a família, núcleo doméstico, de heteros ou homos. A Constituição não distingue gêneros masculino e feminino, não faz distinção em relação a sexo. Logo, nem sobre orientação sexual. Não existe família pela metade, família de segunda classe. Casamento civil e união estável são distintos, mas os dois resultam na mesma coisa: a constituição de uma família. Não se pode alegar que os heteros perdem se os homos ganham.

Neste segundo dia de julgamento, os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa acompanharam integralmente o voto de Ayres Britto.

O ministro Luiz Fux, que encara o segundo julgamento de grande repercussão desde sua posse, optou pelo improviso em seu voto. Fux relembrou a história de uma mulher que o procurou, quando ainda era juiz, pedindo que tivesse o direito a velar o corpo do companheiro com o qual nunca se casara, mas que considerava como sua única família. O ministro afirmou ter visto nessa memória que o núcleo familiar é formado por dois indivíduos, qualquer que seja o sexo.

- A Constituição consagrou a união estável porque 50% das famílias brasileiras são espontâneas. Nunca passou um juiz, nunca passou um padre, mas naquela casa há amor, identidade, há propósito de edificação de projetos de vida. Naquela casa há uma família. E o conceito de familia só tem validade conquanto privilegie a dignidade das pessoas que a compõem. Se esse é o conceito, a união homoafetiva enquadra-se no conceito de família.

O ministro Ricardo Lewandowski foi o único a discordar, ainda que parcialmente, da maioria dos colegas. Para Lewandowski, a Constituição não contempla um quarto núcleo familiar. Atualmente, há três: o casamento, a união estável tradicional e a família monoparental, na qual um homem ou uma mulher são considerados chefes de família. Ao final, no entanto, o ministro optou por acompanhar o relator, mas ressalvou que os direitos concedidos às uniões homoafetivas ainda precisam ser debatidos.

Ainda faltam os votos dos ministros Ellen Gracie, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Cesar Peluzo, mas, mesmo que todos votem contra, o placar será favorável aos casais homossexuais.

Projeto Comprova

É falso que Lula tenha confirmado lista com 800 mil idosos que perderiam benefício do INSS

21/11/2024 07h43

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Falso

É falso que o presidente Lula tenha confirmado uma lista de 800 mil beneficiários idosos que teriam o salário de R$ 1.412 cortado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como afirma vídeo em rede social. O que está acontecendo desde agosto de 2023 é uma revisão e atualização cadastral. De acordo com o INSS, pode ocorrer um bloqueio temporário caso o beneficiário não for inserido no Cadastro Único em 30 dias após receber notificação.

Conteúdo investigadoVídeo afirma que o presidente Lula confirmou uma lista com nomes de 800 mil pessoas acima dos 60 anos que perderão o salário de R$ 1.412 do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “Começa a lei que corta benefício de forma automática e imediata. Se houver suspeita de fraude, [a medida será] sem investigar ou avisar os aposentados”, diz trecho de narração do vídeo, que foi editado com várias fotos de idosos e do chefe do Executivo.

Onde foi publicado: TikTok.

Conclusão do Comprova: Não é verdade que foi divulgada uma lista de 800 mil beneficiários do INSS que terão salário cortado. Conteúdo falso tenta confundir as pessoas com base na iniciativa da autarquia do governo federal que lançou, em agosto de 2023, um programa de revisão do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para quem não tem inscrição no Cadastro Único (CadÚnico), e daqueles que não atualizam as informações no sistema há mais de 48 meses. O objetivo é manter atualizados os dados de beneficiários do programa.

Tal revisão foi confundida e vídeos que circulam nas redes sociais com um corte nos salários pagos pelo INSS. Após a ampla circulação da informação falsa, o governo federal publicou um esclarecimento no site oficial. O Instituto garantiu que as informações são falsas e também reforçou, em nota ao Comprova, que o órgão apenas operacionaliza os pagamentos do BPC, já que ele não se trata de um benefício previdenciário, mas sim assistencial, pertencente ao Ministério de Desenvolvimento Social (MDS).

O BPC garante um salário mínimo por mês ao idoso com mais de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade, mesmo que não tenha contribuído para a Previdência Social, que comprovem renda familiar per capita igual ou inferior a um quarto do salário mínimo.

Acontece que desde agosto do ano passado, o INSS está instruindo 505.018 pessoas a procurarem por Centros de Referência e Assistência Social (Cras) em seus municípios para realizarem inscrição no cadastro e atualizarem as informações. Na falta de comparecimento do beneficiário do BPC ao Cras do município, o pagamento é bloqueado em 30 dias a contar do envio da notificação. Somente são suspensos os benefícios que forem comprovados o recebimento do aviso, e o não comparecimento do beneficiário para a renovação.

Após o bloqueio do pagamento, os beneficiários podem ligar para a Central 135 e solicitar o desbloqueio. Com a ligação para o 135, começará a correr um novo prazo de 45 ou 90 dias, a depender do município onde reside. Passado o tempo limite, o BPC é bloqueado.

O INSS informou ainda que, em uma segunda etapa, outras 517.571 pessoas que estão sem atualização cadastral nos últimos 48 meses serão avisadas sobre a necessidade de fazer atualização cadastral no Cras.

Além dos mencionados acima, outros 680 mil segurados que estão em benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) por mais de 24 meses também estão sendo chamados para revisão. Por mais que o Departamento de Perícia Médica Federal tenha capacidade para 800 mil perícias, isso não quer dizer que o INSS cortará 800 mil benefícios. A intenção é apenas identificar quem realmente tem direito ao pagamento, conforme informou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em nota divulgada pelo INSS.

“É uma determinação do presidente Lula: dar direito a quem tem direito. Não é justo pagar benefício a quem não precisa. Isso faz com que falte dinheiro para pagar quem realmente tem direito ao pagamento”, informa o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Ele afirma que as revisões seguem critérios rigorosos de checagem de informações, e que a ampla defesa dos beneficiários é assegurada, conforme determina a Constituição Federal.

O Comprova tentou contato com o autor do post falso, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.

Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 20 de novembro, o vídeo estava com 200 mil visualizações e mais de 9 mil curtidas.

Fontes que consultamos: Site do INSS e a assessoria de imprensa do órgão.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O conteúdo falso foi checado também pelo UOL ConfereEstadão VerificaAos Fatos e Folha. O Comprova também já checou: post engana ao omitir que salário de grevistas do INSS também foi cortado por BolsonaroINSS pagou 13º em novembro apenas para beneficiários que não tiveram adiantamento e postagens atribuem erroneamente a Bolsonaro suspensão de benefício (BPC) ocorrida no governo Temer.

Política

Presidentes do Brasil e da China assinam 37 acordos bilaterais

Cerimônia ocorreu durante visita de Estado do líder chinês em Brasília

20/11/2024 21h00

Ricardo Stuckert/PR

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Em meio à visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil, nesta quarta-feira (20), os governos dos dois países assinaram 37 novos acordos bilaterais. O líder chinês foi recebido com honras militares pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva, no Palácio da Alvorada, residência oficial. Eles se reuniram a portas fechadas com a participação de diversos ministros de cada lado.

Ao final da reunião, ambos deram declaração à imprensa, sem espaço para perguntas, e seguiram para um almoço no local. Segundo a Presidência da República, os atos assinados abrangem as áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimentos sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.

"Apesar de distantes na geografia, há meio século China e Brasil cultivam uma amizade estratégica, baseada em interesses compartilhados e visões de mundo próximas. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, o comércio bilateral atingiu recorde histórico de US$ 157 bilhões. O superávit com a China é responsável por mais da metade do saldo comercial global brasileiro", destacou Lula em seu discurso na cerimônia de assinatura de acordos.

"O país também figura como uma das principais origens de investimentos no Brasil. Empresas chinesas vêm participando de licitações de projetos de infraestrutura e têm sido parceiras em empreendimentos como a construção de usinas hidrelétricas e ferrovias. Isso representa emprego, renda e sustentabilidade para o Brasil. Indústrias brasileiras também estão ampliando sua presença na China, como a WEG, a Suzano e a Randon. Ao mesmo tempo, o agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos para a China", acrescentou o presidente.

A agenda de Xi Jinping em Brasília ocorre na sequência da participação dele na Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro e que foi encerrada na última terça-feira (19).

"Vamos aprofundar a cooperação em áreas prioritárias como economia, comércio, finanças, ciência e tecnologia, infraestrutura e proteção ambiental. E reforçar a cooperação em áreas emergentes como transição energética, economia digital, inteligência artificial e mineração verde", afirmou o presidente chinês, também em declaração à imprensa.

No fim da tarde, um jantar será servido ao chinês no Palácio Itamaraty, sede da diplomacia brasileira. Xi Jinping deve deixar o Brasil na manhã desta quinta-feira (21). A visita, segundo o governo brasileiro, é uma sequência da visita que Lula fez à China em abril de 2023 e também ocorre em celebração aos 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países. 

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