A caderneta de poupança deve ter neste ano uma de suas piores rentabilidades desde a vigência do plano Real, de acordo com levantamento da consultoria Economática.
Em termos nominais, isto é, sem considerar a inflação do período, a aplicação financeira mais popular do país tem um rendimento estimado de 6,90% (até novembro), ante 7,05% em 2009 e 7,90% em 2008. Em 16 anos de existência da nova moeda, são os três piores retornos registrados nesta série histórica.
Ainda considerando esse período, a maior rentabilidade anual já registrada foi em 1995, quando o retorno desse investimento foi calculado em 40,38%.
Considerando a inflação de cada ano, no entanto, a comparação acima muda significativamente. Embora 2010 realmente não deve ser um dos melhores anos para a poupança --com um ganho real de apenas 1,57%-- já houve períodos bem piores.
A Economática calculou a rentabilidade da poupança a cada ano considerando a variação do IPCA (inflação medida pelo IBGE) a cada ano. Nesse novo levantamento, o pior desempenho dessa aplicação em 16 anos foi registrado em 2002, quando foi incapaz de cobrir a alta dos preços daquele ano e teve uma variação negativa de 2,90%.
O ganho real de 2010 é o pior desde 2004, quando a inflação voltou a abocanhar boa parte dos ganhos desse investimento: nesse ano, a rentabilidade foi de apenas 0,46%.
E outra vez, o melhor ano para para a poupança foi em 1995, quando proporcionou uma rentabilidade de 14,68%, já descontada a inflação do período. Outro ano bastante positivo foi 1998, quando a taxa de retorno foi calculada em 13,28%.
FHC E LULA
A consultoria também comparou os ganhos da poupança nos dois períodos presidenciais. Na gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a aplicação mais popular tem uma rentabilidade acumulada de 58,8% (já descontada a inflação dos oitos anos). Já na gestão Luiz Inácio Lula da Silva, a rentabilidade real da poupança foi estimada em 21,6%.
A caderneta de poupança também é sensível à taxa de juros praticada em cada período, já que sua rentabilidade é calculada por meio de um média de ganhos oferecidos nos CDBs dos maiores bancos do país. Na gestão FHC, as taxas de juros básicas do país chegaram a bater 45% ao ano (em 1999), enquanto na gestão Lula foram, no máximo, de 26,50% ao ano (em 2003).