Cidades

CORUMBÁ

Reza e capoeira em igreja onde missa foi proibida

Reza e capoeira em igreja onde missa foi proibida

Diário Online

30/12/2011 - 10h10
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Vestidos com trajes que remetem às raízes africanas, religiosos da umbanda e do candomblé promoveram no final da tarde de ontem (29), a "1ª "Caminhada em defesa da liberdade religiosa". O ato foi uma forma encontrada pelos religiosos para exporem a indignação com a decisão tomada pela Diocese de Corumbá de não realizar a já tradicional missa do dia 30 de dezembro com a presença de candomblecistas na igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, seguida da lavagem da escadaria.

A caminhada teve concentração no Jardim da Independência e partiu de frente da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, na rua Dom Aquino, percorrendo as ruas Frei Mariano, Delamare, Antônio Maria Coelho, chegando até à frente da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária. Apesar de a igreja estar com as portas abertas, pois se preparava para receber fieis para uma missa, os religiosos não entraram no prédio e, do lado de fora, deram as mãos e rezaram o "Pai Nosso". Na sequência, uma roda de capoeira foi aberta.

"O jogo de capoeira não é uma afronta, é para sentir Ogum, o orixá guerreiro, chegar, para sentir os orixás homens e mulheres alentaram essa carga negativa que foi gerada e limpar esse espaço de discussão para que seja feita a lavagem das escadarias não somente em nome da tradição, mas por amor no coração", disse o babalorixá Zazelakun Clemílson Medina que aproveitou para afirmar que nesta sexta-feira, 30 de dezembro, repetirá o ato da lavagem da escadaria da igreja como vem fazendo desde 2002. "Eu respeito a casa de Deus, e sei que esse Cristo vivo estará do lado de fora, olhando os fiéis que estarão ali para adorá-los", disse ao Diário.

Representando os umbandistas, o babalorixá Hamilton de Xangô, disse que a decisão tomada pela Diocese de Corumbá em não realizar a missa no dia 30, para não abrir as portas da igreja aos candomblecistas, será levada ao conhecimento de outras instâncias da Igreja Católica.

"Nós podemos fazer um apelo aos cardeais, ao arcebispo em Campo Grande, e caso ele não tome nenhuma providência, podemos recorrer à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para que eles também tomem ciência do fato que está acontecendo em Corumbá. O que fazemos nada mais é do que uma cultura, uma homenagem, um sinal de humildade", falou, ao ressaltar a postura dos adeptos de religiões de matrizes africanas.

"Nós não queremos ofender dogmas do Cristianismo, mas sim receber a bênção do padre para que tudo isso se tornasse uma unificação, dar as mãos porque estamos em tempo de paz, em tempo de buscar união para que o país se desenvolva, para que Corumbá cresça", avaliou Hamilton, que é presidente da seccional da FECAMS na cidade.

Depois da roda de capoeira que durou cerca de 10 minutos, os religiosos seguiram descendo a ladeira Cunha e Cruz em direção ao Teatro de Arena do Porto Geral de Corumbá, para o evento "Ritmos do Atabaque". Além de representantes de várias casas religiosas, entidades ligadas à cultura afro, também participaram da manifestação.

O outro lado

Durante a manifestação, a reportagem procurou o pároco da Matriz, padre Fábio Vieira, e foi informada por membros da igreja que o líder religioso não se pronunciaria sobre a mobilização.

Já o bispo diocesano Dom Martinez Álvarez ratificou a decisão esta semana ao Diário. "Não é que haja animosidade, em absoluto, mas nosso nível de comunhão ainda não é tão profundo para podermos compartir (partilhar) a eucaristia que, para nós, é momento de comunhão mais profundo dentro da igreja católica Quando tomamos uma decisão, ela não é leviana, é fruto de ponderação. Tomamos não pensando em voltar atrás. Repito que, com base na opinião de alguns fieis, e no que acontece na Bahia, que também não abre as portas (da igreja), nós decidimos por não realizar a missa no dia 30 de dezembro na igreja Matriz. Nós não queremos ser diferentes do Brasil, não queremos inventar moda", declarou.

Agressão

Garras prende suspeito de esfaquear a namorada no bairro Tiradentes

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

10/04/2025 16h17

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande.  Divulgação/Polícia Civil

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Foi preso na tarde desta quarta-feira (9), o suspeito de agredir a namorada e causar graves lesões na barriga e nas suas partes genitais. Wellington Paes Lino, de 24 anos estava foragido desde domingo (6) e foi localizado no bairro Moreninhas, em Campo Grande. 

Segundo relatos, as duas filhas da vítima estavam no imóvel no momento do incidente, juntamente com o genro e dois netos. A mulher estava no quarto com o suspeito, até então, namorado, e saiu gritando por socorro e sangrando muito. Foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Tiradentes, onde foi constatado lesões na região abdominal e genital, sendo transferida para a Santa Casa, onde permanece internada.

O caso foi registrado na 1ª DEAM como lesão corporal no âmbito de violência doméstica, onde a delegada plantonista pediu a prisão preventiva do autor por feminicídio tentado, decisão deferida pelo juiz. 

Nos últimos dois dias, a Polícia Civil tem divulgado cartazes de foragido com o rosto do homem em suas redes sociais e pela imprensa, o que possibilitou que os policiais do GARRAS (Delegacia Especializada de Repreensão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) o localizassem na casa da mãe, no bairro Moreninhas e realizassem a prisão. 

Ao ser abordado, Wellington afirmou estar ciente do motivo da prisão e não apresentou remorso ou arrependimento. Ele foi encaminhado à Delegacia Especializadas de Atendimento à Mulher, onde permanecerá à disposição da Justiça. 

O delegado responsável pela prisão, Roberto Guimarães, detalhou o momento da prisão e o comportamento do homem. 

“Ele foi bem frio, só falou ‘eu sei porque vocês estão me prendendo’ e confirmou que teve uma briga com a mulher dele, mas não quis dar nenhum detalhe. Pelo histórico, pela conduta dele, ainda mais quando trata-se de um crime violente, quando há essa gravidade e periculosidade, o Garras é acionado”, explicou. 

Seis boletins de ocorrência

Segundo o delegado de Wellington, Jean Carlos Lopes Campos, existem seis boletins de ocorrência contra seu cliente, mas não especificou se todos são relacionados à mesma vítima. Acrescentou, também, que Wellington optou pelo direito de permanecer em silêncio. 

A família da vítima relatou que o casal mantinha um relacionamento de três anos, entre discussões, términos e reconciliações. Inclusive, tinham retomado o relacionamento a dois meses. Wellington já possui antecedentes criminais e, em 2020, foi absolvido de acusações de homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio relacionadas à morte de Odilon Rodrigues da Silva. 

A vítima relatou ainda que, mesmo internada, ela continuou recebendo ameaças do suspeito através de mensagens pelo celular. Entre as diversas mensagens, alguns exemplos são ameaças como “você vai conhecer meu lado ruim”, “você vai ver, vou matar você ‘guria’”. 

O suspeito acumula na ficha criminal passagens por homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. 
 

Movimento estudantil

Após dois meses de denúncia e alunos comendo no sol, UFMS amplia bolsas de auxílio emergencial

A quantidade de aprovados para o recebimento do auxílio subiu de 160 para 354, um aumento de 194 bolsas oferecidas.

10/04/2025 14h31

Alunos convocam para manifestação nesta quinta-feira (10)

Alunos convocam para manifestação nesta quinta-feira (10) Divulgação

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A diretora da UFMS no câmpus Três Lagoas, juntamente com a diretoria de Assistência Estudantil, no câmpus Três Lagoas convocou uma reunião com os alunos ontem (9) para discutir os problemas denunciados, especificamente sobre o fechamento do Restaurante Universitário, falta de estrutura para alimentação dos estudantes e a falta de professores em vários cursos. 

Na reunião, foi comunicado que seriam disponibilizadas algumas salas específicas para que os alunos pudessem fazer suas refeições. A iniciativa da universidade veio após meses de pedidos, já que o RU encontra-se fechado desde o início das aulas a mando do Ministério Público por cassação da empresa responsável. Ainda não há uma data estipulada para nova licitação e reabertura do restaurante. 

Em primeira resposta aos alunos, em fevereiro, a UFMS abriu um edital com 160 vagas para auxílio emergencial no valor de R$300 para alimentação até a reabertura do restaurante, sendo que, no câmpus Três Lagoas estão matriculados quase 3 mil alunos e grande parte faz uso do restaurante. 

Após a reunião e em novo edital divulgado hoje (10), a quantidade de aprovados para o recebimento do auxílio subiu de 160 para 354, um aumento de 194 bolsas oferecidas.  

“Foram mais de dois meses de alunos comendo no chão, no sol quente e de movimentação dos estudantes para a universidade pensar em alternativas. A gente não pode ficar parado, estamos cansados de promessas vazias”, afirma o estudante Gabriel de Oliveira Dias. 

Segundo o movimento estudantil do câmpus, o ato marcado para acontecer hoje permanece, às 20h30 em frente ao RU e a convocação é para todos os alunos.

“Estamos enfrentando uma série de problemas que afetam diretamente nossa permanência e a qualidade da nossa formação. Por isso, vamos fazer barulho com as seguintes pautas: reabertura do espaço (RU); ampliação das vagas para auxílio alimentação; contratação urgente de professores; e alternativas mais eficazes para lidar com a falta do RU que afeta alunos, professores e técnicos”, diz a convocação e finaliza com o apelo “Nosso futuro não pode esperar!”. 

A diretoria do câmpus afirmou ainda que não tem investigação sobre a investigação da antiga empresa do restaurante, que segue em sigilo e que a estrutura do mesmo só será liberada após a conclusão das investigações. 
 

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