A taxa de juro do crédito pessoal elevou dois pontos percentuais em outubro, comparado a setembro, passando de 41,6% para 43,6% ao ano, de acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Os dois pontos percentuais representam aumento de 4,8% de reajuste, entre uma taxa de juro e outra. Esse aumento, de acordo com o economista Normann Kalmus, é previsível, em função do costumeiro crescimento da demanda por crédito pessoal em função das festas de fim de ano. “Isso pode ser ainda mais importante com a economia em crescimento porque a tendência de poupar diminui quando existe maior segurança, resultado de uma taxa de emprego maior”.
Kalmus chama a atenção para a tendência de alta da inflação. “Além disso, os mercados internacionais vêm sofrendo os efeitos de duas quebras de produção cujos reflexos estão sendo sentidos no Brasil: a quebra da safra de trigo da Rússia e a quebra da produção de açúcar na Índia, cujos efeitos no aumento dessa commodity já se fazem sentir também aqui”, explica.
Além do trigo e açúcar, segundo o economista, ocorreram aumentos em diversos alimentos, em função da estiagem prolongada. “Como resultado, a inflação vem apresentando um crescimento muito acima da expectativa nos últimos dois meses” avalia. Por conta do aumento da taxa de juro, o Banco Central deverá subir a taxa básica (Selic), como forma de tentar manter a inflação por pelo menos dentro do centro da meta anual (4,5%).
Cheque especial
A taxa média cobrada pelo uso do cheque especial caiu 3,6 pontos percentuais, mas continua alta – 163,6% ao ano – em relação às demais. Em setembro, a taxa média estava em 167,2%. No ano, os juros do cheque especial cresceram 4,5 pontos percentuais. Ainda segundo dados do BC, também subiu a taxa do crédito para a compra de veículos, que passou de 23,3% para 23,5%.