Política

Petrobras

Em delação, Cerveró confirma Lula e Delcídio em esquema de corrupção da Petrobras

Ex-diretor disse que se reuniu com o senador para detalhar distribuição de propina

ALINY MARY DIAS, COM INFORMAÇÕES DO G1

12/01/2016 - 07h44
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O envolvimento do senador Delcídio do Amaral (PT), que está preso desde o dia 25 de dezembro, na corrupção da Petrobras foi mais uma vez confirmada pelo ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró. O senador e outros figurões da política foram citados por Cerveró durante delação premiada.

Além de citar Delcídio, Cerveró afirmou que chegou ao cargo de diretor da BR Distribuidora por “ato de gratidão” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O favor teria ocorrido pelo fato de Cerveró ter ajudado o Grupo Schain vencer uma licitação para o aluguel de um navio sonda para a Petrobras.

O negócio é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como uma forma de pagamento por parte do Partido dos Trabalhadores a um empréstimo de R$ 12 milhões feito para o pecuarista José Carlos Bumlai.

O dinheiro, repassado pelo Banco Schain, teria sido usado para pagar dívidas do PT. O negócio rendeu à Schain mais de R$ 1 bilhão. Em depoimento, o pecuarista confirmou a fraude, mas negou que o ex-presidente Lula tivesse conhecimento dos fatos. O caso levou Bumlai à cadeia, por suspeita de corrupção. Ele já responde a um processo sobre isso e permanece preso em Curitiba.

Na delação, Cerveró disse que conseguiu continuar na estrutura da Petrobras graças à intermediação desse negócio. Segundo ele, foi o próprio Lula quem decidiu indica-lo para o cargo na BR Distribuidora.

Ainda de acordo com o ex-diretor, coube a Lula garantir que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) tivesse acesso político à estrutura da BR Distribuidora, com a indicação de nomes para ocuparem cargos na empresa.

O ex-diretor também afirmou que, entre 2010 e 2013, participou de várias reuniões com políticos para tratar de propinas desviadas da Petrobras. Entre os nomes que citou estão, além de Collor, o também senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e o deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP), além do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Nessas reuniões, disse Cerveró, eram discutidas as atribuições de diretores da BR Distribuidora para a angariação e distribuição das quantias junto às empresas que prestavam serviços para a empresa.

 

Acirramento

"Se não tiver jeito, vamos disputar", diz Loubet sobre embate com Gleice Jane no PT

Deputado federal e deputada estadual "brigam" internamente pela liderança do partido em Mato Grosso do Sul

31/03/2025 14h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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A disputa pela liderança estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) pode se acirrar muito em breve entre o deputado Vander Loubet e a deputada estadual Gleice Jane. A sigla passa por um Processo de Eleição Direta (PED), que define o sucessor ou sucessora da atual presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, além dos membros das direções municipal e estadual do partido em todo o país, cadeira pleiteada por ambos. 

Deputado federal por seis mandatos, Loubet destacou ao Correio do Estado na manhã desta segunda-feira (31), que a intenção do partido é se fortalecer, entretanto, não descartou um possível embate contra a colega de partido, o que considerou algo extremo. 

“É uma disputa interna, o PT tem um regimento, uma democracia interna extremamente positiva, mas eu acho que não teria necessidade de chegarmos a esse extremo. Se tiver que partir para a disputa, nós vamos disputar, faz parte do jogo.”, declarou Vander, que disse respeitar a candidatura da deputada estadual. 

Questionado sobre as movimentações dentro do partido, o deputado federal destacou a importância da representatividade feminina, tanto de Gleice Jane, como da deputada federal Camila Jara dentro do partido. Segundo ele, ambas devem buscar a reeleição dos cargos que já ocupam.

“Temos de ter todo o cuidado, tanto com a reeleição dela (Gleice Jane), como com a reeleição da Camila. Não é fácil você construir quadros femininos, mulheres da política, fruto de muito trabalho, de uma dedicação do partido na construção dessas lideranças.”, frisou Loubet.

O deputado reafirmou sua candidatura ao Senado em 2026 e rechaçou um eventual enfraquecimento do partido por conta de sua disputa interna com Gleice Jane.

Outra projeção de Loubet foi a disputa nacional do PT, que prioriza a reeleição do presidente Lula. O deputado federal destacou que, apesar do otimismo, o cenário para o ano que vem é considerado difícil.

Para ele, a medida mais consciente é construir uma aliança mais ampla para auxiliar o presidente rumo ao 4º mandato, conquistar uma cadeira no Senado, manter as duas cadeiras na bancada federal (atualmente ocupadas por Loubet e Camila Jara), além de ampliar o número de deputados estaduais (cargos ocupados por Zeca do PT, Pedro Kemp, além de Gleice Jane).

“Podemos voltar agora num novo modelo, numa nova construção, voltar a sonhar em ocupar grandes espaços”, finalizou o deputado federal, que mira também um nome do partido para o governo estadual.

Disputas 

Cabe destacar que o partido historicamente é lembrado por suas disputas internas. Em 2002, Eduardo Suplicy e o próprio presidente Lula “brigaram” pela candidatura à presidência da República, vencida por Luiz Inácio. Em 2023, Camila Jara e Zeca tiveram uma “rixa” quanto à preferência do partido para a cadeira da Prefeitura de Campo Grande, corrida vencida por Camila. 

Relembre

Entre os candidatos para assumir a direção estadual, Vander é considerado da ala mais moderada, ao centro. Já a Gleice Jane, da ala mais à esquerda do partido.

Ambos foram confirmados em reunião da Direção Estadual do PT da Articulação de Esquerda, que esteve reunida em Dourados neste sábado (29).

A definição do pleito foi realizada com a presença do candidato à presidência Nacional do PT, o historiador Valter Pomar, onde ficou definido por unanimidade que a Deputada Gleice Jane será a candidata que vai disputar com o Deputado Federal Vander Loubet a direção do PT no Mato Grosso do Sul.

As eleições internas serão realizadas no dia 6 de julho. Em janeiro deste ano o Diretório nacional do partido aprovou os prazos para inscrição das chapas que concorrerão às três instâncias de direção, definidos segundo o calendário abaixo:

  • em nível municipal e zonal: entre 12 de março e 14 de abril
  • em nível estadual: entre 11 de março e 28 de abril
  • em nível nacional: entre 10 de março e 19 de maio

Atualmente Humberto Costa é quem comanda o cargo da presidência do PT até a realização das eleições diretas, já que a atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, assumiu a Secretaria de Relações Institucionais do Brasil no fim do mês de fevereiro.

Cenário nacional

No contexto nacional das eleições para presidente do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva é cotado como um dos favoritos a vencer a disputa, já que recebeu o apoio do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Edinho é um sociólogo e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores. Foi Vereador do município de Araraquara (SP) deputado estadual e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

Além do Edinho, o atual secretário de Relações Internacionais, Romênio Pereira, será candidato pela tendência Movimento PT.

Um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, Romênio Pereira é natural de Patos de Minas (MG) e iniciou a sua trajetória no movimento sindical no início dos anos 1980 em seu estado natal. Ele já ocupou várias funções no PT-MG e também na direção nacional do partido.

Quem concorre também à presidência nacional é o historiador e membro do Diretório Nacional do PT, Valter Pomar, que registrou sua candidatura para concorrer à presidência representando o movimento Articulação de Esquerda.

*Colaborou Judson Marinho

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PROJETO DE PODER

Presidente da União dos Vereadores faz manobra para obter mais uma reeleição

Após aceitar associação da Câmara da Capital, Jeovani Vieira diz que só tem direito a voto filiados há mais de seis meses

31/03/2025 08h00

O presidente da UCVMS, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), vai tentar mais uma reeleição

O presidente da UCVMS, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), vai tentar mais uma reeleição Foto: Arquivo

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Mesmo sendo réu na 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos por possíveis irregularidades na prestação de contas da União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) relativa a 2021, além de ter uma condenação de mais de 15 anos de prisão na 1ª Vara Federal de Naviraí pelo crime de peculato, o atual presidente da entidade, Jeovani Vieira dos Santos (PSDB), manobra para tentar mais uma reeleição no pleito desta quarta-feira.

Caso as artimanhas adotadas pelo vereador de Jateí deem resultado, ele poderá continuar à frente da entidade por mais quatro anos, passando, dessa forma, quase 20 anos no cargo – função que já ocupa há mais de 10 anos.

Como parte desse plano, Santos vetou o retorno da Câmara Municipal de Campo Grande ao quadro de entidades associadas, o qual atualmente conta com apenas 29 das 79 Câmaras Municipais de Mato Grosso do Sul.

Entretanto, após o presidente da Casa de Leis da Capital, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o Papy, ingressar no dia 21 de fevereiro com uma ação de obrigação de fazer combinado com consignação em pagamento – com pedido de tutela de urgência e em desfavor da entidade – junto à 14ª Vara Cível de Campo Grande, o presidente da UCVMS recuou.

Diante da ação judicial, Santos acabou por aceitar o retorno da Câmara Municipal de Campo Grande ao quadro de associadas, do qual a Casa de Leis saiu em 2023 e pediu o retorno neste ano, pois o vereador Junior Coringa (MDB) é o candidato a vice-presidente na chapa de oposição ao atual presidente da UCVMS.

No entanto, Santos não deu ponto sem nó e mostrou ao jurídico da Câmara da Capital o regimento interno da entidade, o qual só permite direito a voto vereadores que têm mais de seis meses de filiação.

Portanto, com exceção de Junior Coringa e Neto Santos (Republicanos), os quais já tinham se filiado de forma avulsa no ano passado, os demais 27 parlamentares da Casa de Leis de Campo Grande não poderão votar.

Além disso, Papy informou ao Correio do Estado que essa não foi a única manobra de Santos para continuar no poder, pois, com medo de uma eventual derrota no pleito deste ano, ele já tinha alterado o regimento interno da UCVMS em 2024, a fim de que ex-vereadores também tenham dinheiro a voto.

Ainda, de uma tacada só, filiou 140 ex-parlamentares para que possam votar nele para presidente. Papy disse que recorreu à Justiça para lutar pelo direito de voto dos vereadores de Campo Grande, ainda mais porque colegas da Casa de Leis estão na chapa de oposição.

“O atual presidente manobrou para que fôssemos impedidos de votar. Jeovani Vieira dos Santos mudou diversas vezes o estatuto e, além de permitir que ex-vereadores possam votar, também impediu que vereadores eleitos para o primeiro mandato possam participar do pleito. Um total absurdo”, lamentou.

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande reforçou que todas essas manobras do atual presidente da UCVMS são “uma vergonha”.

“Tudo isso para continuar à frente da entidade e, dessa forma, ter poder de barganha política junto à bancada federal do Estado no Congresso Nacional, bem como junto à Assembleia Legislativa e ao governo estadual. Porém, na política, como diz o ditado, quem pode mais chora menos”, reclamou Papy.

SAIBA

A União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCVMS) realiza nesta quarta-feira, em sua sede (Avenida Hiroshima, nº 1.561, Bairro Carandá Bosque II, em Campo Grande), a eleição da diretoria para o quadriênio 2025-2028. Estão na disputa o atual presidente, o vereador de Jateí Jeovani Vieira (PSDB), tendo como vice o vereador de Dourados Sérgio Nogueira (PP), e o vereador douradense Daniel Júnior (PP) e seu vice, o vereador campo-grandense Junior Coringa (MDB). 

Além de presidente e primeiro-vice-presidente, também serão escolhidos o segundo-vice-presidente, o secretário-geral, o primeiro e segundo-secretários, o tesoureiro, o primeiro e segundo-tesoureiros e os diretores de Patrimônio, Saúde, Eventos, Relações Públicas, Esportes, Assistência Social, Assuntos Municipais, Assuntos Especiais e Obras. Ainda, o suplente de diretoria e o conselheiro fiscal e seu suplente.

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