Alguns destinos turísticos do Brasil são perfeitos para quem gosta de apreciar belezas naturais. E basta uma breve pesquisa para se certificar de que o Brasil está repleto deles, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Hoje, o destaque vai para a região do Cerrado chamada Jalapão, localizada no estado do Tocantins. Exuberante, a região atrai visitantes que estão em busca de dias de descanso em meio a paisagens espetaculares, formadas por cachoeiras, lagoas, rios, praias, dunas e uma rica fauna.
Local ideal para desconectar-se da vida urbana e se ligar diretamente com a natureza, é formado por pequenas cidades, com infraestrutura ainda a desejar em alguns quesitos, mas ideais para viver uma aventura.
A região desértica no Tocantins é formada por oito municípios e ocupa uma área de 34.113 km². Uma das localidades do estado com menor densidade demográfica, com 0,8 habitante por km², o Jalapão tornou-se polo de ecoturismo brasileiro, atraindo para lá a produção de uma das novelas de maior sucesso da TV, “O Outro Lado do Paraíso”, gravada em vários cenários da região.
O nome da região deriva da erva jalapa-do-brasil, com grande valor medicinal, principalmente no tratamento de males do intestino. O Jalapão está situado no leste do estado de Tocantins, na região compreendida pelas cidades de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins, Lagoa do Tocantins, Lizarda, Santa Teresa e São Félix do Jalapão. Fica na zona de transição entre o Cerrado e a Caatinga, também com predominância da Savana e estreita Mata Ciliar, que protege a vegetação dos rios e pode ser observada eventualmente.
O clima do local é do tipo tropical, com duas estações bem definidas: uma chuvosa, compreendida entre os meses de outubro e abril, e a outra seca, de maio a setembro, período considerado pelos tocantinenses como “verão”. Nesta época de estiagem, a temperatura média é de 30ºC, podendo chegar a 39ºC nos dias mais quentes.
ATRATIVOS
A maioria dos atrativos está localizada nas cidades de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins. Entre os mais procurados estão a Cachoeira da Velha, uma enorme queda d’água em forma de ferradura de aproximadamente 100 metros de largura e 15 metros de altura; as dunas, cartão-postal do Jalapão, composto por areias finas e alaranjadas que chegam a 40 metros de altura; os Povoados do Mumbuca e Prata, comunidades remanescentes de quilombos, cuja visitação possibilita ao turista vivenciar a cultura local; a Serra do Espírito Santo, formação rochosa onde é possível apreciar a flora da região; a Cachoeira do Formiga, uma encantadora nascente de água verde-esmeralda; e os fervedouros, com suas águas transparentes, nas quais é impossível afundar.
A preocupação em manter preservada essa incrível riqueza natural é representada pela presença de vários instrumentos de conservação, como o Parque Estadual do Jalapão, o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba; a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins; a Área de Preservação Ambiental (APA) Serra da Tabatinga; e a APA Jalapão.
FAUNA
A fauna é um atrativo à parte. Ao percorrer as estradas que cortam a região, os turistas podem observar animais das mais variadas espécies. Onças, veados, antas, raposas, lobos-guará, tamanduás e capivaras são apenas aperitivos do belo cenário, no qual marcam presença as cobras – a jiboia, a cascavel e a sucuri são as mais comuns; as aves, como as araras, os papagaios, as seriemas, os urubus e as emas; e os peixes, com destaque para a piabanha, o jaú, a traíra e o pacu.
COMO CHEGAR
É preciso chegar a Palmas, a capital do estado do Tocantins. Há voos regulares que saem tanto de São Paulo quanto de Brasília. Ao todo, são nove municípios que compõem o Jalapão, e os que fazem parte dos roteiros principais são Ponte Alta, Mateiros e São Félix.
Muitas pessoas pesquisam qual a distância entre Palmas e o Jalapão, mas o que é preciso entender é que o roteiro pelo Jalapão é um circuito: normalmente, inicia-se de um lado e termina de outro. O roteiro no sentido normal começa por Ponte Alta, que está localizada a 195 km de Palmas. Também é possível fazer o roteiro inverso, iniciando a viagem por São Félix e Mateiros – passando também pelo Morro da Catedral.
Existem diversas agências que montam um roteiro de alguns dias para explorar as belezas do parque. É possível optar por agência que oferece hospedagem própria no meio do Jalapão em um acampamento ou as que incluem no roteiro hospedagens em Ponte Alta, Mateiros e São Félix, cidades estratégicas para visitar as atrações.
É preciso ficar atento ao fato de que os roteiros montados pelas agências são prontos. Não só as atrações, mas as hospedagens e a alimentação já estão estabelecidas nos roteiros (lembrando que opções de alimentação e hospedagem ainda são limitadas por lá). Dependendo da agência, a viagem será feita com até 30 pessoas – quanto mais cara a expedição, mais exclusiva ela será, procure saber esse detalhe com a agência da sua escolha.
Como o acesso é difícil e feito via estradas de terra, com muitos buracos e poeira, e há pouca estrutura de hospedagem e alimentação, um roteiro onde você não precisa se preocupar com isso é muito melhor.
GASTRONOMIA
Como o Tocantins tem a influência goiana, o pequi é ingrediente obrigatório na maioria dos pratos. Come-se muito arroz e frango com pequi. Fora isso, há variedade de menus com peixes de rio, como o tucunaré e o tambaqui.
Já quando o assunto são as festas, as católicas são as mais tradicionais. A do Senhor do Bonfim e a do Divino Espírito Santo arrebanham milhares de pessoas. Acontecem por lá também as cavalgadas. Durante as viagens pelas estradas, o turista fica muito tempo no transporte, por isso, é aconselhável levar alimentos fáceis de serem consumidos.