Brasil

ABORTO

Comissão do Senado proíbe aborto até para casos de estupro

Ainda em discussão no Senado, após a 22ª semana de gestação, gravidez não pode ser interrompida, mesmo que em casos de crime de estupro ou de fetos inviáveis

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Na última quarta-feira, a Comissão de Direitos Humano (CDH), aprovou no Senado o projeto que proíbe o aborto a partir da 22ª semana de gestação, quando o feto está no quinto mês. Nele, a única exceção é para casos de risco de morte da mãe.

O texto é do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e contou com relatório favorável do senador Eduardo Girão (Novo-CE). Agora, segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Segundo os senadores, o projeto tem mérito de reconhecer, de forma absoluta, a viabilidade do feto a partir dessa fase da gestação, que estabelece “os direitos do nascituro –  indivíduo concebido, mesmo sem nascer – na ordem civil”.

Código Civil

Esse Projeto de Lei, altera no Código Civil:

  • O reconhecimento do valor da vida humana antes e depois da instalação do indivíduo no útero;
  • Estabelece que após a 22ª semana de gestação, presume-se, sem nenhuma exceção que o bebê pode sobreviver fora do útero;
  • Determina que o direito ao nascimento após a 22ª semana, só poderá ser negado se houver risco comprovado à vida da gestante, e então, nesse caso o parto será antecipado, sem provocar a morte do feto, e ainda, deve-se esforçar para salvar a vida do bebê;
  • Garante direito ao nome, imagem e respeito seja assegurado, seja nascido vivo ou morto;
  • Impõe à família, à sociedade e ao Estado o dever de proteger os fetos e os bebês contra qualquer forma de negligência ou violência.

Estupro e anencefalia

Em situação de gravidez pelo crime de estupro, ou da comprovação do feto com anencefalia, que é a ausência total ou parcial do encéfalo, o PL prevê medidas distintas uma da outra.

Ao caso do crime, segue a permissão pela lei de aborto até a 22ª semana da gestação. No entanto, depois desse período, o feto passa a ter o nascimento como direito garantido. Para a gestante, fica assegurado a antecipação do parto e a entrega do recém-nascido para a adoção.

No caso de anencefalia, em que o cérebro do feto não se desenvolve, se a gestante estiver clinicamente estável após o período de 5 meses e meio, a gravidez não poderá ser interrompida por meio da indução da morte do feto, mesmo que ele não tenha chance de sobreviver.

Segundo o documento, o parto deverá ocorrer naturalmente ou ser induzido. O texto não proíbe expressamente o aborto de fetos inviáveis antes da 22ª semana, como anencéfalos, mas também não o autoriza explicitamente.

Decisões fora do Congresso

Durante a fala para seu voto, o senador Girão disse que as possibilidades do aborto têm sido ampliadas sem a concordância do Congresso Nacional por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e por portarias do Ministério da Saúde.

Com referência à decisão do tribunal que autorizou a interrupção da gestação em casos de anencefalia em qualquer fase da gestação, com base na inviabilidade do feto anencéfalo, ou seja, quando não há expectativa de vida fora do útero.

Girão ainda se contrapôs às portarias do Ministério da Saúde, alegando que com a nota técnica 02/2024 há ampliação do conceito de aborto que passa da 22ª semana, e segundo ele é desautorizado pela legislação e ignora o conceito de viabilidade fetal, motivo que “relativiza o direito à vida mesmo quando há chances reais de sobrevivência”.

“Esse assunto está longe de ser polêmico, a não ser por uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, que deu uma canetada de forma monocrática [apenas por um magistrado] suspendendo uma resolução do Conselho Federal de Medicina [contrária ao aborto a partir da 22ª semana]”, disse o senador. 

Ao contrário dele, para a presidente da Comissão dos Direitos Humanos (CDH), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), há polêmica por despertar debates entre as mulheres.

Ela disse que mesmo com a publicação da pauta desde ao início da semana, na última segunda-feira (13), nenhuma senadora que fosse contra à proposta estava presente para pedir vista e "ampliar o debate". 

A senadora ainda reafirmou que concorda com a matéria, mas para que nenhuma senadora, membro da comissão, ou da Casa, entenda que os presentes “tenham atropelado” aprovando a lei, ela terá continuidade de discussão na Comissão de Assistência Social (CAS).

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PRESIDÊNCIA

Flávio convida União e PP a apoiá-lo; partidos ficaram de maturar ideia

Conforme o senador Rogério Marinho, "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio"

09/12/2025 06h49

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

Rogério Marinho (PL) é líder da oposição no Senado e acredita que Ciro Nogueira e Antônio Rueda vão apoiar o filho do ex-presidente

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O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou na noite desta segunda-feira, 8, que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) pediu aos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do União Brasil, Antônio Rueda, para que apoiem sua candidatura à Presidência. Segundo Marinho, Ciro e Rueda ficaram de consultar suas bancadas.

"É evidente que há uma responsabilidade da presidência do PP como do presidente da União Brasil para que possam conversar com as suas respectivas bancadas, com governadores, com atores políticos que estão espalhados por todo o país para que, ao fim, possam nos trazer uma posição dos seus respectivos partidos", declarou Marinho a jornalistas, após uma reunião na casa de Flávio com Rueda, Ciro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto

Segundo Marinho, a definição precisará passar por uma maturação: "Isso não vai acontecer nem hoje nem amanhã. A conversa que tivemos é que isso vai ser maturado, vai ser absorvido por todos, vamos ter um tempo para que haja essa definição".

O líder da oposição afirmou que "a candidatura do senador Flávio é uma candidatura para valer" e não se trata de um "balão de ensaio". "O PL tem uma candidatura, está claro [...] Na última sexta-feira, o Bolsonaro colocou para o Flávio que a candidatura era dele, até para unificar a direita, para que nós possamos preservar o seu legado", disse.

De acordo com o parlamentar, o PL reunirá nesta terça-feira integrantes dos diretórios estaduais para levar o nome de Flávio, a fim de trazer uma unidade na sigla.

COMANDO VERMELHO

'Não estou aqui para entregar colega, nem para proteger', diz Bacellar sobre TH Joias

Assembleia Legislativa do RJ decide hoje se mantém ou não a prisão do presidente da Casa, preso pela Polícia Federal na semana passada

08/12/2025 07h26

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

Rodrigo Bacellar foi acusação de ter vazado informações sobre operação que prenderia o deputado TH Joias, ligado CV

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Em depoimento à Polícia Federal (PF), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, negou ser amigo do ex-deputado estadual TH Joias, preso em setembro por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e envolvimento com o Comando Vermelho.

Bacellar foi detido na última quarta-feira, 3, suspeito de avisar o então parlamentar sobre a operação para prendê-lo.

"Nunca tinha visto [TH Joias] na vida [antes de ele entrar na Alerj]. Construí uma relação natural, sou presidente do Parlamento, tenho que atender todos indistintamente. [Mas a relação era] só profissional e só naquele âmbito da Assembleia", disse Bacellar em depoimento à PF, revelado pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 7.

Bacellar admitiu ter falado com TH Joias na véspera da operação para prender o então deputado.

"[Ele] pede para falar comigo sozinho, no canto: 'Tá sabendo de alguma operação amanhã para mim?'. Eu disse: 'Não estou sabendo nada. Está uma fofocaiada na Casa já faz três dias de que vai ter algum problema nessa semana para deputado, onde a fumaça for'. Aí, ele fala: 'Não, beleza, eu não sei o que eu faço, se vou embora'. 'Aí é com você. Eu, se estivesse no seu lugar, só me preocuparia com a tua filha pequena. Agora você tem que saber o que você faz ou deixa de fazer'", contou o presidente da Alerj à PF.

Na véspera da prisão de TH Joias, os dois também trocaram mensagens. TH enviou a Bacellar um vídeo mostrando um freezer com carnes e disse: "Ô presida! Não tem como levar, não, irmão. Pô, como é que leva?! Tem como levar não, irmão. Esses filhos da p* vão roubar as carnes, hein". O presidente da Alerj respondeu: "Deixa, doido". Bacellar também recebeu do próprio TH imagens da Polícia Federal dentro de sua casa.

Questionado pela Polícia Federal se não pensou em avisar as autoridades sobre a chance de fuga de TH Joias, Bacellar respondeu: "Não procurei absolutamente ninguém. Não estou aqui para entregar colega, não estou aqui também para proteger colega que faz algo errado". "Confesso que até me assustei. Achei um ato de impertinência dele, me ligar de um telefone que eu não tinha." O presidente da Alerj alegou que não sabia para quem era a operação.

Bacellar ainda negou ter conhecimento das suspeitas contra TH Joias antes de sua prisão. "Já tinha ouvido algumas coisas no jornal, mas não conhecia. Pessoal fala que é ligado ao comando, sei lá o que. Olha, eu não quero saber o que você fez, o que você deixa de fazer. Da porta para dentro, se você tiver bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito."

Caso 'TH Joias'

Suspeito de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho, Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, em setembro.

Segundo a investigação, TH utilizava o cargo de deputado estadual para favorecer o crime organizado. Ele é acusado de intermediar a compra e a venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão, além de indicar a esposa de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão - apontado como traficante e também preso - para um cargo parlamentar.

Durante as diligências da Operação Zargun, em setembro, a PF cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do sequestro de bens no total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A investigação foi da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da PF, e do Ministério Público Federal.
 

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