Cidades

Conflito Agrário

Ação da Suzano contra sem-terra em Ribas entra na reta final

Multinacional da celulose e líder sindical devem apresentar provas e propostas para encerrar processo judicial de interdito proibitório

Continue lendo...

O juiz da 2ª Vara de Terenos, Claudio Müller Pareja, solicitou que tanto a gigante da celulose Suzano quanto o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribas do Rio Pardo, Silvio dos Santos Menezes, especifiquem as provas que possuem no processo de interdito proibitório, ajuizado pela Suzano em abril deste ano.

O magistrado também determinou que, no mesmo prazo, as partes se manifestem sobre o interesse em realizar um acordo para encerrar o processo.

No entanto, o juiz pede que tanto a Suzano quanto o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribas, cidade localizada a 93 quilômetros de Campo Grande, apresentem propostas concretas para que se chegue a um entendimento.

Caso nenhuma das partes se manifeste, o caso será encaminhado para decisão. “No silêncio, venham os autos conclusos para saneamento ou julgamento conforme o estado do processo”, ressalta o magistrado.

Entenda o caso

Desde 12 de junho, o mesmo magistrado, Claudio Müller Pareja, impediu que aproximadamente 60 famílias de trabalhadores rurais voltassem a ocupar parte da Fazenda Passará, de propriedade da Suzano S.A.

O grupo de sem-terra ocupou uma faixa de 300 metros dentro da propriedade, a partir da cerca próxima à estrada que é um dos limites do terreno, no mês de abril. Na época, a equipe de segurança da Suzano detectou a invasão e acionou o departamento jurídico da multinacional, uma das maiores empresas de celulose do mundo.

Barracos em frente fazenda da Suzano/reprodução

A ação resultou na liminar do magistrado, que antecipou a tutela da lide e impediu o retorno dos sem-terra ao local. A Suzano apontou Silvio dos Santos Menezes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ribas, como líder dos invasores.

Posteriormente, ele se manifestou no processo, afirmando que não possui qualquer vínculo com os sem-terra que agora formam um acampamento na estrada em frente à propriedade. Silvio alegou que a multinacional teme uma nova ocupação, mas que, de fato, ela não está ocorrendo.

A Suzano, por sua vez, rebate a defesa de Silvio, argumentando que, se ele mediou a retirada dos sem-terra da faixa de 300 metros dentro da fazenda após a invasão ocorrida em abril, deve ser considerado líder do movimento. A multinacional, proprietária da fazenda de 300 hectares, sustenta ainda que a ameaça de invasão é real, pois o grupo permanece acampado em frente à propriedade.

Outra divergência entre as partes envolve o valor atribuído à causa. A Suzano estimou o valor em R$ 50 mil, enquanto Silvio contesta, defendendo que, em casos de interdito proibitório, o valor da causa deve corresponder ao valor da propriedade, sugerindo que o montante correto seria de R$ 3 milhões.

O presidente do sindicato, em sua defesa, alega que não há provas documentais de sua liderança sobre os invasores e que um boletim de ocorrência apresentado pela Suzano não é suficiente para comprovar a iminência de uma nova invasão.

Megafábrica

A unidade processadora de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, denominada Projeto Cerrado, está em operação há quase dois meses.

Com capacidade para processar 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, a planta é atualmente a maior do mundo em operação, considerando uma única linha de produção.

A inauguração, inicialmente prevista para junho, foi adiada devido a uma série de calotes de terceirizados que afetaram a cadeia de construção da fábrica.

Assine o Correio do Estado

Oportunidade

IFMS abre vagas para professor substituto com salário de R$ 7 mil

Os interessados podem se inscrever até o dia 25 de setembro pelo portal do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul

16/09/2024 19h00

Imagem Arquivo

Continue Lendo...

O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul está com vagas abertas para professores temporários por meio de processo seletivo simplificado no campus de Corumbá. A vaga em caráter temporário com salário que pode chegar até R$ 7 mil.

A vaga é para professor substituto na área de Metalurgia Extrativa. Conforme o edital (que pode ser acessado clicando aqui), está vedado o envio da documentação por correspondência.

Processo Seletivo

  • Serão duas etapas: na primeira, será aplicada uma prova de desempenho em caráter eliminatório e classificatório.
  • Na segunda fase, para os candidatos classificados, o desempate ficará por conta da prova de títulos.

Inscrições

  • Os interessados têm até o dia 25 de setembro para acessar a Página do Candidato.
  • A taxa de inscrição é de R$ 50 e pode ser paga nas agências do Banco do Brasil até o dia 26 de setembro.

Quem pode disputar a vaga?

Para concorrer à vaga, os candidatos precisam ter graduação nos seguintes cursos:

  • Engenharia Metalúrgica
  • Engenharia de Materiais
  • Engenharia de Minas
  • Tecnólogo na Área de Metalurgia
  • Tecnólogo na Área de Mineração
  • Graduação na Área de Tecnologia Mineral
  • Graduação em Geologia

Cabe ressaltar que o candidato não pode ocupar outra vaga com dedicação exclusiva nem ter atuado como professor substituto na instituição nos últimos dois anos.

Também não serão aceitos candidatos que participem de sociedade privada ou sejam administradores, sócios e gerentes.

Data das provas

  • Prova didática e de títulos: dia 9 de outubro, às 8h, no campus do IFMS em Corumbá.
  • Resultado: a seleção está prevista para ser divulgada no dia 14 de outubro.

O contrato estará vigente a partir da data de publicação no Diário Oficial da União (DOU), segundo o edital, com previsão de prorrogação dentro do limite estabelecido de dois anos.

Pontuação da Prova de Títulos

Salário e Carga Horária

O salário será de R$ 4.070,63 a R$ 7.014,02 (podendo variar conforme a titulação do candidato) para uma carga horária de 40 horas semanais.

Dúvidas podem ser esclarecidas por meio do e-mail [email protected].

Assine o Correio do Estado

Júri Popular

Advogados de defesa de Jamil Name questionam validade do bilhete de Mossoró

Na tarde desta segunda-feira (16), os bilhetes com detalhes sobre a execução de membros da força-tarefa e de um promotor de Justiça foram colocados à prova pela defesa dos réus

16/09/2024 17h47

Gerson Oliveira / Correio do Estado

Continue Lendo...

Durante a continuidade do júri popular que tem como réus o empresário Jamil Name Filho e outros três supostos envolvidos no assassinato de Marcel Hernandes Colombro - o playboy da Mansão -, a defesa dos réus questionou a veracidade dos supostos bilhetes que circulavam no presídio de Mossoró.

Tanto a defesa de Name quanto a de Marcelo Rios alinharam a postura de colocar em xeque o bilhete (uma folha de papel higiênico apreendida no presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte) por não ter passado por perícia grafotécnica da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

Pela manhã desta segunda-feira (16), a primeira testemunha de acusação ouvida, o delegado Tiago Macedo dos Santos, chegou a chorar ao falar do bilhete que arquitetava um suposto plano em que a família Name tramava sua morte e a de outros integrantes da força-tarefa da Omertà. 

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

À tarde, prestou depoimento como testemunha o delegado Sartori do Garras, que foi questionado com relação aos supostos bilhetes.

O promotor de Justiça questionou o delegado Sartori acerca dos bilhetes no presídio de Mossoró, onde estavam presos Jamil Name Pai (que faleceu) e Jamil Name Filho. Até que um presidiário, que teve o nome resguardado, apresentou um bilhete escrito em papel higiênico com o esquema de execução das vítimas detalhado.

“Esse bilhete foi apreendido pelo presídio Federal de Mossoró e, dentre os fatos, estavam ameaças que atuam na investigação: promotores e defensores públicos. Também foi mencionada a arma que teria executado Marcelo, a qual teria sido ocultada por Antunes”, disse Sartori.

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Ainda, conforme relatado pelo delegado Sartori, o teor do bilhete escrito em uma folha de papel higiênico indicava que Marcelo Rios deveria assumir toda a culpa do crime. E reforçou que, pelas circunstâncias em que foi apreendido, não havia dúvidas sobre a origem.

Ao ser questionado sobre onde estava o preso que acabou entregando o bilhete, Sartori respondeu que não acompanhou a situação e apenas recebeu o material de forma documental.

Outro ponto levantado pela defesa foi se o preso confirmou em juízo a autoria do bilhete. O delegado Sartori respondeu que não tomou conhecimento disso em juízo para informar.

A defesa prosseguiu pela linha de que o bilhete não havia passado por qualquer tipo de perícia. Questionado a respeito disso, Sartori relatou não ter conhecimento se o bilhete passou por qualquer inspeção.

Bilhete

  • A força-tarefa teve acesso à litografia do bilhete que pedia a morte de membros da força-tarefa e de um promotor.
  • Segundo o delegado, o bilhete não passou por perícia.
  • Um detento campograndense, preso em Mossoró (RN), foi pego com um bilhete contendo informações, incluindo nomes e fatos que ajudaram nas investigações.
  • Constava que Rios deveria assumir toda a "bronca" do caso.

2º Júri Popular

O júri que se inicia hoje está marcado para acontecer até a quinta-feira, podendo se estender, se necessário, por mais um dia. 

De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, devem ser ouvidas 16 testemunhas nestes quatro dias de julgamento.

Os reús vão responder por homicídio qualificado pelo recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo torpe, além de tentativa de homicídio contra o outro rapaz que foi baleado.

Jamil Name e José Moreira Freires também eram réus, mas morreram no decorrer do processo, enquanto o ex-guarda, Rafael Antunes Vieira, responde por porte ilegal de arma de fogo.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública será responsável pela transferência dos acusados durante o período de júri.

** Colaborou Judson Marinho

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).