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Acordo permite que policiais intimem autores de violência doméstica em MS

Medida busca acelerar o cumprimento de medidas protetivas em todo o Estado

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O Governo do Estado firmou, nesta segunda-feira (17), acordos de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça (TJMS) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande para para que policiais civis e militares também intimem autores de violência doméstica, com o intuito de acelerar o cumprimento de medidas protetivas no Estado.

O acordo tem objetivo de reduzir a dependência de oficiais de justiça e garantir mais agilidade na proteção das vítimas.

Com duração de cinco anos, o convênio com o TJ prevê intimações, determinações de afastamento do agressor do lar, além da execução de  mandados de prisão de forma imediata por parte dos policiais.

"É um processo, e por isso estamos tratando de ações de curto, médio e longo prazo. E para casos extremos, temos que tomar medidas extremas. Não podemos nos acomodar com os absurdos da sociedade. Considero extremamente importante esses acordos, pois é um passo para entender se as medidas terão maior efetividade e se vão gerar resposta", frisa Riedel.

O acordo também prevê o monitoramento de resultados, definição de metas, capacitação de policiais e destinação de recursos para a execução das medidas protetivas.

"Criamos uma rede de proteção e acolhimento com 49 salas Lilás, abrindo em cada delegacia ambiente próprio para isso. Estamos dizendo que a partir da comoção e alerta máximo que recebemos da sociedade, precisamos dar um basta nisso. Temos que dar respostas práticas e efetivas, conscientizar ao longo do tempo toda a população", disse o governador Eduardo Riedel.

O documento estabelece que o Tribunal de Justiça terá a responsabilidade de capacitar servidores e de enviar mandados para cumprimento pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, enquanto a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) é quem vai designar os policiais para executar as medidas protetivas.

"É um acordo importante porque vai evitar dúvidas de quem é a competência, que estão estabelecidas. O TJMS criou a 4° Vara de Violência Doméstica, designamos mais oficiais de Justiça. Com este convênio haverá mais a fazer e estamos preparados para assegurar que as mulheres não sejam vítimas de violência. Estamos na vanguarda do atendimento", disse o desembargador e presidente do TJMS, Dorival Pavan.

Ambas as forças policiais ficarão encarregadas da intimação e do cumprimento das protetivas, bem como da participação em capacitações para aprimoramento do atendimento às vítimas. Já para garantir a segurança de informações sensíveis, o acordo também cria normas que reforcem a proteção das vítimas e a confidencialidade dos processos.

Casa da Mulher Brasileira

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania (SEC), e o município de Campo Grande, por meio da Secretaria-Executiva da Mulher, criaram a Coordenadoria Integrada e Compartilhada para a Casa da Mulher Brasileira, com foco no fortalecimento da rede de atendimento e no aprimoramento das políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher.

O novo acordo tem como atribuições executar, acompanhar e monitorar atividades e estratégias desenvolvidas na Casa da Mulher Brasileira como parte do programa "Mulher Viver sem Violência", do Ministério das Mulheres.

"Queremos que a Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande seja transformada em referência nacional no atendimento e acolhimento à mulher vítima de violência. Não podemos abrir mão disso. Sempre foi considerada como tal, e temos que ver com muita humildade onde estamos errando e corrigir. As casas de Corumbá, Dourados e Ponta Porã também vão ser, mas para isso precisamos fazer juntos, e por isso estão sendo assinados essas cooperações", reforça Eduardo Riedel.

Grupo de Trabalho

"Várias ações já foram implementadas, mas ainda temos muito o que fazer. A Casa precisa de reforma, ampliação, mudança de fluxo e tecnologia. Precisamos transformar esta Casa com referência para que este modelo bem sucedido seja usado nas outras casas que devem ser instaladas em Mato Grosso do Sul em Corumbá, Dourados e Ponta Porã", disse o vice-governador José Carlos Barbosa.

Em 10 anos de criação da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, a primeira do Brasil, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) já registrou quase 80 mil boletins de ocorrência.

Violência doméstica

Números do Monitor de Violência contra a Mulher destacam 4.329 casos de violência doméstica neste ano em Mato Grosso do Sul, média diária de 58 ocorrências em 2025.

Conforme o painel de dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Polícia Judiciária Estadual, as projeções negativas indicam uma média mensal de 1.731 casos por mês neste ano, número superior à média de 2024, que registrou 1.702 casos mensais,  e 20,4 mil ao longo de todo o ano.

Apesar do ligeiro crescimento negativo, as mulheres pardas são as que mais sofreram com a violência doméstica em Mato Grosso do Sul no último ano. 

Ao longo de 2024, os casos de violência doméstica contra as mulheres deste perfil representaram 57% do total, sendo 11 mil dos 20,4 mil casos, números que neste ano saltaram para 58% e 2,5 mil dos 4,3 mil casos registrados até o dia 15 deste mês.

Caso Vanessa Ricarte 

Cabe destacar que as medidas de proteção à mulher se intensificaram a partir da morte da jornalista e amiga Vanessa Ricarte, 42 anos, assassinada a facadas pelo noivo Caio Nascimento em fevereiro deste ano. 

Com medida protetiva em mãos, Vanessa foi esfaqueada pelo noivo, Caio Nascimento, na noite da última quarta-feira (12), em uma casa localizada no bairro São Francisco, em Campo Grande.

Na noite que antecedeu o crime, Vanessa foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para denunciar o companheiro e solicitar medida protetiva contra ele, documentação concedida pela Justiça horas antes dela ser morta pelo homem.

Ao chegar em casa, a jornalista, que estava acompanhada de um amigo, se deparou com Caio. Eles discutiram e ele desferiu diversos golpes de faca contra o pescoço, peito e barriga da vítima. Os vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia.

Viaturas da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares se deslocaram até o endereço e encontraram a vítima caída no chão, ensanguentada e com perfurações pelo corpo.

Ela foi socorrida e encaminhada ao Hospital Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Caio foi preso e encaminhado à delegacia.

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Cidades

Barrado na Justiça, aumento salarial de conselheiros pode ser aprovado na Alems

Texto deve ser votado novamente para que reajuste siga à sanção do presidente da Casa de Leis

18/03/2025 15h00

Presidente da Alems, Gerson Claro

Presidente da Alems, Gerson Claro Foto: Arquivo / Correio do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) aprovou nesta terça-feira (18), em primeira discussão, o Projeto de Lei 29 de 2025, que define o aumento salarial de conselheiros, conselheiros substitutos e dos membros do Ministério Público de Contas (MPC) para R$ 41,84 mil, acréscimo de R$ 90,25% ao atual salário.

O aumento tem como referência o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que serve de teto salarial aos demais cargos do funcionalismo público do país, entretanto, foi barrado recentemente pelo juiz Ariovaldo Corrêa Nantes da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande. 

Isso porque anterior ao projeto encaminhado à Alems,  o aumento já havia sido concedido por resolução interna do TCE-MS, e passaria a valer desde fevereiro último, porém, a Constituição Federal exige que qualquer reajuste salarial ocorra por meio de uma lei específica, o que segue em curso.

O imbróglio que freou o aumento salarial foi encabeçado pelo advogado André Francisco Cantanhede de Menezes, que pediu a anulação do aumento, o que foi acatado pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa. Na decisão, o juíz proibiu o pagamento de auxílio-saúde, gratificações e auxílio-alimentação. 

Como a Lei Federal 14.520 de 2023 fixou em R$ 46,36 mil o valor a ser recebido pelos ministros do STF a partir de fevereiro de 2025, o vencimento dos conselheiros do TCE-MS e dos procuradores de Contas aconteceria a reboque, e foi formalizado na proposta.

O projeto determina que o subsídio mensal dos conselheiros substitutos “resultará da aplicação sucessiva do diferencial de 5% deste para o cargo mais elevado de conselheiro, que corresponde ao subsídio da categoria de nível imediatamente inferior”. O mesmo ocorre com os procuradores de contas substitutos em relação ao procurador de Contas.

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CAMPO GRANDE

Mães de natimorto agora terão direito a leito separado em Campo Grande

Lei entrou em vigor nesta terça-feira (18) e valerá tanto para hospitais particulares quanto para a rede pública de saúde

18/03/2025 14h30

Mães de natimorto agora terão direito a leito separado em Campo Grande

Mães de natimorto agora terão direito a leito separado em Campo Grande Freepik

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A Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) aprovou nesta terça-feira (18) a Lei que garante a mães de natimortos ou que tenham sido diagnosticadas com óbito fetal, o direito de permanecer no hospital em ambiente separado das outras mulheres. 

Agora, todas as unidades de saúde municipais e hospitais particulares, deverão oferecer um quarto em área separada das demais mães com direito a 1 (um) acompanhante, de escolha da parturiente, durante o período de internação.

Caso seja necessário, as mães poderão ser encaminhadas pela unidade de saúde respectiva para acompanhamento psicológico na própria unidade ou, em caso de não haver profissional habilitado no estabelecimento, à unidade mais próxima de sua residência.

Importante frisar, que além do âmbito municipal, no Estado também está em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) o Projeto de Lei 11 de 2025, de autoria do deputado Marcio Fernandes (MDB), que possui as mesmas determinações da Lei n.7387. 

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, de 2019 a 2023 ocorreram 2.325 óbitos fetais no estado.

“É responsabilidade do poder público desenvolver políticas de apoio para essas mulheres enlutadas, evitando danos psicológicos adicionais. Nesse contexto, este projeto de lei se torna essencial”, justificou o deputado autor.

A proposta segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).

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