Há pelo menos um ano, as obras de instalação do corredor de ônibus da Avenida Marechal Deodoro estão paralisadas. Além dessa via, a construção dos pontos de embarque na Avenida Calógeras, na Avenida Bandeirantes e na Rua Bahia também está parada.
De acordo com publicação do dia 16 de maio no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), assinou contrato com a empresa Predial Construções Ltda. para a construção de estações de embarque na Avenida Bandeirantes e na Rua Bahia, que estão com obras paradas, e também nas ruas Guia Lopes e Brilhante, que tiveram a instalação de alguns pontos de embarque no ano passado.
Entretanto, o Diogrande não informa quantas estações de ônibus serão instaladas em cada via nem o prazo de início das obras. De acordo com o texto, a vigência do contrato é de 90 dias, “acrescidos ao prazo de execução total previsto para a obra, que é de 210 dias”.
Segundo informações da assessoria, a prefeitura mantém tratativas com a Caixa Econômica Federal para a liberação dos recursos e o início das obras, no entanto, a respeito das novas estações nas ruas Guia Lopes e Brilhante, a nota informa apenas que as vias “tiveram suas obras concluídas em 2022”. O contrato de execução para as quatro vias é de R$ 1.077.807,91.
Já a respeito da retomada das atividades nas avenidas Calógeras e Marechal Deodoro, a prefeitura informou apenas que, “do mesmo modo, seguem as tratativas” para que essas obras sejam retomadas.
OBRAS
A intervenção na Avenida Marechal Deodoro começou em fevereiro de 2021, e o objetivo era a entrega de 1,1 quilômetro de drenagem, 5,5 km de recapeamento e instalação de estações de pré-embarque até o fim do mesmo ano.
Em abril de 2021, o então secretário da Sisep Rudi Fiorese disse que a entrega da obra era prioridade da prefeitura. Na época, o investimento estava estimado em R$ 12.585.239,82, e a empresa que venceu a licitação, na modalidade menor preço, foi a Engepar, por R$ 11.411.264,69.
O projeto faz parte do último trecho do Corredor Sudoeste, que também inclui as ruas Guia Lopes e Brilhante. A iniciativa dos corredores de ônibus tem por objetivo aumentar a velocidade média do transporte coletivo e, consequentemente, melhorar o serviço.
As faixas estão previstas no Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana (PDTMU), elaborado em 2015. O relatório previa três possíveis corredores: na região do Tiradentes/Noroeste/Maria Aparecida Pedrossian, na região da Rua da Divisão e na Avenida Presidente Costa e Silva até as Moreninhas.
Na Avenida Calógeras, a empreiteira responsável, a GTA Projetos e Construções, rescindiu o contrato com a prefeitura no fim do ano passado, em função de atrasos no pagamento e defasagem nos preços, principalmente de material e mão de obra.
O contrato foi assinado em setembro de 2021, com um valor aproximado de R$ 13,3 milhões. A obra estava prevista para ser concluída em um ano, mas a empresa responsável só conseguiu concluir a drenagem entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa e a Avenida Eduardo Elias Zahran.
A ciclovia, que também estava prevista, foi iniciada, mas não foi entregue, e o corredor de ônibus não foi iniciado.
A obra na Avenida Calógeras teve recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) Mobilidade Urbana. No geral, o pacote de obras que previa a instalação dos corredores de ônibus foi assinado em 2011, no valor de R$ 180 milhões, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
As obras começaram em 2016, mas apenas em 2022 os primeiros corredores foram entregues, que são os das ruas Brilhante, Guia Lopes e Rui Barbosa. No entanto, a iniciativa das estações de embarque não foi bem aceita por todos.
Comerciantes das ruas que receberam ou receberão as estações relatam que são contrários ao projeto, em razão de os pontos reduzirem o número de vagas de estacionamento para os clientes, além das obras e paralisações no decorrer da construção.
Em alguns locais, como na Rua Rui Barbosa, há empresários que cogitam mudar de local em função da perda de clientes e, consequentemente, de faturamento.
Na Rua Bahia, via que está incluída na nova licitação da prefeitura, os comerciantes relataram que foram à Justiça para tentar barrar a instalação das estações.
No entanto, o município não se manifestou a respeito da negativa dos lojistas.




