Cidades

ÁUDIO VAZADO

Após condenação de Jamilzinho, delegada que peitou cúpula da polícia é punida

Em 2021,Daniella Kades se recusou a divulgar nomes de investigados ao delegado-geral "por não confiar na polícia"

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A titular da Delegacia Especializada de Atendimento a Infância e Juventude (Deaij), Daniella Kades, que integrou força-tarefa da Operação Omertà, foi punida pela Polícia Civil por uma discussão que ocorreu em 2021, com o então delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo.

A sanção administrativa imposta a delegada é o afastamento do cargo pelo período de 30 dias, do dia 1º a 30 de agosto de 2023. A sanção foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (25). Durante o período, assume a delegacia o adjunto, Alberto Luiz Carneiro da Cunha Miranda.

Ao Correio do Estado, Daniella Kades confirmou que a discussão motivou a punição e disse que foi chamada por superiores no mês passado, quando foi avisada que seria suspensa. Mas em razão da proximidade do júri de Jamil Name Filho, Marcelo Rios e Vladenilson Daniel Olmedo pela morte do estudante Matheus Xavier e no qual seria testemunha, a suspensão foi adiada.

“Mês passado me chamaram, eu avisei do júri, que o meu delegado adjunto estava de férias e que poderia dar problema, aí acharam melhor esperar”, disse a delegada.

Ela disse ainda que tinha a opção de recorrer administrativamente da sanção, mas optou por não fazê-lo.

A sanção é em processo administrativo aberto após vazar um áudio gravado em reunião fechada entre os  titulares de todas as delegacias da Capital com o delegado-geral da Polícia Civil, em 2021, onde houve bate-boca entre Daniela e Adriano.

Discussão

Conforme áudio gravado na reunião, durante conversa sobre o andamento da Operação Omertà, a delegada se recusa a dizer o nome de alguns dos investigados. Quando questionada pelo delegado-geral sobre o motivo da recusa, ela afirma que é porque “não confia na polícia”.

Na época, durante o decurso da operação que culminou na derrocada da milícia comandada pelos Name, vários policiais, guardas municipais e integrantes de forças de segurança foram alvos por suspeita de corrupção e fazer parte da organização, motivando a desconfiança da delegada em compartilhar informações.

Ainda no áudio, o então delegado-geral responde afirmando que a delegada então não confia nela mesma, e inicia-se uma discussão, onde a delegada diz que confia nela e novamente se recusa a dar detalhes sobre grupos investigados por estar com a vida em risco.

O delegado-geral afirma que Daniella pensa pequeno, que há uma hierarquia e lamenta a falta de confiança da colega. Ao que Daniella responde que houve uma conversa entre ele e pessoas que representavam o Pantanal Cap, alvo de uma das fases da operação.

O delegado-geral foi alvo, posteriormente, de investigação por improbidade administrativa, por suposto envolvimento em esquema que protegia o jogo do bicho na Capital. Depois de um série de polêmicas, ele deixou o comando da Polícia Civil.

O áudio, gravado em reunião fechada, foi vazado. Não foi detalhado se a delegada foi punida pela discussão ou pela gravação, pois também não foi informado quem divulgou o áudio para a imprensa.

Importante ressaltar que, na semana passada, durante julgamento do assassinato do estudante Matheus Xavier, outros delegados afirmaram que existia desconfiança sobre envolvimento de mais policiais com a milícia dos Name e que algumas diligências não eram compartilhadas com todos os policiais.

Em depoimento, o delegado João Paulo Sartori disse que nem todos os policiais do Garras tinham conhecimento das provas obtidas no decurso das investigações.

Já Carlos Delano informou, em juízo, que foi afastado da titularidade da Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios quando investigava a morte do estudante, sem esclarecimentos do motivo do afastamento, sendo reintegrado a força-tarefa posteriormente.

Daniella Kades foi a primeira testemunha a depor no júri do caso do estudante Matheus Xavier e detalhou como ocorreram as investigações da qual fez parte. 

O julgamento durou três dias e terminou com a condenação de Jamil Name Filho a 23 anos e seis meses de prisão, Marcelo Rios a 23 anos e Vladenilson Olmedo a 18 anos.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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