Cidades

PANTANAL EM CHAMAS

Após duas semanas de trégua, Pantanal volta a pegar fogo

Retorno do calor, tempo seco, sol, baixa umidade e altas temperaturas trouxeram os incêndios de volta para o bioma

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Após quase duas semanas sem queimadas, o Pantanal Sul-mato-grossense voltou a pegar fogo.

Frente fria, que atingiu Mato Grosso do Sul entre os dias 7 e 14 de julho de 2024, reduziu os focos de calor e extinguiu incêndios e queimadas, momentaneamente, no bioma.

O trabalho intenso dos brigadistas/militares e a atuação do avião KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB), que “faz chover”, também colaboraram para apagar o fogo temporariamente.

De acordo com boletim divulgado pelo governo de Mato Grosso do Sul, a área queimada, entre os dias 7 e 14, no Pantanal, foi baixíssima. Veja:

  • 07/07 - 25 ha/dia
  • 08/07 - 50 ha/dia
  • 09/07 - 0 ha/dia
  • 10/07 - 25 ha/dia
  • 11/07 - 25 ha/dia
  • 12/07 - 50 ha/dia
  • 13/07 - 0 ha/dia
  • 14/07 - 75 ha/dia

Mas, com o retorno do calor, tempo seco, sol, baixa umidade e altas temperaturas trouxeram os incêndios de volta para o bioma.

Em visita ao Pantanal em 16 de julho, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva já havia avisado que o fogo poderia voltar, em razão de uma onda de calor e tempo seco previstos para os próximos dias.

Segundo boletim divulgado pelo governo de Mato Grosso do Sul, existe sete focos de incêndio ativos, nesta segunda-feira (22), nas seguintes regiões:

  • Rabicho, próximo ao Rio Paraguai
  • Porto da Manga, nas margens do Rio Paraguai e a Estrada Parque MS-228
  • Paiaguás
  • Maracangalha
  • Bonito
  • Coxim
  • Nhecolândia

Confira o que militares, brigadistas e voluntários fazem em combate aos incêndios:

FOCOS DE INCÊNDIO ATIVOS

O QUE MILITARES E BRIGADISTAS ESTÃO FAZENDO

Rabicho, próximo ao Rio Paraguai

Foram confeccionados aceiros em uma fazenda e combates em solo aos focos na área de adestramento da Marinha do Brasil

Porto da Manga, nas margens do Rio Paraguai e a Estrada Parque MS-228

Bombeiros fazem intervenção para acompanhamento e ações de combate

Paiaguás

Mantém-se o combate a focos de incêndios ativos. As áreas afetadas estão sob vigilância constante, além de patrulhas terrestres frequentes

Maracangalha

Equipe deslocou-se no sábado (20) para realizar uma ação de reconhecimento e possível combate nos pontos de calor detectados na região. Entretanto, devido à dificuldade de acesso por via terrestre, foi possível realizar apenas o mapeamento dos focos de calor com o auxílio do drone. A equipe traçou uma estratégia de acesso e fez o combate no domingo (21). Todo o território se manterá em monitoramento e nos próximos dias a equipe voltará ao foco de calor na área alagada para verificação de situação.

Bonito

Foram realizadas as ações de reconhecimento e monitoramento, sendo necessária a realização de aceiros com o apoio de funcionários e maquinários das propriedades locais

Coxim

Houve intervenção com o auxílio de sopradores e pinga-fogo. Às margens da BR 163, localizado nas imediações de Coxim-MS, no domingo (21), foi realizada uma ação de combate direto em uma área à beira da estrada. A equipe utilizou das ferramentas disponíveis para esse combate e com o sucesso confinou a aproximadamente 1 hectare de área queimada

Nhecolândia

Focos que encontram-se controlados, mantêm-se como pontos de atenção, pontos estes que estão em constante observação por meio da Sala de Situação via satélite.

FOGO EM NÚMEROS

Incêndios transformam cenários verdes e cheios de vinda em desertos cinzentos e cemitérios.

Dados do Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), do departamento de meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontam que quase 593 mil hectares foram consumidos pelo fogo, entre 1º de janeiro e 16 de julho de 2024, o que corresponde a 6% da área total do bioma.

O aumento é de a 147% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 239,4 mil hectares - considerada até então, a pior temporada de incêndios.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 3.099 focos de calor foram detectados via satélite de janeiro até 16 de julho. O aumento é de 38,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram 2.235 registros.

TURISMO

Turismo segue operando normalmente no Pantanal sul-mato-grossense, apesar das queimadas na região.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), Bruno Wendling, descartou a queda no turismo pantaneiro em decorrência dos incêndios no Pantanal.

Segundo Wendling, passeios, hotéis ou passagens não foram afetados ou cancelados devido ao fogo na região.

“Não há hotéis e nem passeios afetados por conta do fogo na região, até porque a área do Pantanal é muito extensa. A região de Corumbá, que tem a pesca esportiva como principal atividade, os barcos hotéis estão operando num trecho de 200 km de rio que não há nem fogo, nem focos de incêndio, nem fumaça, até porque já diminuiu bastante também nas últimas semanas. Ou seja, o turismo no Pantanal está operando na normalidade, seguro e com ótima vantagem de ocupação”, ressaltou o diretor-presidente.

Conforme noticiado pelo Correio do Estadofrente fria, que atinge o Estado em julho, contribui para a redução dos focos de calor e incêndios no Pantanal, o que favorece o turismo. 

BALANÇO

Chuvas intensas atingem MS e aliviam o calor durante o feriado

Campo Grande liderou o ranking de precipitação acumulada, com 47 mm em um único dia; previsão tem alerta de tempestade, com chuva em todo o Estado

21/11/2024 11h10

Chuva, trovoadas e ventos fortes devem atingir MS nos próximos dias

Chuva, trovoadas e ventos fortes devem atingir MS nos próximos dias Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O feriado prolongado foi marcado por chuvas intensas em diversas regiões de Mato Grosso do Sul e aliviou o clima para os moradores do Estado. A capital, Campo Grande, liderou o ranking de precipitação, com mais de 47 mm de chuva em um único dia, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)

De acordo com o balanço de chuvas do instituto, somente na região do centro da capital, foram 31 mm de chuva. Em outras cidades próximas, como Rochedo e Aquidauana, a mesma história se repetiu: em Rochedo, foram 10mm de chuva e em Aquidauana 25.8 mm. 

Ainda segundo o INMET, a chuva também se estendeu para a região norte de MS. Em Costa Rica, por exemplo, foram 18.2 mm. Já em Corumbá, no Pantanal, foram 8.8mm.  A região sul, no entanto, registrou um baixo volume de chuva, com regiões como Dourados e Amambai com o dia em claro, sem chuva. 

Balanço de Chuva das últimas 24h:

  • Campo Grande: 47,2 mm
  • Rochedo: 25.8 mm
  • Costa Rica: 18,2 mm
  • Água Clara: 3 mm 
  • Miranda: 2 mm 
  • Itaquiraí: 13.6 mm
  • Sete Quedas: 1.8 mm
  • Corumbá: 8.8 mm 
  • Sonora: 25 mm
  • São Gabriel do Oeste: 22 mm 

Previsão do tempo:

A previsão indica que as chuvas devem continuar nos próximos dias, com possibilidade de novos temporais. A combinação de alta umidade, aquecimento diurno e áreas de baixa pressão atmosférica favorece a formação de nuvens carregadas e a ocorrência de chuvas intensas ao longo da semana. Nestes dias, podem ocorrer acumulados de chuva significativos, com valores acima de 30 mm/24h.
 

Confira aqui a previsão do tempo para cada região de MS. 
 

*Colaborou Mariana Piell

INTERIOR

Por inveja de terras, homem incendeia casa com duas crianças dentro em aldeia

Polícia Civil prende homem que tentou tirar a vida dos pequenos e depois agrediu esposa e filha

21/11/2024 09h33

Acusado foi localizado e preso em flagrante; deve responder por violência doméstica e tentativa de homicídio qualificado

Acusado foi localizado e preso em flagrante; deve responder por violência doméstica e tentativa de homicídio qualificado Reprodução/PCMS

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Distante cerca de 380 km da Capital de Mato Grosso do Sul, um homem foi preso após botar fogo em uma residência onde haviam duas crianças, de seis e 10 anos, em uma onda de violência supostamente causada pela inveja na regularização de terras. 

Segundo a Polícia Civil em nota, os crimes foram registrados na véspera do feriado da Consciência Negra, na aldeia Guassuty, que fica localizada no município de Aral Moreira. 

Após as autoridades policiais serem informadas pela liderança indígena local, a Polícia Civil e equipe policial da delegacia de Aral Moreira foram até o local. 

Durante escuta, testemunhas relataram toda a dinâmica de terror observada na aldeia, que teve início ainda por volta de 06h, sendo que as apurações quanto à suposta motivação apontam justamente para a disputa de terras na aldeia. 

Entenda

Insatisfeito após uma mãe dessa mesma aldeia conseguir a regularização de um terreno, esse homem teria se contaminado de inveja e passado a proferir ameaças constantes à família. 

Com a intenção de tirar a vida das crianças, o homem botou fogo na casa com os dois pequenos dentro, sendo que o mais velho, de 10 anos, conseguiu sair na hora e buscar a ajuda de um vizinho. 

Esse, por sua vez, foi quem conseguiu adentrar no imóvel em chamas e retirar a criança de seis anos de lá, sendo que o mais velho relata que antes do acusado incendiar a casa ouviu o homem dizer: "eu vou matar vocês". 

Ainda, depois de incendiar a casa, esse homem teria voltado para sua residência onde agrediu não somente sua companheira como também a própria filha, sendo que ambas foram socorridas com ferimentos e internadas para atendimento médico, indica a PC em nota. 

Depois disso, o acusado foi localizado e preso em flagrante, encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, onde aguardará à disposição da Justiça, sendo que deve responder por: 

  •  Violência doméstica e
  •  Tentativa de homicídio qualificado

Local de tensão

Esse mesmo território Guassuty marca outro crime, registrado em meados de setembro de 2023, que envolve a carbonização, morte de indígenas, onde o casal Nhandesy Sebastiana e Nhanderu Rufino foi encontrado morto na aldeia. 

Uma das suspeitas incialmente levantada à época, por entidades indigenistas, indicavam que o crime era fruto de "uma série de discursos de ódio, intolerância racismo religioso recorrente nos territórios Kaiowá e Guarani". 

Sebastiana era líder espiritual, rezadora, no caso, com ela e o marido sendo conhecidos entre os indígenas da região. Naquele dia a casa onde o casal morava foi totalmente destruída pelo fogo. 

Não distante da morte do casal, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de Mato Grosso do Sul, o CDHU-MS, lançou relatório de alerta contra a violência que afeta mulheres indígenas no Estado. 

"Foram, pelo menos, 17 casas de rezas indígenas incendiadas nos últimos cinco anos, sem que se tenha notícia de que os autores fossem identificados e/ou responsabilizados.

Nesses últimos anos cresceu vertiginosamente o número de parteiras, rezadores (as) perseguidas e demonizadas, assim como as pessoas que seguem religiões tradicionais indígenas sendo atacadas e xingadas por seus vizinhos e vizinhas que não professam a fé tradicional", diz trecho do relatório. 

Porém,o  delegado da Polícia Civil, Maurício Vargas, destacou ao Correio do Estado à época que, nesse caso específico, a motivação do homem teria sido passional. 

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