Cidades

APÓS DOIS ANOS...

Adriane destina R$ 10,5 mi à obra que Beto e Rose prometiam "marretar"

Meses depois de empresa responsável pedir término do contrato, Prefeitura lança novo edital para continuidade do apelidado Corredor Sudoeste na região do Aero Rancho

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande, junto a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP), publicou um novo aviso de licitação para continuidade da obra do Corredor Sudoeste, na Avenida Marechal Deodoro, região do Aero Rancho.

O novo edital foi publicado nesta quarta-feira (06), no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), e prevê gastos de R$ R$ 10.476.472,48. Em maio deste ano, a antiga empresa responsável (Engepar Engenharia e Participações Ltda) deixou o projeto alegando "desequilíbrio econômico-financeiro do contrato".

Porém, mesmo que o acordo tenha sido encerrado de forma oficial este ano, a obra está paralisada há anos e incomoda moradores e vendedores da região. Um comerciante, que não quis se identificar, afirmou que suas vendas caíram 60% após a demarcação dos pontos do que seria o novo corredor, por falta de retorno para a pista do outro lado.

Ainda, o comerciante disse que já viu vários acidentes no local, também devido às demarcações feitas há anos para conclusão da obra. Mesmo contra a obra quando foi anunciada há quatro anos, o vendedor afirma que agora quer que ela continue, já que a "saída" dos ônibus coletivos da via normal melhoraria o fluxo de veículos.

Na época do primeiro contrato (setembro de 2020), ele foi assinado com a Engepar sob valor de R$ R$ 11.411.264,69, um deságio de, aproximadamente, R$ 1,1 milhão ao que previa o antigo edital (R$ 12.585.239,82). 

A nova licitação tem previsão de abertura para propostas no final deste mês, dia 25 de novembro, e o prazo para término da obra é de um ano após a primeira ordem de começo dos serviços.

O projeto dos corredores de ônibus foi idealizado em 2012, ainda na gestão Nelsinho Trad (PMDB), e começou a ser implantado em 2015. Atualmente, apenas dois corredores (ambas entregues em 2022) estão sob funcionamento dos sete idealizados há 12 anos: nas ruas Rui Barbosa e Brilhante.

As outras cinco deveriam estar implantadas na Rua Bahia, Avenida Bandeirantes, Avenida Costa e Silva, Avenida Gury Marques e, obviamente, na Avenida Marechal Deodoro. Ao todo, 69 km estavam prometidas como corredor de ônibus, mas apenas 13% foi feito até o momento. 

Pauta nas eleições 2024

Nos debates da eleição municipal de 2024, o candidato Beto Pereira (PSDB) constantemente afirmava que um das suas promessas de campanha era retirar os corredores de ônibus já instalados e acabar com aquelas com obra em andamento. Inclusive, em uma de suas propagandas eleitorais na televisão, o candidato tucano aparece com uma marreta no corredor sudoeste, sinalizando que vai acabar com os corredores da cidade.

Outro candidato de oposição à atual prefeita, Rose Modesto (União) disse que iria rever o projeto dos corredores, principalmente na Rui Barbosa, junto ao Ministério Público Estadual (MPE), já que, segundo ela, o serviço "matou" o comércio da região, além de ter sido executado de forma diferente do que o apresentado quando idealizado. A candidata prometeu que, caso eleita, iria construir mais quatro terminais pela Capital para melhorar a mobilidade urbana.

Porém, ambos os projetos não foram "aprovados" pela população. Isso pelo menos é o que reflete o resultado das eleições deste ano, já que a atual prefeita Adriane Lopes (PP) venceu em ambos os turnos e ficará como chefe do executivo por mais quatro anos.

OBRAS

A intervenção na Avenida Marechal Deodoro começou em fevereiro de 2021, e o objetivo era a entrega de 1,1 quilômetro de drenagem, 5,5 km de recapeamento e instalação de estações de pré-embarque até o fim do mesmo ano.

Em abril de 2021, o então secretário da Sisep, Rudi Fiorese, disse que a entrega da obra era prioridade da prefeitura. O projeto faz parte do último trecho do Corredor Sudoeste, que também inclui as ruas Guia Lopes e Brilhante. A iniciativa dos corredores de ônibus tem por objetivo aumentar a velocidade média do transporte coletivo e, consequentemente, melhorar o serviço.

As faixas estão previstas no Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana (PDTMU), elaborado em 2015. O relatório previa três possíveis corredores: na região do Tiradentes/Noroeste/Maria Aparecida Pedrossian, na região da Rua da Divisão e na Avenida Presidente Costa e Silva até as Moreninhas.

*Colaborou Ketlen Gomes

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Luto

Professor assassinado lançaria documentário sobre MS na próxima semana

"Onde você estava?" mostra a percepção da população, seus anseios e desejos, na época em que o estado foi dividido

13/12/2024 13h00

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB.

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB. Reprodução

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O ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, historiador e professor universitário, Roberto Figueiredo, de 68 anos, assassinado na madrugada desta sexta-feira (13), lançaria na semana que vem um documentário sobre a divisão de Mato Grosso do Sul sob a perspectiva do povo, além da visão de políticos.

Roberto Figueiredo coordenava grupos de teatro, dança e música da UCDB.

A pré-estreia de "Onde você estava?" aconteceria no dia 18 de dezembro, às 15h, no Museu da Imagem e do Som (MIS/MS).

Na última quinta-feira (12), a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde o professor atuava há 39 anos, publicou uma entrevista com Roberto sobre o documentário.

No material, é relatado que, desde jovem, o historiador tinha interesse em saber como era a vida e quais eram os anseios dos moradores do interior do estado, que até então era Mato Grosso, sobre a divisão e criação de Mato Grosso do Sul.

"Afinal, havia mesmo o desejo de desligar-se de Cuiabá? Foi um momento de festa ou de decepção? Eu, por exemplo, morava em Três Lagoas e fazia faculdade quando o MS foi criado, e isso para mim estava muito distante", contou em entrevista à universidade.

Segundo ele, no interior, a população foi surpreendida com a criação do "novo" estado.

"Lá em Três Lagoas, não sabíamos de nada disso, do movimento separatista ou da lei assinada em 1977. Então, chega em 1979 e a instalação do Estado nos surpreende muito mais. Isso sempre ficou na minha cabeça: de onde saíra a ideia que se concretizava naquele momento?”, explicou o diretor.

Figueiredo resgatou a ideia há dois anos e iniciou as gravações do documentário em março de 2024, feitas pelo Laboratório de Comunicação (Labcom) da Universidade Católica Dom Bosco. Por meio de depoimentos de cidadãos (hoje) sul-mato-grossenses, o diretor buscou saber o sentimento da população e suas impressões sobre o momento histórico.

“Não quis falar com políticos. O meu foco foi ouvir artistas, jornalistas, comerciantes, historiadores... no total foram dez entrevistas que acabaram rendendo um documentário histórico, que pode contribuir muito para o entendimento de quem somos e qual a nossa identidade. O documentário tem o olhar particular de cada um deles, mas reflete o sentimento do cidadão comum, que não acompanhou as articulações políticas, mas hoje vivencia o resultado das decisões que outras pessoas tomaram”, refletiu.

Buscando o alcance maior de pessoas, o diretor buscou apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (Setesc), para que, em 2025, o material seja disponibilizado para a população.

Cultura de MS em luto

Roberto, carinhosamente conhecido como "Beto" ou "Betinho", foi responsável pela formação de milhares de acadêmicos em Campo Grande, como bem destacou a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde Figueiredo atuava há 39 anos, em sua nota de pesar.

Beto coordenava o grupo de teatro "Senta que o Leão é Manso", de dança "Ararazul", e de música da UCDB, com o "Corda", "Aves Pantaneiras" e "Coral UCDB".

Ministrou aulas em diversos cursos, como História, Design, Arquitetura e Gastronomia. Também foi coordenador dos grupos de teatro, dança e música da universidade, além de membro do Conselho Universitário da UCDB (Consu).

Fora do meio universitário, atuou como presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, e teve passagem como superintendente de Cultura da Capital. Pelo Estado, foi gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Ainda sob investigação

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Roberto Figueiredo foi assassinado a facadas e pauladas dentro de sua própria casa, localizada no bairro Altos do São Francisco, em Campo Grande.

A vítima foi encontrada sem vestimentas,no chão, ensaguentada e com ferimentos na cabeça e pescoço na sala de casa. Seu celular e veículo, um Jeep Renegade, foram levados, o que faz com que a polícia tipifique o caso como um crime de latrocínio, roubo seguido de morte.

No fim da manhã, o veículo foi localizado pela polícia nas proximidades do bairro Vila Nasser. No entanto, ainda não há maiores informações acerca do paradeiro do autor.

Não há sinais de arrombamento no imóvel. A suspeita é de que ele estaria com alguém que o roubou e o matou. A polícia segue investigando o caso.

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Estelionato

Choque recupera Jeep de professor assassinado

Veículo foi encontrado na região do bairro Aero Rancho

13/12/2024 12h45

Roberto Figueiredo foi morto a facada na casa onde morava.

Roberto Figueiredo foi morto a facada na casa onde morava. Paulo Ribas/Correio do Estado

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Equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar recuperaram no fim da manhã desta sexta-feira (13) o Jeep Renegade, de cor preta, que havia sido roubado de Roberto Figueiredo, de 63 anos, ex-superintendente de Cultura de Campo Grande, historiador e professor universitário morto a facadas dentro da própria casa, em Campo Grande.

O veículo, bem como o celular da vítima e uma televisão, havia sido subtraído da residência de Roberto logo após sua morte. O autor segue foragido, e o caso é investigado como latrocínio.

O que se sabe, até o momento, é que Roberto foi encontrado na sala da casa onde morava, pela irmã. Segundo ela, eles fariam uma viagem para São Paulo nesta sexta-feira (13). O corpo estava caído no chão, ensanguentado e sem vestimentas. Informações iniciais apontam que as lesões seriam resultado de facadas e pauladas. Não há sinais de arrombamento no imóvel, e o suspeito segue foragido. A dinâmica do crime, no entanto, ainda não foi informada pela polícia.

Perda para a cultura
sul-mato-grossense

Roberto, carinhosamente conhecido como "Beto" ou "Betinho", era docente da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), instituição onde atuava há 39 anos.

Ministrou aulas em diversos cursos, como História, Design, Arquitetura e Gastronomia. Também foi coordenador dos grupos de teatro, dança e música da universidade, além de membro do Conselho Universitário da UCDB (Consu).

Beto já atuou também como presidente da Fundação de Cultura de Campo Grande, e teve passagem como superintendente de Cultura da Capital. Pelo Estado, foi gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Em nota, a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul lamentou a morte de Beto: "Sua dedicação à educação, às artes e à valorização do patrimônio histórico inspirou gerações e será lembrada com profunda gratidão por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e aprender com ele".

Confira a nota na íntegra:

"É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do professor Roberto Figueiredo, um nome de destaque na educação, cultura e preservação do patrimônio histórico de Mato Grosso do Sul.

Graduado em História, Roberto foi docente dedicado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) desde 1982 e do Colégio Salesiano Dom Bosco de Campo Grande. Na UCDB, além de exercer seu papel como educador, coordenava a Área de Cultura e Arte da Pró-Reitoria de Pastoral e Assuntos Comunitários e dirigia com maestria o grupo teatral Senta que o Leão é Manso, marcando profundamente o cenário artístico local. Entre seus feitos notáveis, dirigiu a adaptação de Marcelo Picolli para o clássico de William Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão, reafirmando sua paixão pelo teatro e seu compromisso com a arte.

Roberto também foi membro atuante do Conselho de Patrimônio do Município e, como gerente de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), foi responsável por importantes processos de preservação de diversos patrimônios históricos, deixando um legado de respeito às memórias culturais do estado.

Sua dedicação à educação, às artes e à valorização do patrimônio histórico inspirou gerações e será lembrada com profunda gratidão por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e aprender com ele.

Neste momento de dor, a Universidade Católica Dom Bosco e a comunidade cultural de Mato Grosso do Sul se solidarizam com os familiares, amigos e alunos do professor Roberto, que deixa saudades e uma trajetória exemplar a ser celebrada."

A Universidade Católica Dom Bosco também lamentou a morte de Beto: "Foram 39 anos de UCDB dedicados à docência, defesa e construção da cultura e arte em nosso campus e muito além daqui. Sob sua coordenação, milhares de acadêmicos se formaram no teatro, com o grupo Senta que o Leão é Manso, na dança, com o Ararazul, e na música, com os grupos de Corda, Aves Pantaneiras e Coral UCDB".

Confira a nota na íntegra:

"A UCDB lamenta profundamente o falecimento do professor Roberto Figueiredo. Mais que um docente, Beto, foi e sempre será um verdadeiro ícone da Cultura e Arte da UCDB e do mundo.

Foram 39 anos de UCDB dedicados à docência, defesa e construção da cultura e arte em nosso campus e muito além daqui. Sob sua coordenação, milhares de acadêmicos se formaram no teatro, com o grupo Senta que o Leão é Manso, na dança, com o Ararazul, e na música, com os grupos de Corda, Aves Pantaneiras e Coral UCDB.

Roberto Figueiredo era um dos representantes docentes do Conselho Universitário (Consu) da UCDB.

Em sua trajetória, foi presidente da Fundação de Cultura da Capital e ocupou a superintendência de Cultura em Campo Grande.
A UCDB se solidariza à mãe e aos irmãos, aos milhares de acadêmicos que foram seus alunos, aos colegas colaboradores docentes e administrativos e reforça que o legado deixado pelo nosso Beto será sempre lembrado".

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