Cidades

FEMINICÍDIO

Após mulher ser morta por ex, 2024 já tem mais crimes que 2023

Morte na região do Coophatrabalho se tornou a nona de Campo Grande neste ano; número é maior do que o registrado em todos os 12 meses do ano passado

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Crime cometido por ciúmes que resultou na morte de casal no Jardim Itapuã, região próxima ao Bairro Coophatrabalho, fez com que o número de casos de feminicídios neste ano ultrapassasse o registrado no ano passado em Campo Grande.

Neste ano, ocorreram nove casos de feminicídio na Capital. De janeiro a dezembro do ano passado, conforme os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), oito ocorrências foram registradas no município. No mesmo período de 2022, o número de ocorrências foi maior: 12 feminicídios.

Em relação a Mato Grosso do Sul, este caso foi o 29º ocorrido neste ano no Estado, sendo o terceiro só neste mês. O valor já é superior aos 26 casos registrados até novembro do ano passado e muito perto dos 30 de todo o ano.

O recente caso de feminicídio em Campo Grande ocorreu na noite de domingo. Flavio Saad invadiu uma residência, na Rua Ibirapuã, e matou a tiros a ex-mulher Ana Claudia Rodrigues Marques, de 44 anos, e o atual namorado dela, Carlos Augusto Pereira de Souza, de 49 anos.

No local se encontrava um adolescente de 14 anos, enteado da mulher e filho de Carlos Augusto. Ele se escondeu na residência e não foi ferido pelos disparos.

A reportagem do Correio do Estado ouviu vizinhos do casal, que relataram não conhecer pessoalmente as vítimas que moravam no bairro, já que ambos eram reservados.

Porém, segundo relato de um morador, na tarde de domingo, ele viu o possível suspeito do assassinato sentado no meio-fio da rua. Ele estava xingando em voz alta uma pessoa por ligação, em frente à residência invadida.

A suspeita é que o executor não aceitou o fim da relação e também estava perturbado pelo fato de sua ex ter começado um relacionamento com Carlos Augusto, que seria um amigo próximo do executor.

Os vizinhos também relataram que quatro viaturas do Choque e uma da polícia científica estiveram presentes no local do crime atendendo a ocorrência.

A filha de Carlos Augusto, de 16 anos, foi consolada por uma das vizinhas durante o andamento do trabalho da polícia. A adolescente, que estava abalada com a situação, contou que namora o filho do autor do crime e que o casal assassinado estava vivendo bem juntos, mas o ex-esposo não aceitava a união dos dois.

A polícia teve acesso a câmeras de segurança da rua, que flagraram o assassino invadindo a residência. Por meio das imagens obtidas, o suspeito foi identificado pelo adolescente de 14 anos, que se escondeu do ataque, e pelo próprio filho, que informou aos policiais onde morava o seu pai.

O autor do crime fugiu do local e estava foragido até o fim da tarde de ontem. O caso foi registrado pela Polícia Militar (PM) como feminicídio e homicídio qualificado. 

SEM MEDIDA PROTETIVA

A reportagem esteve presente na base do Programa Mulher Segura MS (Promuse), que fica localizada no Bairro Coophatrabalho, para saber se a mulher havia em algum momento denunciado o ex-marido.

De acordo com os agentes do Promuse, a vítima não tinha registrado nenhum boletim de ocorrência denunciado o seu ex e também não havia solicitado medida protetiva.

O CASO

Conforme o boletim de ocorrência, o enteado da mulher acionou a PM, via 190, após escutar gritos de socorro de sua madrasta e disparos de arma de fogo dentro de casa.

Segundo a corporação policial, foram realizados pelo menos 10 disparos. O autor, enquanto atirava, falava “é isso que talarico merece”, o que mostra a relação de proximidade entre os homens, uma vez que seus filhos são namorados.

De acordo com a PM, o corpo da mulher foi deixado no chão da sala e o do homem, no banheiro. Após o crime, antes mesmo da chegada dos policiais, o autor fugiu.

No endereço onde o autor residia, foram apreendidos um revólver Taurus calibre 22 nº 132504, um revólver Smith & Wesson calibre 357, cápsulas de revólver calibre 38, 12 munições de calibre 32 e 84 munições de calibre 357.

Segundo relatos de vizinhos, quando a polícia informou que encontrou o armamento na casa do autor do crime, o filho dele disse que não tinha conhecimento que o seu pai tinha o porte das armas.

Saiba

Dos nome feminicídios registrados na Capital neste ano, seis ocorreram na região Imbirussu, onde o caso de agora ocorreu. A região abrange os bairros Coophatrabalho, Sírio Libanês, Santo Amaro, Jardim Panamá, Nova Campo Grande e Núcleo Industrial, etc.

(Colaborou Naiara Camargo)

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Segurança

Corumbá solicita medidas urgentes para segurança no trânsito fronteiriço

Em reunião com a Secretaria Nacional de Trânsito, em Brasília, o município apresentou propostas para melhorar a segurança no trânsito da cidade.

06/12/2024 15h30

Imagens/ Diário Corumbaense

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A Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat) de Corumbá, localizada a 427 quilômetros de Campo Grande, apresentou um ofício ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, solicitando mais segurança no trânsito. A medida foi tomada após o aumento considerável no fluxo de veículos na região que atravessa a fronteira entre Brasil e Bolívia nos últimos dias.

O encontro, realizado em Brasília (DF), teve como objetivo identificar soluções para aprimorar a infraestrutura e a legislação de trânsito em regiões de intensa movimentação internacional, como é o caso da fronteira entre Brasil e Bolívia.

De acordo com o relatório do órgão, cerca de 8 mil veículos atravessam a fronteira diariamente. O fluxo intenso de veículos e carga na linha internacional tem contribuído para a redução da segurança na região.

Em entrevista ao jornal Diário Corumbaense, o especialista em trânsito e servidor da Agetrat (Agência Municipal de Trânsito e Transporte), Jeferson Braga, confirmou que entregou um documento ao secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, propondo medidas para melhorar a segurança na cidade.

"Corumbá tem características únicas, com um fluxo elevado de veículos e um grande movimento devido a sua proximidade com a Bolívia. A segurança no trânsito precisa de uma abordagem mais específica, que leve em consideração essas peculiaridades locais", afirmou Braga.

Ainda segundo Braga, o objetivo do relatório é iniciar uma discussão e propor modificações para melhorar a infraestrutura do trânsito em Corumbá.

Entre as sugestões entregues ao secretário estão a revisão da legislação de trânsito, a adequação das normas para o transporte de cargas pesadas e a implementação de campanhas educativas voltadas para os motoristas da região.

Para o secretário Nacional de Trânsito, as ações apresentadas são necessárias, devem ser analisadas e, em breve, colocadas em prática.

 "Entendemos que as cidades de fronteira enfrentam realidades únicas, e por isso é fundamental que as políticas de trânsito sejam adaptadas a essas especificidades", afirmou Adrualdo Catão.

De acordo com Adrualdo, os pedidos serão analisados pela União para estudos de viabilidade de implementação.

 

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Mato Grosso do Sul

Campo Grande: Acesso ao saneamento melhora a saúde de recém-nascidos, diz estudo da FGV

O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019

06/12/2024 14h55

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital

Estudo indicou melhora no saneamento básico da Capital Divulgação

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A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou resultados parciais de um estudo que avalia os efeitos do saneamento básico na saúde neonatal em Campo Grande. O levantamento foi realizado com base nos dados fornecidos pela Águas Guariroba, referentes ao programa Sanear Morena, que ampliou a rede de esgoto na cidade entre 2005 e 2019.

O estudo, intitulado Saneamento e Saúde Neonatal: Evidências do Brasil, foi conduzido pelos pesquisadores Pedro Oliveira, Daniel da Mata e Fernanda Batolla, da Escola de Economia de São Paulo da FGV. 

A pesquisa mostrou que o acesso ao saneamento básico está diretamente relacionado ao aumento do peso dos recém-nascidos e à redução de nascimentos com peso abaixo de dois quilos, diminuindo o tempo de internação em UTIs neonatais.

Entre os destaques, a pesquisa identificou que, a cada mês de acesso ao saneamento durante a gestação, o peso do bebê aumenta em média 20 gramas. Esse impacto é mais significativo quando o saneamento é acessado nos dois primeiros trimestres de gravidez. 

“O que acontece ainda na barriga da mãe terá efeitos permanentes na vida da criança”, explicou Fernanda Batolla, uma das autoras do estudo, durante uma live de divulgação.

Cobertura

Durante o período analisado, a cobertura de esgoto em Campo Grande avançou de 22%, em 2005, para 83%, em 2019. Atualmente, o índice chega a 93%, superando as metas estipuladas pelo Marco Legal do Saneamento Básico, que exige 90% de cobertura até 2033. A Águas Guariroba, responsável pela rede, destacou que 95% das famílias têm aderido ao serviço quando ele é disponibilizado.

Francis Faustino, diretora-executiva da concessionária, enfatizou a importância dos resultados.  

“O estudo reforça nosso compromisso com a população e mostra os frutos do trabalho realizado ao longo dos anos. Continuamos investindo na ampliação da Tarifa Social, que hoje beneficia mais de 65 mil pessoas, garantindo que cada vez mais famílias tenham acesso ao saneamento”, afirmou a diretora.

A pesquisa também destacou disparidades no acesso ao saneamento, com maiores benefícios observados entre mães com melhor escolaridade e renda.

Para mitigar essa desigualdade, a Águas Guariroba vem intensificando ações de conscientização e investindo em infraestrutura, como os 500 quilômetros de rede implantados nos últimos dois anos, dentro do programa Campo Grande Saneada.

O estudo da FGV será publicado integralmente em breve e integrará a tese de doutorado de Pedro Oliveira, um dos autores, com financiamento da Fapesp.

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