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Após pandemia, procissão de quase 130 anos volta no Rio Paraguai

Tradição ladarense, romaria reuniu cerca de mil pessoas por santa considerada padroeira do Pantanal

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“É por amor. Quando a gente ama, nada é peso, nada é fardo. São os corações de 23 mil ladarenses que pulsam ali”. Roberto Vinícius Viana de Oliveira retrata nessa explicação um pouco da tradição que remonta há quase 130 anos envolvendo Nossa Senhora dos Remédios, a Marinha do Brasil e uma procissão fluvial que acontece no Rio Paraguai, em meio ao Pantanal. 
 
Neste ano, o evento voltou a acontecer em outubro, após dois anos de interrupção.
A fala de Roberto, que é músico e trabalha como maestro em Corumbá e Ladário, é também representativa em toda essa tradição porque ele tem dedicado boa parte de seus 36 anos a resguardar essa fé de milhares de pessoas. 
 
Atualmente, ele é o guardião da imagem da santa, que está no Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. 
A imagem chegou a Ladário, que tem 244 anos de fundação e é o município mais antigo de Mato Grosso do Sul, há 132 anos. Ela é feita de madeira e tem decorações em ouro.
 
Por conta da pandemia e de uma tragédia náutica, nos dois últimos anos as homenagens, incluindo a romaria, foram prejudicadas. Em 2020, a Covid-19 cancelou o evento. 
 
No ano passado, em 15 de outubro, forte temporal virou o barco-hotel Carcará e sete pessoas morreram, cancelando a romaria, que em dezembro foi feita de forma reduzida. 
 
Neste ano, 28 embarcações participaram da romaria, reunindo mil pessoas. Até grupo de praticantes de stand up paddle percorreu os cerca de 6 km, entre o Porto Geral de Corumbá e o Comando do 6º Distrito Naval, em Ladário. Helicóptero também acompanhou o ato de devoção.
 
Fiéis relataram que esta foi uma das maiores procissões fluviais da última década para homenagear Nossa Senhora dos Remédios.
 
A romaria abre o período de festividade no centro de Ladário, onde há a quermesse, e no dia 24 de outubro, quando se celebra a data oficial, a festa reunirá milhares de pessoas no município de 23 mil habitantes. 
 
O padre Fábio Vieira, da Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, reconhece que os traumas da pandemia geraram diversos problemas. A realização da romaria representou na região uma retomada. 
 
“A procissão fluvial é uma das formas de se externar esse carinho e devoção. A fé das pessoas é algo muito bonito. E as pessoas seguem fragilizadas e sensíveis. Esse retorno está sendo muito significativo”, declarou o padre.
 
O envolvimento da Marinha com a devoção ocorre porque a imagem de Nossa Senhora dos Remédios chegou a Ladário em 7 de janeiro de 1893. Ela tem origem espanhola e foi conduzida para Recife (PE).
 
Depois, o capitão-tenente Raymundo José de Souza Lobo trouxe a imagem para o Pantanal. Como houve a construção do santuário, o capitão-tenente doou a imagem para a comunidade religiosa.
 
“A imagem original é de madeira, com policromia e folhas de ouro. Ela não tem mais condições de ser manuseada e no ano passado fizemos essa outra imagem peregrina”, explica Roberto Vinícius de Oliveira, que aos 8 anos começou a se engajar no santuário. “Minha vida é aquele santuário.”
 
Para garantir a retomada da romaria, a Marinha em Ladário tem engajamento grande com as celebrações, a partir de apoio dado para a igreja. 
 
Neste ano, há o trabalho em especial de um marinheiro natural do Rio de Janeiro, mas que é ladarense por escolha. O 3º sargento Richard Gomides de Andrade, que chegou em Ladário em 2004, participa da comunidade do santuário e auxiliou a intermediação entre as instituições. 
 
“Tivemos uma comissão com Marinhas uruguaia, boliviana, paraguaia, argentina e do Brasil. Foram quase 60 dias fora de casa. É muito difícil ficar longe da família, de casa e o conforto no coração tem a ver com a fé”, detalha Gomides.

Fórum Criminal

Adriane doa terreno de R$ 13,4 milhões ao Tribunal de Justiça

Imóvel, de 5,5 mil metros quadrados, está localizado na esquina da rua Barão do Rio Branco com a Bahia, onde funciona o Batalhão de Trânsito

17/12/2025 19h00

Polícia de Trânsito será

Polícia de Trânsito será "despejada" do endereço onde funciona há cerca de duas décadas para dar lugar ao Fórum Criminal Gerson Oliveira

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A prefeitura de Campo Grande oficializou nesta quarta-feira (17) a doação de um terreno de 5,59 mil metros quadrados, avaliado em R$ 13.489.788,28, para o Governo do Estado. No local, esquina das ruas Barão do Rio Branco com a Bahia, será construído o Fórum Criminal. 

No terreno que ainda pertencia à prefeitura funciona, há cerca de duas décadas, o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, que terá de ser transferido para novo endereço assim que as obras começarem, possivelmente no próximo ano. O novo local ainda não foi definido.

O terreno, onde até o final do século passado estava instalado o Dersul (Agesul), tem 12,22 mil metros quadrados. E como somente parte foi doada, os orgãos da saúde municipal e estadual continuarão no mesmo endereço. 

A aprovação da doação terreno ocorreu no último dia 10, em meio à resistência de parte dos vereadores, já que entendiam que a prefeitura, em crise financeira, deveria vender o imóvel. Porém, a proposta da prefeita Adriane Lopes acabou obtendo o número de votos necessário para a doação.  

Conforme a previsão do Tribunal de Justiça, para o novo prédio serão transferidas as seis varas criminais e as duas do tribunal do júri. Entre as propostas está a construção de auditórios maiores para acomodar a platéia durante estes julgamentos. 

Até a conclusão da obra serão necessários em torno de R$ 100 milhões. Porém, no orçamento do próximo ano o Tribunal de Justiça destinou apenas R$ 1.635.000,00, valor que deve ser suficiente apenas para bancar os trabalhos iniciais de elaboração do projeto executivo do novo prédio, a não ser que o Executivo banque os custos da construção. 

A prioridade do TJ,  por enquanto, é a construção do anexo e refeitório do prédio do gabinete dos desembargadores. Para este projeto estão sendo destinados R$ 8,9 milhões na proposta orçamentária do próximo ano do TJMS.

Um dos argumentos utilizados pelo presidente do Tribunal,  Dorival Renato Pavan, é de que o prédio atual do fórum de Campo Grande, inaugurado no final de 2022, ficou pequeno para abrigar juízes, servidores, advogados e usuários dos serviços do Judiciário. 

Além disso, argumenta o magistrado, é necessário separar as varas cíveis das criminais para garantir maior seguranças às milhares de pessoas que diariamente entram e saem do prédio. 

Para aliviar esta suposta superlotação, já está sendo construído  o Fórum da Mulher, da Criança e do Idoso, ao lado da Casa da Mulher Brasileira, nas imediações do aeroporto internacional de Campo Grande. O investimento inicial é de R$ 10 milhões.

A construção do fórum atual se arrastou ao longo de nove anos, com alguns períodos de interrupção total  dos trabalhos. Ele tem 21,7 mil metros quadrados de área construída substituiu o fórum que antes funcionava na Fernando Corrêa da Costa. 

Conforme a previsão, o novo prédio terá menos da metade do tamano, da ordem de 11 mil metros quadrados. Porém, também não sairá do papel de um dia para o outro. A previsão é de que a obra se arraste por até cinco anos, se houver disponibilidade de recursos. 
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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