Nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), foram apreendidos 806 armamentos em Mato Grosso pelas forças de segurança, o menor número de toda a série histórica da secretaria, que contabiliza dados desde 2015.
Em pleno governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que declaradamente tem demonstrações a favor do desarmamento, o número representa uma queda de 11,8% em relação as 914 armas apreendidas no ano passado. Os dados se referem às forças estaduais e federais, segundo a Sejusp.
Para se ter uma ideia, na somatória dos primeiros semestres dos três primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), que flexibilizou o porte e a posse de armas no Brasil, foram apreendidas 2.814 armamentos em Mato Grosso do Sul (2019 a 2021).
Em comparação com os primeiros semestres de 2023, 2024 e deste ano, já no governo de Lula, foram 2.808 armas apreendidas. Os dados deste ano compreendem o período até o dia 30 de junho.
Pelos dados da Sejusp, a maioria das armas apreendidas em Mato Grosso do Sul é de origem duvidosa, ou seja, é adulterada ou tem a numeração raspada.
Ainda assim, segundo a Sejusp, foram 158 revólveres, 140 pistolas, 35 espingardas, 9 rifles e 9 fuzis apreendidos, entre os 806 armamentos apreendidos neste primeiro semestre.
Na comparação de 12 meses, porém, em 2023, primeiro ano do Lula 3, ocorreu a maior apreensão de armas da série histórica em Mato Grosso do Sul. Em 12 meses, foram 2.341 armas apreendidas. Antes, o ano que mais havia tido flagrantes de armamentos ilegais havia sido 2015, com 2.208 armamentos apreendidos.
Os dados do ano passado, porém, já demonstravam uma queda nas apreensões de armas. Ao longo dos 12 meses, foram 1.774 armas ilegais encontradas pelas forças de segurança, o menor número de toda a série histórica. Se este ano continuar neste ritmo, ele poderá ter o menor número da série.
Por ser um estado que faz fronteira com o Paraguai, além de ser uma rota natural do tráfico de drogas, Mato Grosso do Sul também é o caminho utilizado para organizações criminosas que pretendem trazer armamento ilegal para o País.

DESARMAMENTO
Desde quando tomou posse, em janeiro de 2023, o presidente Lula tem tomado medidas para reduzir e limitar a flexibilização da posse e do porte de armas feito pela gestão anterior.
O Decreto nº 11.366/2023 proibiu colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs) de comprar e transferir novas armas e munições de uso restrito até que entrasse em vigor a nova regulamentação do Estatuto do Desarmamento.
Esse decreto também restringiu a quantidade de armas e munições de uso permitido possíveis de serem compradas, além de suspender as concessões de novos registros de CACs, clubes e escolas de tiro.




