Artigos e Opinião

OPINIÃO

Arthur Jorge do Amaral: "Personalidades
de MS – Padre Tomaz Ghirardelli"

Escritor e ex-deputado estadual

Redação

16/08/2017 - 01h00
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Nestas épocas de turbulências na vida de todos nós os brasileiros, fica um gosto amargo dos maus exemplos que campeiam entre nossos líderes e representantes; algo drástico perante uma opinião pública estarrecida, pois advém daqueles que nós colocamos para dirigir os nossos destinos ou nos representar e fiscalizar os “bens de nós todos”.

Diante de tudo isso, peço licença aos milhares de leitores e vou trazer um contraponto e lembrar personalidades de nosso querido MS, portanto, coisas regionais, das quais nos orgulhamos de suas trajetórias. Escolho em primeiro lugar um homem santo, hoje desaparecido há mais de vinte anos, mas ainda presente entre grande parte do povo campo-grandense...

Lembro a pessoa glorificada de Padre Tomaz Ghirardelli, que se dedicou a prestar assistência religiosa e humana a toda a região norte da Capital (na capela do colégio e na grande Paróquia São João Bosco), na época, quase a metade de Campo Grande. Foram mais de quarenta anos, portanto, atingiu quase três gerações e ainda hoje suas ações e exemplos são contados de viva voz e com agradecimentos com joelhos ao chão...

Algo muito significativo e profundo aconteceu em sua vivência terrena e foi plantado em corações sensíveis da comunidade, para ainda hoje ele ser lembrado como “pai dos enfermos”, pela atenção diária que dispensava todos os dias, no correr da noite, aos doentes da Santa Casa; no campo espiritual, o carinho a pessoas com deficiência auditiva, à colônia japonesa, ao Grupo Estrela da Manhã, aos movimentos carismáticos entre jovens (filhas de maria e congregados marianos) e às crianças; os idosos recebiam especial atenção sob a ótica dos exemplos de Dom Bosco.

Hoje, seu nome está vivenciado na maior escola do Estado, com quarenta salas de aula, localizada no grande Bairro Dom Antonio Barbosa (atende Parque do Sol, Vespasiano Martins, Lageado, Cidade de Deus); mais de duas mil pessoas (entre crianças, jovens e adultos) ali recebem a atenção para a vida, especialmente sob o aspecto educacional, social e humano, em busca dos seus ideais...

A comunidade campo-grandense, tendo à frente a senhora Sarah Abussafi Figueiró, seguida por dezenas de pessoas, forma uma comissão pró-beatificação. Entre as pessoas, podemos citar: Suely Brandão, Cléia Fialho Oliveira Figueiró, Elisia Oshiro, Maira Lucia de Rezende. Ainda podemos citar: Solange Oliveira, Marcilio Oshiro, Mauricio Tibana, Dorvalina Ortiz Reche, dr. Henrique Luiz Vieira Krate, Candida Adania e Marieli Quintella C. Pereira... Reuniões são realizadas seguidamente e uma peregrinação anual, com missa na Capela Mortuária, no Seminário da Lagoa da Cruz.

Seguem assim os trabalhos para perpetuar o nome e os feitos desse homem de Deus, agora em mãos da Comissão Salesiana o seu processo de reconhecimento católico. Em benefício de sua história, as orações comunitárias seguem céleres e seguidas.

Fica aqui registrado essa passagem pela nossa Capital Morena, em época ainda recente, de um insofismável exemplo de amor ao próximo e às causas sociais; fortalece em todos nós a certeza de que vale a pena ser justo, e o Padre Tomaz Ghirardelli merece nosso respeito, digno do panteão das “Personalidades de MS”...

ARTIGOS

Caminhos da vida

01/03/2025 07h45

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A vida depende do caminhar de cada ser. Nesse caminhar, cada qual vai definindo seus desejos, seus planos e seus limites. Mesmo que não aceite certos deles, terá que respeitar o pensar e o agir dos demais. Nesse caminhar, haverá também uma exigência de constante purificação pessoal e social.

Nessa purificação, ninguém estará só. A humanidade estará solidária. O universo estará em comum tarefa. Tudo e todos caminharão para o eterno. Todos buscando o melhor para si. Mesmo que tenha que aceitar a contribuição dos demais, prefere enfrentar certas situações contando apenas com apenas suas forças.

Assim caminha o universo. Uns procurando caminhos. Outros se acomodando. Outros rejeitando soluções. E todos querendo uma definição. Todos buscando uma luz que lhes indique uma saída. Mesmo que não seja a mais segura, mas que seja plausível para o momento e para o fato que estaria necessitando.

Cautela! Prudência! Vigilância! Paciência! Esses são valores, são forças e são estratégias para quem esteja procurando construir o caminho que conduzirá ao Reino do céu. Justamente na Bíblia Sagrada é que encontramos tudo isso: em Lucas (Lc. 6,39-45).

Nessa passagem bíblica, encontramos diversas parábolas iluminando e clareando nossas incertezas e nossas vidas. Entre elas, destacamos aquela que revela o atrevimento do cego de querer conduzir outro cego. Possivelmente, no primeiro buraco, ambos cairão e se machucarão. Nesse caso, atrevimento, muitos poderão se ferir.

Esse atrevimento poderá encontrar coordenadores de movimentos, de comunidades de fé, coordenadores de grupos sociais. Atrevem-se a se mostrar seguros quando, na realidade, são atrevidos em suas iniciativas.
Mas certos momentos, ou certas iniciativas despertavam a ganância e aguçavam a vaidade. Queriam sempre mais. Muito difícil se contentar com o que lhe era passado. Mas o Mestre não perdia a oportunidade e mostrava claramente o lugar de cada um e o perigo de querer julgar.

O julgamento pertence só a Deus. Mas em toda parte existem os que se julguem suficientemente competentes a emitir sentenças e determinar rumos e efeitos. Então, o Mestre é muito claro ao afirmar que, “antes de tirar o cisco que há no olho de seu irmão, tire a trave que está no seu”.

Somente depois poderá analisar e ver qual atitude poderá tomar. Será oportuno lembrar que, quanto mais quisermos julgar os demais, mais difícil será reconhecer os erros pessoais. Antes de juízes, seria bem mais sensato nos colocarmos como réus. E a humildade revelará o quanto somos frágeis.

Creio que seja a hora de colocar a mão no coração, sentir seu pulsar e fazer com que pulse mais suave e mais moderado, revelando humildade, delicadeza e solidariedade. Pois já é hora de ter um coração mais sensível à dor humana e ao apelo de Deus a conclamar para um amor mais humano e mãos mais divinas.

Creio que já é hora de olhar a vida com mais ternura. Já é hora de agir com mais humildade, usando palavras mais justas, abraçando as causas mais verdadeiras e comungando os sentimentos mais divinos.

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ARTIGOS

Trump, imigração e a ONU

01/03/2025 07h15

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A política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo e controverso, especialmente com a retomada do mandato de Donald Trump. O discurso anti-imigração do presidente eleito tem gerado preocupações sobre os impactos na economia, na sociedade e nos direitos humanos. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem defendido a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis.

A política de Trump de deportação em massa e a construção de um muro na fronteira com o México são exemplos de como o discurso anti-imigração pode levar a medidas que violam os direitos humanos. A separação de famílias na fronteira e a restrição de entrada de cidadãos de determinados países também demonstram a priorização de barreiras nacionais e a exclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade. Isso é contraditório com os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) de 1948, que asseguram que todos os indivíduos têm direitos inalienáveis, independentemente de nacionalidade, raça ou condição migratória.

A ONU defende que os imigrantes e refugiados têm direito a buscar asilo em outros países para fugir da perseguição e que devem ser tratados com dignidade e respeito. No entanto, as políticas de Trump têm enfraquecido esse direito, como a política de Remain in Mexico, que obrigava solicitantes de asilo a permanecerem no México enquanto aguardavam o processamento de seus pedidos. Isso os expunha a condições precárias e perigosas, em contradição com os padrões internacionais de proteção humanitária.

Além disso, a economia dos Estados Unidos depende da mão de obra imigrante. A chegada dos imigrantes na América do Norte em busca de oportunidades impulsionou a infraestrutura e a inovação do país, trazendo impactos positivos para a economia. Segundo o relatório Efeitos do Aumento da Imigração no Orçamento Federal e na Economia, divulgado pelo Gabinete de Orçamento do Congresso (CBO), o aumento da imigração no país pode trazer mudanças no Produto Interno Bruto (PIB), na inflação, nos juros e no orçamento dos EUA.

A mão de obra imigrante é um fator de dependência dos Estados Unidos. Com a escassez de mão de obra qualificada especialmente nas áreas de saúde, tecnologia e construção civil, os imigrantes assumem essas funções, desempenhando papéis fundamentais em diversos setores da economia. A agricultura, por exemplo, necessita de trabalhadores para manter o abastecimento interno e as exportações. Já na área da saúde, os imigrantes ocupam postos de enfermeiros, assistentes domiciliares e médicos.

Em resumo, a política de imigração nos Estados Unidos é um tema complexo que envolve direitos humanos, economia e sociedade. A ONU defende a dignidade e a igualdade como pilares da convivência global, enquanto as ações de Trump priorizam a soberania nacional, muitas vezes em detrimento dos direitos de populações vulneráveis. É fundamental que se encontre um equilíbrio entre a proteção dos direitos humanos e a gestão da imigração para que se possa construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

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