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Caminhos da vida

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Aos pais, gratidão e carinho pelo Dia dos Pais. Gratidão por tudo quanto conseguem realizar em prol de sua família. Gratidão por tantos caminhos construídos e sugeridos aos novos seres que foram aceitos ou ao menos respeitados.

Seja como for, é admirável o esforço feito em vista disso. Mesmo que nem todos correspondam, mesmo assim, é importante admirar e respeitar. É preciso acreditar na sinceridade daqueles que assumem essa responsabilidade. Pois tudo o que for feito com amor e por amor merece gratidão.
E tudo quanto for feito dessa forma merecerá um gesto de reconhecimento e de carinho. Embora esse fenômeno seja apenas cultivado por pessoas que partilham um relacionamento tradicional na sociedade assim considerada moderna, esse relacionamento é encaminhado mais por interesses comerciais ou políticos do que afetivos.

Estamos no mundo globalizado e informatizado. A conversa descontraída e tradicional está cedendo espaço a novos formulários, novos símbolos e diferentes relacionamentos. A linguagem dos filhos não se afina com a dos pais. Os conceitos dos filhos destoam dos conceitos dos pais.

Assim mesmo, onde houver maturidade, haverá também respeito. Mas onde não houver, permanecerá a muralha intransponível do diálogo não cultivado. E a distância intelectual se aprofundará. O distanciamento afetivo continuara agressivo, isolando as partes. E a família sofrerá as consequências dolorosas e desastrosas.

Realidades que alegram e realidades que preocupam. Nesse Dia dos Pais queremos lembrar tantos que têm de assumir a paternidade quando ainda na adolescência. Outros assumem quando já são avós. Cada qual com sua história. Cada qual com seus motivos.

Queremos celebrar todos eles. Celebrar a alegria dos pais brancos e dos pais negros. Queremos celebrar os pais afortunados e os pais empobrecidos. Queremos celebrar os pais com muitos títulos, com muitos diplomas, e os pais analfabetos. Queremos celebrar os pais empresários e os pais operários. 

Queremos celebrar os pais solteiros ou casados, os pais viúvos ou separados, os pais que são tementes a Deus e os pais que se dizem ateus. Queremos celebrar os pais que cultivam sua crença, ensinam seus filhos seguirem o mesmo caminho, e os pais que deixam cada qual escolher de acordo com seus interesses.

Nesse Dia dos Pais temos a lembrar os que passam a noite em claro tentando descobrir um meio de chegar ao filho para tirá-lo do caminho das drogas ou da violência. Pais que chegam à triste e cruel atitude de prender o filho.

Nesse Dia dos Pais, queremos homenagear os pais que dedicam suas energias e seus conhecimentos para orientar sua família em uma formação sólida dos princípios morais, éticos e religiosos.

Filhos, respeitem seus pais. Pais, sejam pessoas de paciência com seus filhos. Famílias, sejam calmas com seus anciãos. Não os perturbem e nem os contrariem. Eles são luzeiros de Deus e de sua sabedoria.
Entre todos, sempre reine o respeito pelas diferenças e o amor como maneira de prolongar a fé, construir a esperança e fortalecer as bênçãos para todo sempre.

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Editorial

Justiça fiscal e o combate à sonegação

Existem mecanismos para combater a sonegação. Um deles está parado na Assembleia Legislativa: o projeto de lei para combater os devedores contumazes

11/04/2025 07h15

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Nesta edição, revelamos um dado que deve acender um alerta nas instituições públicas e na sociedade civil: levantamento da Federação Nacional dos Auditores Fiscais (Fenafisco) mostra que a dívida das empresas com o Fisco em Mato Grosso do Sul já ultrapassa os R$ 15 bilhões. Esse valor, que representa um rombo nos cofres públicos, revela um problema crônico e grave: a inadimplência tributária – ou, em muitos casos, a sonegação de impostos.

O não pagamento de tributos, especialmente em larga escala, como mostra o levantamento, é um dos maiores motores de injustiça tributária e social. Enquanto a maioria dos cidadãos e empresas cumpre com suas obrigações, uma minoria dribla o sistema, desequilibrando a concorrência e prejudicando toda a sociedade. Afinal, os recursos que faltam na saúde, na educação e na infraestrutura poderiam, em parte, estar disponíveis se essa dívida fosse quitada.

O imposto, como o nome sugere, não é facultativo. Ele é imposto a todos – pessoas físicas e jurídicas – como uma obrigação para a manutenção do Estado. A maioria paga. É justo, portanto, que todos o façam. E mais justo ainda que o Estado aja para cobrar de quem não cumpre essa regra básica de convivência social.

Dificilmente, aliás, essas empresas repassam a “economia” gerada pela sonegação de impostos aos consumidores. Muito pelo contrário: além de darem mau exemplo, lucram em cima de uma prática que penaliza os que cumprem a lei. O principal imposto estadual envolvido nesses casos é o ICMS, que, em tese, deveria ser recolhido e repassado aos cofres públicos, mas muitas vezes fica pelo caminho.

Existem mecanismos legais para combater esse tipo de prática. Um deles está, neste momento, parado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul: trata-se do projeto de lei enviado pelo governo do Estado para estabelecer regras mais rígidas contra os chamados devedores contumazes – aqueles que fazem da inadimplência um modelo de negócio. Por que tamanha demora em aprovar um projeto que visa proteger os bons pagadores e garantir mais justiça fiscal?

Combater a sonegação exige integridade, vontade política e coragem para enfrentar interesses poderosos. É um passo essencial para tornar o sistema tributário mais justo, eficiente e, acima de tudo, mais equilibrado. A sociedade sul-mato-grossense merece essa resposta.

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Como o "Liberty Day" de Trump afeta o Brasil

09/04/2025 07h45

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Cabe contextualizar o problema, para que se possa entender o quadro geral e seus desdobramentos no Brasil e no mundo. O presidente Donald Trump apresentou um plano de tarifas comerciais que seguramente é o mais abrangente desde os acordos de Bretton Woods (1944), que definiram as bases para o comércio internacional, que mais tarde criaria o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (Gatt), de 1947, atual Organização Mundial do Comércio (OMC), de 1995.

A proposta do presidente americano, batizada de “Liberty Day” (Dia da Liberdade), representa uma ruptura com a ordem mundial e no sistema multilateral de comércio que vem sendo promovido desde 1947 com o Gatt, atual OMC, que garante acordos e regras debatidas e negociadas entre os países antes de serem implementadas. O mundo como um todo será impactado. Alguns países estão mais expostos, outros menos.

Os EUA passarão a retaliar tarifas caso a caso, com base nas tarifas que cada país cobra dos produtos americanos. O conceito de tarifa recíproca parte do princípio de equiparar as alíquotas de impostos. Por exemplo, se o país (A) cobra tarifa de 25% sobre um produto americano, os EUA aplicarão os mesmos 25% sobre o produto equivalente vindo do país (A). Essa medida ignora os aspectos técnicos do comércio internacional e rompe com compromissos firmados em acordos multilaterais.

Acredita-se que estamos observando o início de uma guerra comercial com desdobramentos de difícil previsibilidade. Segundo a Boomberg Economics, as medidas podem aumentar os preços nos EUA em 2,5% em um horizonte de três anos. Mais inflação nos EUA tem reflexos no Brasil pela via financeira. Para a Câmara de Comércio Americana e para a União Europeia, um conflito comercial pode colocar em risco US$ 9,5 trilhões no fluxo de comércio, afetando todas as cadeias de produtos e serviços.

Acredita-se que o impacto sobre o comércio brasileiro seja relativamente limitado no curto prazo, visto que o Brasil exporta para os EUA bens intermediários e combustíveis. Nas importações, o Brasil depende dos EUA para os segmentos de motores, máquinas, aeronaves e combustíveis. Isso não significa que o risco esteja descartado para outros setores. O Brasil cobra, em média, 11,3% sobre produtos importados dos EUA (dados de 2022), enquanto os EUA cobram, em média, 2,2% dos produtos brasileiros. Pelo conceito de tarifa recíproca, os produtos brasileiros exportados para os EUA serão taxados.

O pacote de tarifas tem potencial para aumentar a insegurança global, elevar a inflação nos EUA, podendo forçar o Federal Reserve Board (FED) a manter a taxa de juros alta por mais tempo. Isso pode pressionar a moeda brasileira, encarecer o crédito e, como desdobramento, diminuir o espaço do Banco Central para corte na taxa de juros (Selic).

Dessa forma, sem considerar todos os impactos diretos nas exportações, o Brasil seria afetado diretamente com o encarecimento do financiamento externo, a desvalorização cambial, o aumento da inflação (IPCA) e mais tempo com juros no patamar de dois dígitos, o que encarece a rolagem do estoque da dívida pública, que já é elevada e tem provocado fortes debates no mercado sobre capacidade de pagamento do governo federal, sem que sejam promovidas reformas estruturais na economia. Existe risco de uma recessão global? Sim. Vamos acompanhar os desdobramentos e possíveis mudanças de rota.

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