Quase nenhum profissional de boa reputação gostaria de associar sua imagem a esta administração de Campo Grande, símbolo de desordem e falta de planejamento
Mesmo sem ter sido palco de catástrofe natural, ou de uma guerra, Campo Grande é, no momento, uma cidade devastada. A gestão do PP na prefeitura da Capital sul-mato-grossense, com Alcides Bernal e Gilmar Olarte, conseguiu destruir o legado de quase meio século construído por bons administradores ou, pelo menos, por prefeitos que tiveram o cuidado de manter o que foi estruturado nos 116 anos de história.
Quem esteve em Campo Grande pela última vez há, pelo menos, quatro anos e retornou à cidade nos dias atuais poderá facilmente constatar o descaso e abandono da zona urbana. Também certamente vai se surpreender com a estagnação da infraestrutura e a falta de cuidados básicos com a população mais necessitada.
Campo Grande parou desde 2013. Não há novos projetos, não há ruas e avenidas bem conservadas, não existe merenda escolar nas escolas administradas pelo município, e não há pagamento em dia de salários aos servidores da prefeitura há três meses. A coleta de lixo deixou de ser regular, e o atendimento nos postos de saúde está pior a cada dia.
A cidade transformou-se em uma bagunça, que deve persistir por alguns anos, infelizmente. A causa do abandono, no qual Campo Grande se encontra, é a incompetência de Gilmar Olarte e Alcides Bernal, integrantes da mesma chapa, eleita em 2012, que, sem nenhuma experiência, assumiu o controle do município que ostentava bons índices no setor de educação (chegou a ser a melhor entre as capitais) e qualidade de vida.
A falta de experiência administrativa e de credibilidade afastou os bons gestores do time dos dois prefeitos que a cidade teve nos últimos três anos. Alcides Bernal, por exemplo, recentemente reconduzido ao cargo, enfrenta dificuldade para compor sua equipe. É compreensível, pois quase nenhum profissional de boa reputação gostaria de associar sua imagem a esta administração, símbolo de desordem e falta de planejamento.
Embora, no Brasil, não exista registros recentes de terremotos devastadores, Campo Grande parece ter sido alvo de um tsunami. Para recuperar a capital sul-mato-grossense dos problemas criados pelos últimos dois prefeitos do PP, será necessário um administrador municipal comprometido em organizar a cidade. O futuro mandatário deverá ter bons projetos, ser probo, sem obstinação por vantagens indevidas por ocupar um cargo público. Mesmo com estas características, o próximo prefeito também deverá ter muita paciência, pois levará no mínimo três anos (quase um mandato inteiro) para reconstruir a cidade.
A triste constatação para a população de Campo Grande é que muitos bons gestores também não têm demonstrado entusiasmo para se candidatar nas eleições do ano que vem. Se em 2016 outro prefeito incompetente sair vitorioso nas eleições, a população correrá o risco de esperar ainda mais para voltar a ver a Capital se destacando em todo o País.


