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Estimulando o desenvolvimento cognitivo infantil

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A Educação Infantil representa uma fase crucial para o desenvolvimento cognitivo das crianças, caracterizada por uma intensa plasticidade cerebral. Possibilitar que a criança tenha acesso à diversidade de estímulos é primordial para que suas capacidades sejam desafiadas e aperfeiçoadas.

O estímulo das capacidades cerebrais por meio da diversidade de atividades como danças, músicas, brincadeiras, jogos, vídeos e consciência corporal, por exemplo, melhoram a cognição e incentivam a aprendizagem por meio do raciocínio, da reflexão, da abstração, da imaginação e do aperfeiçoamento das múltiplas linguagens.

O desenvolvimento cognitivo na primeira infância desempenha um papel crucial no sucesso escolar e na adaptação social futura. Durante essa fase inicial, o cérebro das crianças é altamente receptivo a estímulos, abrindo uma janela de oportunidade para o crescimento.

Por exemplo, a capacidade de resolver problemas, entender conceitos abstratos e desenvolver habilidades sociais começa a ser formada nos primeiros anos de vida por meio de estímulos apropriados. A leitura e a escrita são competências que começam a ser formadas no cérebro desde muito cedo ao serem estimulados pré-requisitos cognitivos primordiais, como a espacialidade e a consciência fonológica.

Além disso, por meio da estimulação cognitiva, promovem-se habilidades essenciais como a memória, a atenção, a linguagem e as funções executivas. Essas funções são os pilares fundamentais do aprendizado e do desenvolvimento pessoal.

Para que se tenha um desenvolvimento cognitivo de forma eficaz, pode-se realizar atividades por meio de jogos de memória, exercícios de linguagem, tarefas focadas em atenção e desafios que estimulam as funções executivas. As atividades devem ser planejadas de forma lúdica e envolvente para maximizar o interesse e a participação das crianças.

Indico algumas atividades lúdicas para o desenvolvimento cognitivo como, por exemplo, jogos da memória, em que se utilizam cartões com figuras, números ou letras, virando-os para baixo e pedindo à criança que encontre os pares correspondentes. O objetivo é melhorar a memória de curto prazo e a concentração.

Na contação de histórias, leia uma história curta e, em seguida, faça perguntas sobre a narrativa, pois isso ajuda a melhorar a compreensão auditiva e a memória. Em atividades de desenho e pintura, forneça papel e lápis de cor ou tinta, pedindo à criança que desenhe algo específico. Nessa atividade, você vai estimular a criatividade e a coordenação motora fina.

Logo, viver em um ambiente saudável e que as estimulem é muito importante. Por isso, disponibilize materiais e espaços para fazer com que a criança se aproprie de estímulos que proporcionem avanços cognitivos.

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Responsabilização das vítimas em esquemas de pirâmide financeira: inversão de valores

08/10/2024 07h30

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Recente decisão de um magistrado da Justiça de Santa Catarina causou revolta entre as milhares de vítimas de esquemas fraudulentos que assolam o País. A decisão negou o pedido de indenização de uma vítima de pirâmide financeira sob o argumento de que sua conduta foi motivada pela busca de “ganhos fáceis”. E o pior, o juiz apontou dolo na conduta da vítima.

Contudo, essa justificativa carece de uma análise mais profunda sobre a natureza das fraudes financeiras e o papel das vítimas. É inegável que as promessas de lucros rápidos atraem muitos investidores, mas é crucial reconhecer que esses esquemas são planejados com sofisticação, explorando a vulnerabilidade e a confiança das pessoas.

Essas armadilhas manipulam os investidores com falsas promessas de segurança e altos rendimentos. Assim, comparar uma vítima de pirâmide financeira a um criminoso ou sugerir dolo em sua conduta ignora o caráter prejudicial dessas transações.

As vítimas, em sua maioria, são pessoas comuns, sem conhecimento técnico sobre o mercado financeiro. Elas são seduzidas pela confiança depositada nos promotores de esquemas fraudulentos, que se apresentam como legítimos. A complexidade dessas fraudes é tão significativa que, muitas vezes, até investidores experientes falham em identificar sinais de alerta antes que seja tarde.

A pirâmide financeira é, por sua natureza, um esquema projetado para iludir e enganar. Os operadores desses esquemas são mestres da manipulação, utilizando estratégias psicológicas complexas e marketing agressivo, muitas vezes respaldados por figuras de autoridade ou influenciadores sociais, o que confere legitimidade as suas operações.

Quando essas promessas vêm de pessoas ou instituições aparentemente respeitáveis, a barreira da desconfiança se reduz, tornando absurdo o argumento de que as vítimas agiram com dolo.

Além disso, o avanço tecnológico dessas fraudes evoluíram significativamente. Muitas pirâmides financeiras, agora, mascaram suas operações como investimentos sofisticados, usando termos financeiros complexos ou promessas de retorno ligadas a criptomoedas, marketing digital ou outros setores em ascensão. Esse novo perfil atrai até mesmo pessoas que buscam proteger suas economias, e não necessariamente “ganhos fáceis”. 

Na verdade, essas vítimas acreditam estar participando de um modelo de negócio inovador e legítimo. Culpar as vítimas por sua intenção de investir ou diversificar suas fontes de renda não apenas desafia a lógica, mas também mina a confiança nos sistemas financeiros e na Justiça brasileira.

O papel do sistema judicial deve ser o de proteger essas vítimas, punir os infratores e garantir a reparação adequada pelos danos sofridos.

Isso é fundamental para restaurar a confiança nas instituições e promover um ambiente mais seguro e transparente para os investidores. Somente assim será possível alcançar uma justiça plena e eficaz, que não apenas pune os culpados, mas também resgata a dignidade das vítimas.

Portanto, responsabilizar as vítimas de esquemas de pirâmide por sua própria ruína é um erro que desconsidera a natureza enganosa e complexa dessas fraudes. Ao negar indenização sob a alegação de que as vítimas buscavam “ganhos fáceis”, o Judiciário corre o risco de desviar o foco dos verdadeiros culpados: os fraudadores que arquitetam e lucram com essas operações ilícitas.

As vítimas, muitas vezes, agiram de boa-fé ao confiar em promessas de rentabilidade, e tratá-las como cúmplices ou negligentes é um equívoco grave da Justiça.
 

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O aumento nos diagnósticos de autismo e TDAH

07/10/2024 07h45

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O aumento no número de diagnósticos de Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e de Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem gerado debates entre especialistas.

E isso graças ao maior acesso à informação, aos profissionais de saúde mental, aos educadores e aos pais, que agora entendem melhor os traços associados a esses transtornos.

Essa conscientização aumentada levou a uma identificação mais precisa e oportuna, permitindo que os indivíduos recebam suporte apropriado mais precocemente na vida.

Além disso, os avanços em métodos de avaliação aumentaram a identificação de pessoas neurodivergentes com apresentações difíceis de serem notadas na superfície.

É notável que a expansão dos critérios diagnósticos desempenhou um papel significativo no aumento da identificação de TEA e TDAH.

Até meados dos anos 2000, esses marcadores eram mais restritos, focando em comportamentos observáveis específicos.

Portanto, seu aprimoramento ajuda a garantir que os indivíduos recebam suporte e intervenções adequados, adaptados as suas necessidades. 

Vale destacar ainda que essa elevação ajudou a reduzir os estigmas em torno do TEA e do TDAH.

À medida que mais indivíduos recebem diagnósticos precisos, eles são capacitados para compartilhar suas experiências, defender suas necessidades e contribuir para discussões públicas.

Essa visibilidade promove compreensão, empatia e aceitação dentro da sociedade e contribui para que as comunidades, escolas, locais de trabalho e sistemas de saúde percebam que é preciso se acomodar às necessidades de indivíduos neurodivergentes, promovendo uma sociedade mais equitativa.

Mas, se por um lado o crescimento está ligado à maior conscientização, esse fato também levanta preocupações.

Estamos mais informados, o que é positivo, mas precisamos ter cautela para evitar diagnósticos apressados, sem o devido acompanhamento multidisciplinar, diz psicólogos.

Eles reforçam a importância de uma avaliação completa e cuidadosa de cada criança, que considere diferentes aspectos do comportamento.

É comum que distrações ou dificuldade de socialização sejam mal interpretados. Cada caso exige uma análise minuciosa, feita por uma equipe especializada. 

Para crianças e adolescentes devidamente diagnosticados com TDAH ou TEA, o suporte terapêutico é uma das principais ferramentas para melhorar a qualidade de vida.

Essa abordagem trabalha o desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e comportamentais, permitindo que o indivíduo desenvolva mais autonomia e controle sobre suas dificuldades.

A terapia ajuda o pequeno a entender melhor suas emoções e a desenvolver mecanismos para lidar com situações do dia a dia, tornando-o mais resiliente.

A medicação, por exemplo, pode ser necessária em alguns casos de TDAH, mas ela deve ser associada à terapia contínua, especialmente a cognitivo-comportamental, para melhores resultados a longo prazo.

É fundamental que o acompanhamento envolva a família, a escola e os profissionais de saúde mental, proporcionando à criança um ambiente de suporte contínuo.

Quando pais, educadores e terapeutas trabalham juntos, a criança recebe todo o apoio necessário para crescer e se desenvolver de forma saudável e integrada à sociedade. 

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