O Brasil é conhecido mundialmente como um país paradisíaco e certamente essa visão possui seus prós e contras. O território brasileiro é privilegiado: possui belas paisagens, clima tropical, pessoas alegres e bonitas, e tais qualidades – que não se podem negar – são facilitadores do turismo sexual: turistas de todo o mundo encontram facilmente no país inúmeras maneiras de “diversão”. Foi constatado que os turistas do gênero masculino, a maioria com idade entre 30 a 50 anos, aproveitam as férias e procuram o Brasil para satisfazerem seus desejos sexuais a baixo custo.
O turismo sexual é explícito em alguns estados brasileiros. Além de se explorarem mulheres, crescem os números da prostituição de crianças e adolescentes, sobretudo na área litorânea do país. Agências de viagens, taxistas, caminhoneiros e hotéis são alguns dos participantes e responsáveis por esse tipo de exploração no país. Esses atores se valem, por exemplo, da prostituição infanto-juvenil – crescente no país pelo alcoolismo dos pais, agressões físicas e abuso sexual dentro de casa – e fazem do Brasil um local certeiro para a prática do malfadado turismo sexual. A maioria dos jovens explorados são analfabetos e carentes de informação e, por estarem nessas condições, entram facilmente para a vida da prostituição. Ainda que boa parte desses jovens advenham da “classe baixa”, há também jovens de classe média que procuram na prostituição o caminho para chegar às drogas e melhorar seus padrões de consumo.
Os pornoturistas usufruem da facilidade da prostituição causada pela ineficiência de políticas públicas e programas tímidos propostos para o combate ao problema. Eles agem em conjunto com agentes de viagens, em sua maioria da Europa e Estados Unidos, que oferecem pacotes de viagens para o Brasil, incluindo passagens aéreas extras para que o turista tenha a opção de levar para seu país de origem garotas e garotos de programa, numa contínua espiral de violência e desrespeito, perpetuando-se, assim, a exploração sexual.
Mudanças radicais precisam ocorrer no trato das causas e consequências do turismo sexual, e políticas públicas eficazes precisam ser implantadas, tais como programas governamentais para dar suporte e orientação às famílias mais necessitadas, já que essas são as principais vítimas da prostituição infanto-juvenil no Brasil.
Melhorias na educação básica, investimentos em esporte e cultura ajudariam no combate a essa grande doença que o país carrega por tantos anos, agravada pela falta de seriedade, probidade e zelo de alguns setores do Poder Público na prevenção e combate à exploração sexual no país.
A sociedade brasileira, como um todo, está abrindo os olhos para problemas graves como esse, que atinge diretamente a futura geração do povo brasileiro. Aos poucos, aqueles que contribuem para o não desenvolvimento do país vão-se afastando dos importantes cargos que regem o Brasil e, ainda que de forma lenta e vagarosa, aquela imagem que o mundo tem sobre o país vai-se tornando a de um país paradisíaco e com uma sociedade justa e desenvolvida.
* Laura Silva Costa Acadêmica do curso de Administração da UFMS/Três Lagoas
Ancilla Caetano Galera Fuzishima Professora do curso de Direito da UFMS/Tres Lagoas


