Em homenagem a quem já era e que merece uma citação fica uma lembrança na memória de que a luta da oposição foi eficiente, embora não eficaz justo porque contavam com uma palavra que pode ao mesmo tempo dizer tudo ou nada. Previsibilidade era o mote daqueles que achavam que mudariam a política, mas mantendo a mesma retórica de antanho. Contavam com os ovos no ninho e passaram a acusar o Nordeste pela derrota, quando a surpresa veio de casa (santo de casa não faz milagres) que maciçamente votou no partido da situação. Traição? Não! Realidade, pois as pesquisas encomendadas para alardear o sucesso de fim de governo não têm a confiabilidade exigida e fiscalizada.
Apesar disso não considero uma derrota flagrante, tanto pelo esforço da oposição e pelo belo resultado embora o candidato não apresentasse qualquer novidade ou plano que desse uma expectativa de mudança para os eleitores, exceção feita para aqueles que independentes dele ou do apoio, ou quem quer que fosse eram pela saída de Dilma e pelo ódio declarado ao PT.
A esses tenho dito que não existe esquerda, direita e centro e sim os de dentro que não querem sair, os de fora que desejam entrar e aqueles que de qualquer maneira ganham! Os de fora dizem que 12 anos é muito para que os de dentro não larguem o osso; os outros, no entanto, dizem que passaram 500 anos querendo entrar e que vai ser difícil sair.
Na verdade a ficha ainda não caiu! E no estertor, a mídia insiste ainda em alimentar uma cizânia entre os brasileiros, recitando a cantilena da inflação, da desindustrialização, do desemprego, do resultado empatado das urnas, da corrupção dirigida, da fuga dos investidores, apostando numa fragilidade do governo diante das crise mundiais e colocando diariamente em xeque ou atribuindo ao governo atitudes irresponsáveis que ameaçam a democracia como o risco à liberdade de imprensa, a política de alinhamento com países de regime duvidoso ou a pulverização do Congresso.
Eu nunca vi noticiários em que se dá tanta importância a quem perdeu a loteria federal porque o último número não foi sorteado. Quem ganha é que é notícia! Também nunca vi um atleta olímpico que treina por quatro anos permanecer na mídia por tanto tempo só porque não conseguiu seu próprio recorde ou, pior ainda, o do seu competidor. Ora o fracasso é inevitável em um dado momento da vida e devemos saber enfrentá-lo caso contrário se trata de patologia.
Não aceitar derrota é uma deficiência na educação infantil. Se não preparadas para o mundo real terão dificuldades para se integrarem na sociedade, pois crescerão achando que o que elas pensam e o que querem é o certo; adultos que assim se comportam é porque não receberam o carinho e a atenção necessárias na hora certa, e, apesar de aparentarem personalidade forte, são pessoas inseguras que acham que tem pouco e não admitem dividir, por medo de perder ainda mais. Alguns adultos com o nível mental infantil apresentam um exagerado sentimento de desgosto e inconformismo quando expostos a resultados negativos e essa frustração geralmente está ligada a vida familiar conturbada, egoísmo, medos, inseguranças, estresses e a carências afetivas.
Aos “fora Dilma” e todos aqueles que ficarão se martirizando por mais 4 anos, negando ou clamando aos céus para que se mude o resultado ou mesmo detestar os eleitores de quem ganhou responsabilizando-os pelos seus próprios fracassos, recomendo uma oração: Concedei-nos Senhor, Serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos e Sabedoria para distinguirmos umas das outras. Comecem desde já ensinando as crianças a se conformarem com resultados negativos para não se transformarem em adultos irracionais.


