Com o avanço da tecnologia, os serviços públicos, incluindo os do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tornaram-se mais acessíveis. Mas essa modernização também abriu espaço para um problema crescente: os golpes virtuais e telefônicos, que têm como alvo principal os idosos, o público mais vulnerável a esse tipo de crime.
Recentemente vimos o escândalo dos descontos em benefícios do INSS, que apurações iniciais mostraram que poderiam chegar a R$ 6,8 bilhões em todo o Brasil. Matéria publicada pelo Correio do Estado trouxe que, em Mato Grosso do Sul, o número de aposentados e pensionistas que teriam sofrido descontos indevidos em seus benefícios poderia chegar a 31.000. A partir de hoje, o INSS abre a inscrição para aqueles que foram lesados.
Nos últimos anos, o número de tentativas de fraude envolvendo aposentadorias, revisões de benefícios e promessas de recebimento de “valores atrasados” do INSS cresceu de forma alarmante. Criminosos se aproveitam da confiança dos mais velhos e, por meio de ligações, mensagens de WhatsApp ou e-mails, tentam obter dados pessoais. Fingem ser funcionários do INSS ou de instituições bancárias, solicitando senhas, dados bancários ou até a instalação de aplicativos maliciosos.
É essencial que todos – filhos, netos, amigos e cuidadores – estejam atentos e orientem os idosos sobre os riscos. A principal recomendação é simples e direta: nunca compartilhe senhas ou informações pessoais com desconhecidos, especialmente por telefone ou aplicativos de mensagens.
O INSS não entra em contato para pedir dados sigilosos, tampouco realiza revisões ou libera valores por meio de mensagens com links. Todas as comunicações oficiais são feitas exclusivamente pelos canais seguros: o aplicativo Meu INSS, o site gov.br/inss e a central telefônica 135.
Em um país onde mais de 37 milhões de brasileiros recebem benefícios do INSS, a maioria, aposentados e pensionistas, é inadmissível que fraudes continuem atingindo justamente quem já contribuiu tanto. A proteção dessa população é uma responsabilidade coletiva – do poder público, das instituições financeiras e da sociedade como um todo.
As melhores armas contra os golpistas ainda são a informação e a desconfiança. Falar sobre o assunto, esclarecer dúvidas e oferecer apoio prático pode ser o diferencial entre a segurança e o prejuízo. Que esse alerta se fortaleça em cada casa, cada família, cada comunidade.
Proteger os idosos é uma forma de honrar o passado e construir uma sociedade mais justa e segura para todos.



