Sou imensamente grato ao dr. Ricardo Trad pela sua dedicação profissional e pelo espírito solidário quando se integrou de corpo e alma na minha defesa, aliás, graças a Deus disse isso pessoalmente a ele e testemunhei minha gratidão por meio de artigo no Correio do Estado. Deus, na sua imensa sabedoria, não o resgatou à integridade pessoal para os braços de carinho e amor de sua família e para o orgulho e honra da sociedade sul-mato-grossense, que tinha e mantém nele os exemplos dignificantes de homem probo, eficiente e eficaz nas causas que contaram com sua dedicação mais que profissional, mas de cidadão que teve na sua mão e inteligência a sensibilidade e o equilíbrio de seu saber jurídico.
Ele foi uma pessoa muito importante na minha vida, tanto quanto o seu irmão, outro grande advogado criminalista e político Nelson Trad, e seu saudoso pai o Cônsul libanês Assaf Trad, a quem chamava carinhosamente de Tio Assaf, na redação do Diário da Serra, onde fui repórter e diretor de redação. Quase diariamente, ele visitava a Redação e todos lhe dedicávamos especial atenção. O Cônsul Assaf Trad nasceu para a função diplomática, tamanhas eram as atitudes representativas de sua pátria, o Líbano. Na mesma intensidade de amor à terra e às pessoas, a Consulesa Dona Margarida atuava ao lado de seu esposo.
Acredito que o amigo Ricardo Trad não teve o aproveitamento merecido na vida política municipal, estadual e nacional e mesmo na Justiça ao não ser honrado com uma Cadeira no Tribunal de Justiça de MS. Naturalmente, Ricardo tinha esse pendor político e de jurista de alto teor democrático e atenção às causas de interesse da justiça. Externava calma refletiva e mostrava a profundidade de seus pensamentos em atitudes positivas. Acredito que no seu interior deveria existir um fervilhar de ideias que se transformavam em magistrais peças advocatícias que premiavam seus patrocinados.
Ricardo foi o melhor criminalista de seu tempo, homem correto, íntegro, dedicado à família e amigo leal. Em 1982, o pródigo advogado e então vereador Ricardo Trad requereu à Mesa da Câmara de Vereadores o registro de minha presença naquele recinto e teceu algumas palavras em minha homenagem. Enfim, esse foi o advogado e político que ia até onde os normais não podiam alcançar: a alma humana, a tranquilidade de familiares. Sem exagero, devo minha vida até física ao dr. Ricardo Trad.
Em 31 de janeiro, junto a seus familiares, parentes e mais amigos, homenageei espiritualmente sua lembrança, celebrada na missa de um ano de seu falecimento, na Igreja São José.
Identificava-me com a vibração total, de corpo e alma, ao vê-los, Nelson e Ricardo, aos seus tempos no Tribunal do Júri. Tal vivência me parecia mística. Acredito que tais experiências ajudaram a amalgamar minha alma defensora de oprimidos e/ou injustamente sufocados por alguma prepotência. Quem me premia com sua leitura no Correio do Estado e no Facebook sabe do que falo. Graças a Deus, tive a felicidade de dizer pessoalmente ao Ricardo a importância de sua vida na minha vida muito, muito antes de o conhecer, mesmo a distância e no Colégio Dom Bosco como guri tímido que era, mas sabia valorizar a boa palavra. Assim é a vida. Nem sonhava em ser jornalista, mas queria para mim a advocacia e fui encaminhado nesses sentidos. E mais, ainda tive o privilégio de conhecer a raiz da família Trad, o Consul Assaf Trad, a Consulesa Dona Margarida Trad, a Norma Trad, o Nelson Trad, o Marcelo Trad e o Ricardo Trad. Com esse privilégio, hoje homenageio os que estão ao lado de Deus e os familiares de todos e do Ricardo Trad, sua viúva, Tânia Maria Assis Trad, suas duas filhas e seus três filhos, brilhantes advogados nos fóruns deste imenso Brasil. Que as sementes da descendência árabe plantadas desde o Cônsul Assaf Trad frutifiquem nas gerações de hoje e do futuro. Pai estremado, Ricardo Trad legou aos seus filhos o dom do excelente advogado. Assim, com essa saudade e homenagens, lhe dou hoje o meu bom dia, o meu bom dia pra você.


