Artigos e Opinião

OPINIÃO

Sônia Puxian:
"Para onde foi o dinheiro?"

Sônia Puxian:
"Para onde foi o dinheiro?"

Redação

24/02/2016 - 00h00
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Em pesquisa realizada há um tempo, na lista de consumo dos brasileiros de classe média, aparecia no topo da lista, em 1º lugar: troca de celular; 2º: notebook; 3º: viagem de avião; 4º: reforma da casa; 5º: troca de carro. Por falar em celular, o que mais se vê é grande variedade de modelos e recursos que o aparelho oferece. Vale destacar que o Brasil é o País que tem o maior número de celulares, maior até que o número de habitantes. 

E, nessa corrida desenfreada pelo consumo de “objetos de desejo”, que estão sempre se inovando, é que o brasileiro se perde em meio às compras. Resultado? Trocar modelo de celular, trocar carro porque foi lançado modelo novo, comprar roupas de grife, trocar tablet e TV, viajar e respirar novos ares; mas, na hora de pagar a conta, o valor é bem alto. Será que as pessoas somam antes de comprar, ou somam depois que já compraram? Boa pergunta...

Você reparou que em todo canto existem apelos publicitários que conquistam os desenfreados por compra? E lá vão eles, automaticamente consumir os produtos tentadores. Parece que todos estão correndo não se sabe pra onde... “Consumir” é o verbo mais utilizado por muitos. Muitas vezes, nem é por necessidade, são os conhecidos “compradores compulsivos”, que compram apenas pelo prazer de comprar. E a lista é grande! Depois de efetuadas as compras desenfreadas e desnecessárias, você pode se perguntar: “Para onde foi o dinheiro?”. Melhor se perguntar antes de gastar e ver “para onde pode ir o dinheiro”. 

Lidar com o dinheiro é uma questão de administrar a entrada e saída dos seus ganhos e fazer uma lista de prioridades para cobrir as contas e despesas mensais, como escola, impostos, luz, telefone, aluguel, alimentos e outros. É bom salientar que uma parte do seu salário deve ser direcionada para um fundo de investimento, no qual o seu dinheiro vai crescer. Pode ser a poupança ou outro tipo de investimento, convém pesquisar o que melhor se adapte ao seu perfil de investidor. 

Não se deve gastar mais do que se ganha, confiando que isso não vá atrapalhar os seus recursos financeiros. Não passe da conta na hora de gastar e nem faça empréstimos, pois, além de piorar a situação, na hora de pagar os juros o seu dinheiro vai escoar rapidinho entre os dedos. Cautela!

Agora, anote aí o que eu li no livro “Os 100 Segredos das Pessoas de Sucesso”, de David Niven: “Confiança é como um vírus útil que se espalha por todo o seu corpo. Se você o tem, irá contagiar tudo o que faz de forma positiva. Se não, você irá minar tudo aquilo que fizer”. A confiança tem um papel fundamental em tudo o que fazemos. Ela vai determinar o resultado final de nossas ações. 

E, todas as vezes em que você duvida de sua capacidade de agir e realizar novas tarefas, a dúvida se instala em seu caminho. “As pessoas que não têm autoconfiança não só temem fazer coisas nas quais não se sentem competentes, mas também começam a temer desempenhar tarefas em que são excelentes, pois duvidam que sejam realmente boas em alguma coisa”, diz David Niven. Vale ressaltar que, em todas as ações, é interessante avaliar antes o resultado que vai advir de suas decisões. É sempre bom tentar e ver os resultados, do que ficar na inércia e não desenvolver.

Aproveite essas dicas para reformular aspectos de sua vida que requerem atenção e pesquise até que ponto as suas atitudes trabalham a seu favor. O importante é olhar para dentro de si mesmo e ver o que existe de bom. Todos têm potencial para administrar seus negócios, cuidar do seu dinheiro e desenvolver algum tipo de talento, desde que haja sintonia com o seu querer. Não adianta forçar uma situação que foi boa para o outro, se você não se enquadra nela. Saiba distinguir uma coisa da outra. 

Pra finalizar, a frase de Fernando Pessoa: “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis”. Caros leitores, vocês são pessoas incomparáveis. Sejam felizes, sempre...

EDITORIAL

Santa Casa refém da própria má gestão

A Santa Casa precisa de mais do que socorros emergenciais: precisa de coragem para mudar, responsabilidade na gestão e respeito por quem sustenta sua missão

23/12/2025 07h15

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A situação vivida pela Santa Casa de Campo Grande ao fim de mais um ano é, infelizmente, a repetição de um roteiro conhecido – e previsível.

Há, pelo menos, uma década, o maior hospital filantrópico do Estado é vítima não apenas de um sistema público de saúde subfinanciado, mas, sobretudo, de escolhas administrativas equivocadas, da falta de planejamento e de uma gestão que parece incapaz de romper com seus erros históricos.

Neste fim de ano, o cenário chega a um ponto simbólico e constrangedor: a instituição depende, literalmente, de um milagre para pagar o 13º salário de seus funcionários.

Profissionais que sustentam o atendimento diário de milhares de pacientes, que enfrentam plantões exaustivos, superlotação, escassez de insumos e pressão constante, agora convivem com a angústia de não saber se receberão um direito básico. Isso não honra o nome “Santa Casa”.

Não há justiça social, não há moralidade administrativa e tampouco humanidade em deixar esses trabalhadores à mercê da incerteza.

É evidente que o problema não se resume à gestão interna. O subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é uma realidade nacional, e a Santa Casa, como tantas outras instituições filantrópicas, sofre com valores defasados, repasses insuficientes e atrasos frequentes.

O poder público tem, sim, parcela relevante de responsabilidade nesse quadro. Ignorar isso seria desonesto. No entanto, usar essa realidade como justificativa permanente para a ineficiência interna é igualmente inaceitável.

O que salta aos olhos é a aparente falta de disposição da administração do hospital em buscar eficiência, especialmente no campo financeiro.

Os números mostram que apenas o serviço da dívida – os juros e encargos pagos anualmente aos bancos – seria suficiente para quitar não apenas o 13º salário e evitar o acúmulo de outras obrigações em atraso, mas também de quitar quase toda a folha anual. Isso revela um modelo de gestão que prioriza a manutenção de passivos bancários em detrimento do compromisso com seus trabalhadores.

Mais uma vez, a saída apontada parece ser recorrer a novos empréstimos ou aguardar aportes emergenciais do poder público. Trata-se de um ciclo perverso. Endividar-se para cobrir despesas correntes, como folha de pagamento, não é uma estratégia de sustentabilidade; é um atalho para o colapso.

Empréstimos deveriam servir para investimentos, modernização, ganho de eficiência e redução de custos futuros – não para tapar buracos mensais de um caixa cronicamente desequilibrado.

O resultado é uma dívida cada vez menos saudável, maior dependência externa e nenhuma solução estrutural. Enquanto isso, a transparência sobre gastos, contratos e decisões estratégicas segue insuficiente, o que apenas aprofunda a desconfiança da sociedade e dos funcionários.

É lamentável que um hospital com tamanha importância social, histórica e simbólica chegue a esse ponto ano após ano. A Santa Casa precisa de mais do que socorros emergenciais: precisa de coragem para mudar, de responsabilidade na gestão e de respeito por quem sustenta a sua missão.

Sem isso, continuará sobrevivendo de milagres – e milagres, como se sabe, não fazem planejamento financeiro.

ARTIGOS

Terrorismo e religiosidade

Fundamentalismo dos terroristas de todos os matizes é antissemita, anticristão e anti-hislamista, porque se vale da inimizade aos valores religiosos para disseminar o ódio

22/12/2025 07h45

Arquivo

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A propósito do recente e trágico ataque ocorrido na Austrália, que vitimou diversas pessoas – algumas delas fatalmente – durante a pacífica celebração do Hanukkah, a festa das luzes da comunidade judaica, impõem-se algumas reflexões sobre os motivos e as consequências de tal ato.

À falta de definição mais apropriada, e sem entenderem bem o que teria motivado os ataques, aparentemente praticados por pessoas isoladas, os analistas chamaram a atenção para a facilidade com que se adquirem armamentos hoje em dia, fenômeno que ocorre também em nosso País.

É simbólico que a festa das luzes seja muito próxima dos festejos de Natal. Também no Tempo do Advento as luzes da coroa vão sendo acesas em crescente até que a Luz do Mundo venha a nascer na noite tão esperada pelos cristãos.

Jesus Cristo não selecionava ninguém. Qualquer pessoa seria bem acolhida por Ele, bastando que professasse o único mandamento propriamente cristão: ama o próximo como a ti mesmo. Aliás, o Cristo ia além e dizia: amai vossos inimigos, o que revela, igualmente, o modelo mais aberto de compreensão da pessoa do próximo.

Na verdade, o fundamentalismo dos terroristas – de todos os matizes – é antissemita, anticristão e anti-hislamista, porque se vale da inimizade aos valores religiosos para disseminar o ódio, a cultura de morte a que já se referia São João Paulo II.

Trata-se, portanto, do mesmo tipo de fundamentalismo que outros grupos de terroristas praticam para excluir as minorias de todo o tipo, mesmo as que não professem nenhuma crença.

É simbólico que tenha sido Ahmed, o sírio, a desarmar um dos terroristas, o que lhe custou dois ferimentos.

Esses terroristas disparam, inclusive pelos meios de comunicação virtual, contra todos aqueles que não pensam como eles. Eis quem são, em certo sentido, os verdadeiros fundamentalistas do ódio. Por que teriam escolhido a reunião do Hanukkah, tão plena de simbolismos?

Não nos prendamos a esse vetor. Basta atentar para os recentes ataques a uma mesquita e a uma feira natalina para que se ponha foco na essência do que está em jogo.

A enorme confusão ideológica e doutrinal do terrorismo revela, antes de tudo, mentes perturbadas, incapazes de discernir entre o bem e o mal. Ou, se quisermos embaralhar ainda mais as cartas, incapazes de discernir a esquerda da direita.

A confusão ideológica, aliás, não é apenas um sintoma de desordem mental, mas a estratégia consciente de aniquilar a pluralidade inerente à condição humana.

O extremismo, ao se apropriar de símbolos sagrados e transformá-los em bandeiras de exclusão, trai a própria essência de qualquer fé que pregue a transcendência e o amor ao Criador, pois desumaniza a criatura feita à sua imagem.

Desta forma, o verdadeiro combate ao terrorismo não se limita à repressão policial ou militar, mas passa necessariamente pela defesa intransigente da educação e do diálogo inter-religioso.

É a luz da razão e da tolerância que deve ser acesa para dissipar a escuridão do fanatismo, provando que a diferença de crença jamais pode ser motivo para a guerra, mas sim o motor para um enriquecimento mútuo da civilização.

Urge que os homens de boa vontade se ergam, em uníssono, em favor de uma cultura de paz e de liberdade religiosa, e que todas as luzes se acendam em alerta contra toda e qualquer manifestação terrorista.

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